A Grande Família em Woodstock: cadê o muito mais?
Os anos em que Jane Fonda ganhou seus Oscars deixam claro o tempo em que a atriz era musa em Hollywood. O primeiro ela recebeu em 1972 como a prostituta de Klute - O Passado Condena e o segundo por Amargo Regresso em 1979. No currículo a atriz obteve outras cinco indicações ao careca dourado. Depois de atuar ao lado de Robert DeNiro em Stanley & Iris (1990) a atriz resolveu dar uma longa pausa na carreira, retornando às telas em 2005 na comédia A Sogra ao lado de Jennifer Lopez. Ainda atraente e divertida, a personagem era uma espécie de brincadeira com a imagem de diva que a atriz ostenta ainda hoje - sem falar que vê-la espinafrando Jennifer Lopez era divertido. A segunda brincadeira não foi tão legal Ela É A Poderosa (2007) já parecia sem muito fôlego. E Se Vivessemos Todos Juntos (2011) também valia mais pelo elemento nostálgico do que pelos méritos do filme em si. Houve quem ficasse animado quando ela se juntou ao veterano Bruce Beresford (Conduzindo Miss Daisy/1989), mas o sinal vermelho soou assim que o filme estreou. Não que Paz, Amor e Muito Mais seja um filme ruim, mas ele nunca aprofunda os seus temas, tudo é superficial ao ponto de até as risadas serem brandas. O que torna a experiência ainda mais decepcionante é que o filme conseguiu juntar um grupo de bons atores que se esforçam para tirar o filme do ponto morto. O filme parte da crise no casamento de Diane (Catherine Keeener), advogada bem sucedida que diante do desmoronamento do lar, parte com os filhos (Elizabeth Olsen e Natt Wolff) para a casa da mãe, Grace (Jane Fonda), seria uma história como tantas outras se a matrona não morasse em Woodstock e vestisse totalmente o papel de hippie que parou no tempo. É até engraçado ver a chegada da certinha Diane ao lar da mamãe, dando para perceber porque elas ficaram sem contato por tanto tempo. Sabe a história dos pais caretas que costumam ter filhos certinhos? É por aí. Da mesma forma, os filhos de Diane sentem-se atraídos por aquele ambiente em que Grace parece ser um símbolo vivo do movimento hippie. Existem várias piadinhas pontuais sobre conflitos entre os membros da família e todo mundo terá sua chance de arrumar um par. A neta natureba irá se apaixonar por um açougueiro com cara de modelo (Chace Crawford), o neto com pretensões de cineasta gostará de uma jovem riponga e até Diane irá se envolver com um marceneiro romântico (Jeffrey Dean Morgan). As gracinhas acontecem com algumas briguinhas no caminho e no final você sabe que tudo irá se resolver da melhor forma possível no roteiro previsível e água com açúcar. Desde o seu retorno à telona, Grace é o papel mais sem graça de Jane Fonda. Sua personagem nunca se concretiza, se configurando mais como um acessório para a narrativa do que propriamente um sujeito da história. Além disso, a direção de Beresford não se arrisca no formato de filme família com toques melodramáticos (maconha? Ah, vai, todo filme independente tem cena com baseado...). Apesar do esforço do elenco e da aura simpática o filme fica devendo o "muito mais" que anuncia. Tudo é bastante convencional, previsível e esquecível. Pelo menos Fonda anda se dedicando à prestigiada série The Newsroom da HBO. Saudades de Barbarella...
Paz, Amor e Muito Mais (Peace, Love & Misunderstanding - 2011) de Bruce Beresford com Jane Fonda, Cahterine Keener, Jeffrey Dean Morgan, Elizabeth Olsen, Chace Crawford e Kyle MacLachlan. ☻☻
Paz, Amor e Muito Mais (Peace, Love & Misunderstanding - 2011) de Bruce Beresford com Jane Fonda, Cahterine Keener, Jeffrey Dean Morgan, Elizabeth Olsen, Chace Crawford e Kyle MacLachlan. ☻☻
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