Scott, Taylor, Jason e Judith: a noite mais perigosa de todas!
Além de berço do movimento grunge, existe um consenso de que a chuvosa Seattle é uma das melhores cidades para se criar um filho - talvez por isso seja a cidade mais densamente povoado do estado de Washington. É de lá que vieram Alex (Adam Scott) e Emily (Taylor Schilling) um casal feliz que resolveu mudar-se para ensolarada Califórnia com o pequeno RJ (R.J. Hermes). Apesar da afinidade, o casamento da dupla precisa superar alguns desafios que vão para além do sustento ficar por conta do trabalho de Emily. O problema é sugerido na cena inicial, mas será retomado mais adiante quando eles se aproximarem dos pais de um menino com que RJ faz amizade numa festinha. Kurt (Jason Schwartzman) e Charlotte (Judith Godrèche) moram num casarão e parecem os melhores anfitriões do mundo quando os novos amigos os visitam a primeira vez. No entanto, depois que os meninos dormem, algumas atitudes fazem a desconfiada Emily perceber que existe algo de estranho no ar. Produzido pelos irmãos Jay e Mark Duplass, o filme tem o típico tom de comédia indie assinada pelos dois, mas a direção de Patrick Brice incrementa ainda mais a graça conjugada à tensão do que acontecerá a cada ato que se sucede. Passando pelo vídeo protagonizado por Charlotte, o atelier de Kurt (com seu quadros sugestivos), o banho de piscina durante à madrugada... tudo é pontuado com diálogos insinuantes que tornam as suspeitas de Emily ainda mais palpáveis para o público. Virando a Noite brinca com a rotina do casamento e fantasias sexuais com uma habilidade rara, sem cair na baixaria (e existem muitos momentos que isso realmente poderia ter acontecido) e lida com a nudez de seus personagens com uma naturalidade difícil de encontrar. Misturando o que é suspeita e o que é real, o resultado consegue ser uma comédia adulta interessante que pode gerar debates por horas entre os casais que o assistirem. Brincando com temas sérios, o resultado ainda consegue ser enxuto em seus 80 minutos de duração, alcançando seus objetivos com um grande eficiência - parabéns ao diretor esperto (que estava mais acostumado a lidar com filmes de terror como Creep/2014) e aos atores que tornam seus personagens em sujeitos comuns, pessoas que poderiam ser seus vizinhos ou até os pais do amiguinho do seu filho.
Virando a Noite (The Overnight/EUA-2015) de Patrick Brice com Adam Scott, Taylor Schilling, Jason Schwartzman, Judith Godrèche e R.J. Hermes. ☻☻☻
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