sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

INDICADOS AO OSCAR 2014: ATOR COADJUVANTE

Barkhad Abdi (Capitão Phillips) É engraçado como um filme bancado para revigorar a carreira de um astro pode revelar um talento até então desconhecido. Se Tom Hanks ficou de fora da lista de melhor ator, o estreante Barkhad Abdi obteve uma atuação tão expressiva como o líder dos piratas que invadem o barco de Phillips que a Academia não poderia esquecê-lo. Considerado a alma do filme, o somaliano de  28 anos  foi convidado para atuar quando trabalhava como motorista de limusine. Antes do sossego, seu passado era bastante conturbado, já que existem várias histórias sobre seus problemas com a polícia americana. Ele pode não levar o Oscar, mas os elogios devem lhe garantir um futuro promissor nas telas.  

Bradley Cooper (Trapaça) Conheço o trabalho de Cooper desde que ele apareceu no seriado Nip/Tuck (2003-2010) e me surpreende como as pessoas desconfiam do moço. A culpa pode ser do sucesso Se Beber Não Case (2009). Ano passado quando foi indicado pela primeira vez ao Oscar por sua ótima atuação em O Lado Bom da Vida (2012) ele mesmo disse ter ficado admirado nas reações à sua primeira indicação. O trabalho com o diretor David O. Russel parece estar dando certo, já que está no páreo novamente em 2014 - pelo papel de um agente do FBI neurótico que lidera uma armação policial para prender políticos corruptos. Se não ganhar o prêmio, a cena com rolinhos do cabelo já entrou para história do cinema...

Jared Leto (Clube de Compras Dallas) O problema com Jared é o mesmo de Cooper, considerado bonito demais para ser levado a sério, o ator gosta de transformações radicais para ganhar respeito. Foi assim em  Clube da Luta (1999), Réquiem Para Um Sonho (2000) e Capítulo 27 (2007) onde foi eleito o melhor ator no festival de Zurich. Ele concorre ao Oscar por sua atuação como a transexual soropositiva Rayon, que torna-se cúmplice na trama de contrabando de medicamentos na década de 1980. Jared estava longe das telas desde que se dedicou ao complexo Sr. Ninguém (2009), desde então se dedicou a banda 30 Seconds to Mars. Ele que está ganhando todos os prêmios de ator coadjuvante da temporada (Globo de Ouro, SAG...) 

Jonah Hill (O Lobo de Wall Street) Quem diria que o gordinho de Superbad (2007) seria indicado duas vezes ao Oscar? Depois de ser indicado como o matemático de O Homem que Mudou o Jogo (2011) ele volta à disputa como o melhor amigo e sócio de Jordan Belfort (Leonardo DiCpario). Há quem compare a química entre os Leo e Jonah com a que víamos nos antigos filmes de Scorsese estrelados por Robert DeNiro e Joe Pesci. Exagero? Não sei, mas os elogios garantem que os dois ajudam bastante no clima subversivo do filme. A verdade é que essa segunda indicação ao prêmio o ator eleva sua carreira a outro patamar, nada mal para quem acaba de completar 30 anos e vivia nos bastidores do showbizz com o pai que era holding dos Guns'n Roses. 

Michael Fassbender (Doze Anos de Escravidão) Apesar de estar muito bem na pele de um vilão sutil, sem caretas ou piadinhas, não há como não lembrar que o ator deveria ter sido indicado ao Oscar por sua excelente atuação como o viciado em sexo de Shame (2011) de Steve McQueen, que lhe rendeu prêmios em Veneza e indicações a vários prêmios (incluindo o Globo de Ouro). Fassbender poderia também ter sido lembrado pelo seu desempenho em Hunger (2008) também de McQueen. Em sua terceira parceria com o diretor ele vive um brutal proprietário de terras (e escravos) quer faz até o Magneto de X-Men Primeira Classe (2011) parecer um herói.


O ESQUECIDO:  Daniel Brühl (Rush) Famoso por suas participações em filmes alemães desde Adeus, Lenin (2002) - pérola do cinema alemão do século XXI. Conhecido por vários filmes alemães de sucesso - Edukators (2003), Feliz Natal (2005)... -  ele foi para Hollywood se meter na trilogia Bourne, em Bastardos Inglórios (2009) e The Fifth State (2013). O envolvimento nas polêmicas (e fracasso) deste último devem ter prejudicado sua indicação ao prêmio como o corredor de Fórmula 1 Nick Lauda. O mais curioso é que Brühl nasceu na terra de sua mãe (Espanha) e ficou famoso por personagens alemães - graças aos genes paternos (um descendente de alemães nascido em São Paulo!). 

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