segunda-feira, 30 de abril de 2018

Na Tela: Vingadores - Guerra Infinita

Thanos: vilão com causa. 

Comemorando os dez anos dos filmes do Estúdio Marvel no cinema, eles resolveram lançar o filme mais aguardado do ano: Vingadores - Guerra Infinita. Desde que o filme começou a ser feito surgiram os boatos de que alguns personagens poderiam morrer durante a trama (levando em consideração que o contrato de muitos deles estão chegando ao fim a tensão só aumentava), mas, diante do silêncio notável na sala em que assisti ao filme, nada havia preparado o público Marvel para o que vimos na tela. Famosos (e criticados) por sua fórmula de ação e piadinhas, não se pode negar que o Estúdio revolucionou a forma de fazer filmes de heróis. Se o sucesso de X-Men (2000), pela Fox, provou que filmes de heróis poderiam ser feitos com seriedade, os filmes da Marvel mostraram que além de todas as qualidades, eles poderiam interligar todo um universo como as HQs fazem há décadas. Obviamente que foram anos de planejamento e com escalação meticulosa de vários profissionais (especialmente atores, diretores e roteiristas...) para colocar ordem na casa e criar uma estratégia de lançamento revolucionária (e que a Warner ainda pena para fazer o mesmo com o Universo DC por pressa na substituição do planejamento). Em dez anos a Marvel aprendeu a apresentar seus heróis em filmes independentes, mas interligados, para não ter que gastar tempo apresentando suas histórias pessoais quando se encontram na tela (e mesmo quando retomam um personagem clássico feito o Homem-Aranha, que ainda tem os direitos detidos pela Sony, eles sabem que todo mundo já sabe quem é Peter Parker), a ideia deixa os filmes mais enxutos e com ritmo mais envolvente. Por conta desta bem sucedida estratégia que Vingadores - Guerra Infinita consegue ser uma sucessão de belas cenas de ação, mas que alterna seus climas e arcos de personagens sem prejuízo para o conjunto. É bonito de ver como o roteiro tem um fio condutor simples, mas que consegue colocar seus personagens no limite. Existem cenas de ação, aventura, romance, drama, tragédia, humor (sem exageros), uma mistura que surpreende o espectador à medida que o titã Thanos (ótima atuação de Josh Brolin através da captura de movimentos) busca as seis joias do infinito. As joias já foram apresentadas em vários filmes dos heróis ao longo da década, mas o desfecho desta busca deixa a plateia atônita diante da mudança de tom das outras aventuras do estúdio e a preciosa ideia de que nada será como antes. 

Vingadores e seus aliados: perto do fim. 

Embora o filme não tenha um roteiro mirabolante, ele serve bem às necessidades que os irmãos Joe e Anthony Russo tem em mãos com sua mistura dezenas de personagens em arcos que se desenvolvem de forma eficiente, e, no caso de algumas subtramas o resultado é brilhante. Tudo se encaixa na busca de Thanos, os relacionamentos entre Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettanny), assim como Gamora (Zoe Saldana) e Starlord (Chris Pratt), a rixa entre Capitão América (Chris Evans) e Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), a fuga de Thor (Chris Hemsworth) e os Asgardianos para a Terra, a revelação do reino de Wakanda para o mundo, a inconsequência do Homem-Aranha (Tom Holland) e no meio de tantas cenas de ação elaboradas, existem alguns momentos realmente perturbadores para os fãs. (SE VOCÊ NÃO VIU O FILME NÃO LEIA DAQUI EM DIANTE, SPOILER! SPOILER! SPOILER!) Embora o início apresente do que Thanos é capaz com duas mortes de personagens importantes do universo Marvel, o ponto de mutação da narrativa é quando Thanos precisa sacrificar Gamora. Naquele momento o silêncio da plateia chega a incomodar, me arrisco a dizer que é um daqueles momentos que se compara à revelão de Darth Vader para Skywalker. É de uma tristeza tão profunda (especialmente para os fãs das gaiatices dos Guardiões da Galáxia) que os diretores fizeram o favor de não ouvirmos os gritos da heroína e apenas elevar a trilha deprimente. Não sobrou um coração inteiro no cinema naquele momento. Ali percebermos que tudo pode acontecer, tanto que as baixas seguintes não me causaram o mesmo impacto, especialmente quando metade do universo vira pó. É uma ousadia que funciona para fechar este ciclo do estúdio e para criar novas regras e cenários para os próximos filmes. No entanto, a ousadia não mexeu nos Vingadores originais (o que só aumenta a impressão de que tudo irá se resolver em Vingadores 4, previsto para 2019, ou nos próximos filmes Marvel), além disso com a iminência de Capitã Marvel (que será vivida por Brie Larson), Homem-Formiga e Vespa (Paul Rudd e Evangeline Lilly que voltam ao cinema ainda este ano), além do aposentado Gavião Arqueiro (Jeremy Renner que se aposentou no filme anterior), revelam que os sobreviventes terão reforços para enfrentar Thanos mais uma vez e mostrar  que o equilíbrio do universo se faz de outro jeito que não seja o genocídio. Diante de tudo isso, o grande destaque do filme acaba sendo o próprio Thanos. Com seus olhos e fala serenas diante de uma missão que ele mesmo criou para si e que causa a morte de zilhões de seres em todo o universo. Sua personalidade assusta o espectador e o coloca no posto de candidato a melhor vilão da Marvel, especialmente por render analogias dolorosas sobre o mundo real.

Thor encontra a filha de Thanos: perigo à vista. 

Vingadores - Guerra Infinita (Avengers - Infinity War / EUA-2018) de Joe e Anthony Russo com Josh Brolin, Robert Downey Jr., Zoe Saldana, Chris Pratt, Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Dave Bautista, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch, Tom Holland, Chadwidk Boseman e Samuel L. Jackson. ☻☻☻☻

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