Cruise: desejo de popularidade depois dos 50.
Lembro que assisti ao primeiro filme da franquia Missão: Impossível no cinema. Era 1996 (Oh, Meu DEUSSS!!! Vinte anos se passaram desde que eu estava no Ensino Médio, ou melhor, Segundo Grau... saudades daquele tempo...), os filmes inspirados em séries de TV estavam no auge! Curiosamente, somente Mission: Impossible continua gerando filmes de bilheterias milionárias até hoje - e o mais importante em época de reboots e remakes: mantendo o mesmo astro no alto dos créditos. Embora ainda seja um dos rostos mais conhecidos de Hollywood, muita coisa mudou de lá para cá na vida e na carreira de Tom. Se na década de 1990 ele obteve duas indicações ao Oscar, na década seguinte ele teve que lidar com o fim do seu casamento com Nicole Kidman, o início do relacionamento com Kate Holmes e vários comentários sobre suas esquisitices. Depois de alguns filmes que não empolgaram, Cruise teve que reformular a carreira e após 2010 tornou-se herói de filmes de ficção científica e ação. Esqueça os trabalhos com diretores "sérios" e indicações a prêmios, aos 53 anos, a estratégia do ator é tornar-se popular novamente com sequências variadas (Missão 6, Jack Reacher 2 e até a continuação de Top Gun estão na lista). Ele sabe que o tempo de astros garantindo milhões de bilheteria já passou, o que vale agora são franquias de sucesso - pelo menos até os efeitos do tempo chegarem e os papéis sérios voltarem ao cento de sua carreira. Enquanto a fase pós-50 não vem, assisti ao sucesso Missão Imposível: Nação Secreta sem muito entusiasmo. Acho que nunca havia percebido como todos os filmes são, sendo variações de uma mesma história: a agência está em perigo, Hunt é perseguido enquanto é o único capaz de salvar a agência, várias cenas de ação e duas sequências memoráveis entre o início e o fim do episódio parecem ser as regras da franquia. Neste episódio, além da agência estar em risco por iniciativas governamentais (aqui representada por Alec Baldwin), o herói Ethan Hunt (Cruise) terá que agir fora dos protocolos (mais uma vez) para destruir uma sociedade secreta chamada de Sindicato, que possui membros tão bem treinados quanto ele. Na empreitada ele conta com os parceiros de costume Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames), além do engravatado William Brandt (Jeremy Renner) apresentado no filme anterior. Em sua nova missão, Hunt irá cruzar com a misteriosa Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), que nunca deixa muito claro de que lado ela está. Christopher McQuarrie (famoso por seu Oscar pelo roteiro original do fascinante Os Suspeitos/1995) nunca empolgou muito como diretor, mas Cruise parece ter gostado de trabalhar com ele em Jack Reacher/2012 e o escalou para dirigir dois de seus novos filmes. McQuarrie cria uma ambientação menos glamourosa para o filme, o que o torna um tanto cru, mas entrega duas cenas de ação mirabolantes que devem agradar os fãs: a famosa cena de Cruise pendurado num avião e a filmada dentro do tanque de segurança - que é a melhor sequência do filme. Tirando esses momentos, o filme me pareceu um tanto burocrático, sem grandes surpresas e desprezando o fio condutor familiar de Hunt que dava alguma liga aos dois filmes anteriores (além de seus amigos coadjuvantes fazerem mais do mesmo). Missão Impossível: Nação Secreta é o tipo de filme de ação que os fãs curtem, mas que não traz nada de especial, está longe da atmosfera do primeiro ou da renovação proposta pelo terceiro. Pelo menos aproveita mais o vilão do que o longa anterior e escapa de ser tão ruim como o segundo... ou seja, fica em quarto lugar no meu ranking da milionária franquia - mas é hora de inovar.
Missão Impossível: Nação Secreta (Mission Impossible: Rogue Nation/EUA-2015) de Christopher McQuarrie com Tom Cruise, Jeremy Renner, Rebecca Ferguson, Simon Pegg, Ving Rhames, Alex Baldwin e Sean Harris. ☻☻
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