Bruce Dern (Nebraska) Desde que o filme de Alexander Payne foi exibido em Cannes, o nome do veterano Bruce Dern estava escrito nessa categoria. Aos 77 anos ele conquistou sua segunda indicação ao Oscar (a primeira foi em 1934 com Amargo Regresso/1979). Dern participou de clássicos como O Grande Gatsby (1974) e Trama Macabra (1976), além de sucessos recentes como Django Livre (2012) e Monster (2003), mas foi na pele do senhor que parte de Montana para Nebraska com a intenção de receber um prêmio de um milhão de dólares que lembraram o quão talentoso é o pai de Laura Dern! Mesmo que não ganhe, sua indicação já é bastante emocionante!
Christian Bale (Trapaça) É engraçado ver o efeito de vestir a capa de Batman na carreira de Bale, o cara já era bom ator desde moleque - quando estreou em Império do Sol (1987). Desde que virou herói o Homem Morcego ele foi indicado e ganhou o Oscar de coadjuvante por O Vencedor (2010) de David O. Russell. Agora, o mesmo Russell, ajudou a colocá-lo no páreo da categoria principal pela interpretação do trambiqueiro Irving Rosenfeld que é forçado a trabalhar com o FBI para caçar políticos corruptos. Pelo visto, a imagem de um Bale barrigudo e de bigode não atrapalhou a Academia a perceber seus méritos! Parece até que depois de ser magrelo e sarado, só faltava ser pançudo!
Leonardo DiCaprio (O Lobo de Wall Street) O Oscar desse ano surpreendeu a indicar três atores que trabalharam em comédias (Bruce, Bale e DiCaprio) - o que prova uma mudança no tom da Academia (e poderia ter outros dois na categoria sem causar surpresas, mas disso eu falo depois). Depois de anos em que suas boas atuações foram esquecidas (Django Livre/2012, J.Edgar/2011, Ilha do Medo/2010), Leo volta com força na insana biografia de Jordan Belfort - funcionário de Wall Street que se envolveu com drogas variadas, álcool, dólares e crimes variados. Prestes a completar 40 anos, a energia de sua atuação já valeu o Globo de Ouro pela atuação e é um dos candidatos mais fortes da categoria (e seu histórico de três indicações que não vingaram por Gilbert Grape/1993, O Aviador/2004 e Diamante de Sangue/2006 ) deve sensibilizar o eleitorado pela sua quarta parceria com o mestre Martin Scorsese.
Matthew McConaghey (Clube de Compras Dallas) Nada que uma bela morena brasileira não dê jeito. Desde que se casou com a modelo Camila Alves a carreira do moço deu um salto impressionante (talvez por ter três filhos para sustentar). Matthew sempre foi bom ator (basta lembrar de seus primeiros filmes como Tempo de Matar/1996 e Contato/1997), mas depois do sucesso Como Perder Um Homem em Dez Dias (2003) ele parecia acomodado em comédias românticas. Depois que mostrou que queria ser sério no fraco O Poder e A Lei (2011), os diretores voltaram a considerá-lo para papéis desafiadores como em Killer Joe (2012), Magic Mike (2012) e Amor Bandido (2013). Se nenhum dos três sensibilizaram a Academia, nada como perder dezenas de quilos e viver um soropositivo que contrabandeia remédios! Pelo papel o ator já recebeu o Globo de Ouro de ator de drama - e para levar o Oscar terá que bater em seu colega de cena em O Lobo de Wall Street...
Chiwetel Ejiofor (12 Anos de Escravidão) O nome é complicado, mas faz tempo que Chiwetel mostra-se um ator que merece atenção. Nascido em 1977, esse britânico filho de nigerianos já fez dezenas de filmes com diretores do calibre de Steven Spielberg (Amistad/1997), Stephen Frears (Coisas Belas e Sujas/2002), Woody Allen (Melinda & Melinda/2004), Spike Lee (O Plano Perfeito/2006), Alfonso Cuarón (Filhos da Esperança/2006) e Ridley Scott (O Gângster/2007). A cada filme sabíamos que ele estava mais perto de ser indicado. Ejiofor concorre ao Oscar pela primeira vez pela biografia de Solomon Northup, um homem livre novaiorquino que (por ser negro) é confundido com um escravo às vésperas da Guerra Civil nos EUA. Eu não me surpreenderia se o ator levasse o prêmio, mas não lembro quando foi que a disputa estava tão acirrada na categoria.
O ESQUECIDO: Oscar Isaac (Balada de Um Homem Comum) Quando começaram as apostas para o Oscar eu imaginei que ele tinha chances de ser indicado ao Oscar, mas conforme o filme dos irmãos Coen perdia fôlego nas bilheterias... Oscar Isaac ainda é pouco conhecido (e talvez por isso sua ausência doeu mais do que Joaquin Phoenix que com Ela poderia ter recebido sua quarta indicação à estatueta), mas o ator costuma sempre defender bem os seus papéis - seja galanteador em W/E (2011), vulnerável em Drive (2011) ou perigoso em Sucker Punch (2011) ou sério em Alexandria (2009). Inside Llewyn Davis lhe confere o papel de um cantor de música folk cujo a carreira nunca decola. Alguns ficaram surpresos de ver que, num papel mais complexo, o ator consegue aprofundar-se muito bem.
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