Mark, Phil, Christopher e Catherine: lavando a roupa suja de 25 anos!
Foi algo quase inconsciente adiar ao máximo para assistir O Último Concerto, afinal, ficou o longa ficou conhecido como um dos últimos trabalhos do grande ator americano Phillip Seymour Hoffman, que faleceu aos 46 anos em 2014. Assinado pelo ex-documentarista Yaron Zilberman, o filme se concentra nos membros de um prestigiado quarteto de cordas formado pelo veterano Peter Mitchell (Christopher Walken), o perfeccionista Daniel Lerner (Mark Ivanir) e o casal Robert (Seymour) e Juliette (Catherine Keener). Aos 25 anos de carreira, os músicos preparam para uma nova turnê e se deparam com a notícia de que Peter está com mal de Parkinson. Embora Peter já pense em alguém para substituí-lo - e manter a integridade artística de seu grupo, a notícia começa a revelar algumas fragilidades dos vários anos de convivência. A maior delas fica por conta de Robert demonstrar insatisfação em ser o segundo violinista do conjunto - e a sua sugestão de revezar a função com Daniel rende discussões com o colega e com a esposa Juliette, que percebe a fragilidade presente no grupo. Não demora muito para o próprio casamento da dupla começar a enfrentar problemas, colocando em risco a carreira de todos. Nesse momento, a participação da filha do casal, Alexandra (Imogen Poots) recebe destaque não apenas como estudante de música, mas pelo relacionamento cada vez mais próximo com Daniel (que no passado teve um relacionamento com a sua mãe). Como filme O Último Concerto demora a engrenar, se perdendo em divagações sobre a música e dispersando seu foco por mais tempo do que deveria, restando ao seu elenco competente a tarefa de prender a atenção da plateia. Sorte que eles conseguem, o problema é quando o roteiro começa a perder a mão no relacionamento da jovem Alexandra com os músicos que a cerca, resultando em algumas soluções apressadas e um tanto melodramáticas (a discussão da garota com a mãe é dura de engolir de tão forçada), no entanto, não deixa de ser interessante como o filme aponta para o desgaste de um grupo fechado que construiu um universo bastante particular durante seus anos de trabalho (nesses momentos o uso de cenas que reproduzem um documentário sobre o grupo consegue ser bastante revelador). No elenco, enquanto Mark, Catherine e Phillip tentam fugir do tom esquemático que o roteiro reserva aos seus personagens, Christopher Walken é o que mais acerta no tom do personagem que é funciona quase como o patriarca dos demais. Embora seu personagem seja pouco explorado, ele cumpre sua tarefa com bastante competência, tornando os dilemas de Peter bastante palpáveis para a plateia.
O Último Concerto (A Late Quartet/EUA_2012) de Yaron Zilberman com Christopher Walken, Phillip Seymour Hoffman, Catherine Keener, Mark Ivanie e Imogene Poots. ☻☻
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