Franco e seus convidados: piadas no apocalipse.
Nada como juntar os amigos e fazer uma farra, mas quando essa farra acontece quando se está trabalhando o efeito deve ser ainda maior. Essa foi a sensação que tive ao assistir ao besteirol É o Fim, idealizado por Seth Rogen e estrelado por ele, James Franco e sua patota. Sob a premissa de contar o fim do mundo de acordo com o texto bíblico do apocalipse, o roteiro serve de colagem para uma série de situações cujo o único objetivo é fazer o espectador rir. É verdade que não é para o gosto de todo mundo a quantidade de bobagem presente no filme, mas se você entrar no clima as gargalhadas serão muitas. Existe um subtexto de camaradagem e amizade, mas o que vale mesmo são as brincadeiras dos atores interpretando a si mesmos de acordo com a forma como as pessoas os enxergam (Jonah Hill é o bom moço, James Franco é arrogante e alvo de boatos sobre sua sexualidade, Jay Baruchel é o rapaz que tenta se enturmar e não consegue...) enquanto o mundo está acabando. Tudo começa quando Seth Rogen convida o amigo de muitos anos Jay Baruchel para uma festa na casa de James Franco. Jay não demonstra estar muito animado, mas vai mesmo assim como uma forma de se reconciliar com o amigo, com quem quase não tem contato. Chegando na festa existe um bando de celebridades em participações especiais (Rihana, Jason Segel e Michael Cera que interpreta uma personalidade mais desinibida do que vemos nos filmes em que encarna o eterno adolescente desajeitado). A festa ocorre bem em seus excessos, mas uma série de acontecimentos estranhos começam a aparecer. Luzes brancas levam pessoas não se sabe para onde e um enorme buraco se abre para engolir boa parte das pessoas. O excesso de desespero pode causar risadas na plateia e a coisa permanece misteriosa quando Seth, Franco, Jay, Jonah, Craig Robinson e Danny McBride (o penetra na festa de Franco) ficam isolados na casa do anfitrião em meio à sua coleção obras de arte de gosto duvidoso. Cenas como a contagem de alimentos, a busca de água, a visita de Emma Watson e as explicações de que estão diante do fim do mundo convivem num ritmo apressado e que não tem a mínima pretensão de ser levado a sério. Apesar dos efeitos especiais, tudo é descaradamente absurdo e divertido. Não sou muito fã desse tipo de filme que exagera nas baixarias para fazer rir, mas a forma como os atores brincam com os estereótipos que lhes cabe é bastante engraçado. Destaco a cena em que Jonah Hill está possuído e o filme consegue conjugar muito bem uma mistura de terror com humor que eu não via tão eficiente desde o primeiro Pânico (1996) de Wes Craven. Acrescente uma discussão despretensiosa sobre o que é ser bom, digno de salvação, cenas pós-apocalípticas com bons efeitos especiais e a vontade ilimitada de se fazer rir e você terá uma ideia do que é o filme até o final paradisíaco mais nonsense de todos os tempos. Agora só falta avacalhar outros gêneros para ficar ainda melhor!
É o Fim (This is The End/EUA-2013) de Evan Goldberg e Seth Rogen com Seth Rogen, Jay Baruchel, James Franco, Jonah Hill, Craig Robinson, Danny McBride, Michael Cera e Emma Watson. ☻☻☻
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