Mireille e Brad: mais do mesmo.
Filmes de zumbis costumam ser bem parecidos entre si. Tenho a impressão que até os resultados nas bilheterias costumam ser parecidos. É verdade que existem algumas exceções que vez por outra sacodem o gênero - como Extermínio (2002), Todo Mundo Quase Morto (2004) e até Meu Namorado é Zumbi (2013). Se Extermínio deu novo fôlego ao gênero com zumbis ágeis e furiosos, os outros chamaram a atenção pelo olhar cômico desses mortos-vivos. Guerra Mundial Z também tem um diferencial que fez toda a diferença nas bilheterias mundiais: Brad Pitt. Em geral o filme de Marc Foster (Dá para acreditar que ele foi revelado com o pesadão A Última Ceia/2001 que rendeu o Oscar para Halle Berry?) é bem parecido com muitos outros, mas é inevitável imaginar que o nome do astro deu crédito para a produção torrar em efeitos visuais e campanhas de marketing numa trama que tem como maior diferencial uma guerra em escala mundial com os zumbis. Pitt interpreta Garry Lane, um agente da ONU que decidiu dedicar mais tempo à família. Tudo vai bem até um dia em que uma misteriosa doença começa a transformar a população em zumbi e ele é convocado para combater a propagação da doença. O suspense é mantido pelo fato de ninguém saber muito bem como a propagação se iniciou, ao mesmo tempo em que nem os personagens se convencem de que aquela multidão ensandecida é formada por mortos-vivos (ou seja, zumbis). O que existe é uma série de boatos que começam a ser perseguidos em busca de pistas sobre a origem da propagação, além de busca por soluções. Existem procedimentos curiosos (como a população inteira que arrancou todos os dentes para conter o contágio por mordidas ou a muralha feita para evitar o contato com zumbis) que dão até algum charme para o roteiro baseado no romance escrito pelo "especialista" em zumbis Max Brooks (autor do antológico The Zumbi Survival Guide, com dicas para sobreviver a um apocalipse zumbi), mas em geral o filme não foge muito ao que se viu em outros do gênero. Talvez, a maior diferença seja o impasse que Garry Lane enfrenta por conta da família pela qual deixou a carreira de lado, afinal, enquanto ele está em missão para a ONU a família está segura num navio que serve de base militar, se ele perecer... a família deixa de ter prioridade entre os refugiados e voltará para terra firme com o bando de zumbis. Trata-se de um drama que aparece de vez em quando entre as cenas de ação (em que Marc Foster consegue empolgar mais do que sua experiência anterior com filmes de ação: 007 - Quantum of Solace de 2008), mas que não oferece muito material para Brad Pitt trabalhar. Eficiente, mas sem muito para fazer em cena, Pitt pareceu ter feito o longa para descansar das densas produções em que atuou nos últimos anos (que o colocaram várias vezes na lista das premiações mundiais). Valeu a pena, já que o filme foi bancado pela produtora de Pitt (a Plan B) e lhe rendeu o maior sucesso da carreira desde Sr. e Srª Smith (2005). Devo admitir que os efeitos são os melhores que já vi no gênero e a multidão de zumbis que se propaga impressiona (assim como o momento em que as vítimas se transformam entre convulsões e espasmos), mas o que difere o filme de tantos outros não é a história, mas a sua qualidade técnica. O que mais me deixou feliz ao ver o filme foi Mireille Enos (que interpreta a subaproveitada esposa de Garry Lane) cavando seu lugar no cinema depois de seu excepcional trabalho no seriado The Killing. A ruiva fez três filmes em 2013 e tem mais três preparados para o ano que vem.
Guerra Mundial Z (War World Z/EUA-2013) de Marc Foster com Brad Pitt, Mireille Enos, Matthew Fox, David Morse e Moritz Bleibtreu. ☻☻
Nenhum comentário:
Postar um comentário