Julianne, a Melhor Atriz: Será que o Oscar vem?
Este foi sem dúvida um Festival de Cannes bastante diferente, não apenas pelo corpo de jurados feminino como nunca antes aconteceu nas suas mais de seis décadas de história, mas pelos ganhadores que, há muito tempo, não tinha um número tão grande de hollywoodianos premiados. Embora a concorrida Palma de Ouro esteja nas mãos do turco Winter Sleep de Nuri Bilge Celayn (do recém lançado por aqui Era Uma Vez em Anatólia/2012 e do celebrado 3 Macacos/2008), os outros ganhadores também tiveram certo brilho. A trama sobre um ex-humorista que administra um hotel enquanto cura a ausência da jovem esposa segue uma linguagem mais intimista e clássica do que o ganhador do ano anterior (o provocante Azul é a Cor Mais Quente/2013). Além disso, Bennett Miller, premiado como o melhor diretor já parece cavar sua vaga no Oscar (vale lembrar que seus filmes anteriores, o ótimo Capote/2005 e o superestimado Moneyball/2011 foram indicados anteriormente ao prêmio da Academia). Timothy Spall, muso de Mike Leigh foi finalmente celebrado como Melhor Ator, acho que Cannes lhe devia isso desde Segredos e Mentiras, ganhador da Palma de Ouro em 1996. Eu não poderia deixar de falar de Julianne Moore, que interpreta uma atriz veterana desesperada pelo "papel de sua vida" em Map To The Stars de David Cronenberg e foi considerada a Melhor Atriz do Festival. Será que o Oscar (que indicou a atriz quatro vezes, a ignorou uma dezena de outras e nunca a premiou) irá entender o recado? Sorte também teve nosso único representante em Cannes, o curta brasileiro Sem Coração, que mostrando um encontro de classes sociais distintas em Pernambuco levou o prêmio da Quinzena dos Realizadores. A seguir, todos os ganhadores:
PALMA DE OURO
“Winter Sleep” (Kis Uykusu), de Nuri Bilge Ceylan
Grand Prix
“Le Maraviglie”, de Alice Rohrwacher
Melhor Diretor
Bennett Miller, por
“Foxcatcher”
Melhor Ator
Timothy Spall, por
“Mr. Turner”
Melhor Atriz
Julianne Moore, por
“Maps to the Stars”
Prêmio do Júri
“Mommy”, de Xavier Dolan, e “Adieu au langage”, de Jean-Luc Godard
Melhor Roteiro
Andrey Zvyagintsev e Oleg Negin, por Leviathan
MOSTRA UM CERTO OLHAR
"FEHÉR ISTEN", de Kornél Mundruczó
Prêmio do Júri
"TURIST", de Ruben Östlund
Prêmio Especial Um Certo Olhar
"THE SALT OF THE EARTH",
de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado
Prêmio de Conjunto
"PARTY GIRL" de Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis
Prêmio de Melhor Ator
David Gulpilil em "CHARLIE’S COUNTRY" de Rolf de Heer
SEMANA DA CRÍTICA
Grande Prêmio Nespresso
"The Tribe", de Myroslav Slaboshpytskiy
Prêmio Revelação
"The Tribe", de Myroslav Slaboshpytskiy
Prêmio SACD
"Hope", de Boris Lojkine
Prêmio Descoberta para Curta-Metragem
"A Ciambra", de Jonas Carpignano
Prêmio Canal para Curta-Metragem
"Crocodile", de Gaëlle Denis
Garantia de Distribuição da Fundação Gan
"The Tribe", de Myroslav Slaboshpytskiy
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