Jolie: estado de graça em clássica vilã da Disney.
Consagrado como um dos maiores sucessos do ano, Malévola comprova o poder de fogo de Angelina Jolie perante o público. Parece óbvio, mas uma atriz ser valorizada nas bilheterias é algo mais complicado do que parece (Nicole Kidman que o diga!), basta perceber quanto os salários das atrizes é menor do que dos atores. Ainda que Jolie seja a atriz mais bem paga do cinema, seu salário ainda é inferior ao maior de Hollywood (que é Robert Downey Jr. que por conta da popularidade de Homem de Ferro chega a receber 50 milhões para dar as caras num filme da Marvel). Talvez cansada desse mercado machista, Jolie vive declarando que irá se aposentar da carreira de atriz (e por isso a expectativa pelo seu novo filme como diretora, o drama Invencível, está nas alturas). Nem parece, mas a imagem de Jolie ficou afastada quatro anos das telas (tempo suficiente para se recuperar do mico O Turista/2010 e cuidar da saúde). O fato é que a esposa de Brad Pitt precisou apenas catapultar a versão moderna de A Bela Adormecida (1959) para o topo das bilheterias - e nos lembrar do valor que possui em Hollywood. Ao encarnar uma das vilãs mais populares da Disney os críticos foram unânimes em declarar que sua atuação é melhor do que o filme precisava - e isso fez diferença na perspectiva de quem comprou o ingresso. Malévola, conta a história nas entrelinhas da clássica história de Charles Perrault, mostrando a maldição da princesa Aurora (a sempre confiável Elle Fanning) pela ótica da vilã. Todo mundo sabe que Malévola amaldiçoa a princesa ainda bebê para que, quando crescida, ela espete o dedo numa roca de fiar e adormeça até receber um beijo do verdadeiro amor. Mas a história de concentra nas motivações de Malévola para realizar tal feitiço - e está longe de ser o fato de não ser convidada para uma festa. Sendo assim, a personagem é apresentada como uma espécie de entidade protetora da natureza que tem sua confiança traída pelo futuro rei Stefan (quando crescido será vivido por Sharlto Copley), o que irá acarretar a história que todos nós crescemos ouvindo. Se existe um problema no filme é obedecer a cartilha de tornar bonzinho clássicos da vilania cinematográfica - a mesma cartilha que repaginou Hannibal Lecter e Darth Vader no cinema contando a "história antes da história". A vantagem é que Angelina Jolie aparece em estado de graça na personagem! Seus olhares, sorrisos e gestos evocam diretamente a personagem que guardamos na lembrança (e a atriz ainda prova estar se divertindo um bocado). No entanto, não podemos esquecer que Malévola é fruto da nova onda hollywoodiana de modernizar clássicos infantis, nesse quesito, torna-se o mais caprichado dentre as releituras com uma história redonda, simples e eficaz - ainda que tenha que lidar com o peso de fazer um ser chamado Malévola ser digna de confiança e atos nobres. Quanto à estreia na direção de Robert Stromberg (profissinal de efeitos especiais), ele sabe que tem melhorar um bocado, por isso fez questão de escolher bons atores para os papéis principais, no entanto, o melhor ingrediente do filme ainda é sua atriz principal.
Malévola (Maleficent/EUA-2014) de Robert Stromberg com Angelina Jolie, Elle Fanning, Sharlto Copley, Sam Riley, Juno Temple, Imelda Staunton, Lesley Manville e Brenton Thwaites. ☻☻☻
Malévola (Maleficent/EUA-2014) de Robert Stromberg com Angelina Jolie, Elle Fanning, Sharlto Copley, Sam Riley, Juno Temple, Imelda Staunton, Lesley Manville e Brenton Thwaites. ☻☻☻
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