Neste Halloween, em homenagem à campanha de Demi Morre para o Oscar por A Substância, resolvi tirar da tumba o Combo no blog, só para lembrar cinco atrizes que mereciam o reconhecimento da Academia e acabaram de fora do páreo de melhor atriz. Quatro são de obras recentes e a primeira colocada é a prova irrefutável de que o Oscar tem problemas com ótimas performances em filmes de terror.
05 Um Lugar Silencioso (2018) Em um mundo atacado por monstros alienígenas que surtam por qualquer barulho, Emily Blunt interpreta a mãe que precisa sobreviver com a família em meio ao caos. Alguns detalhes tornam a dramaticidade de sua personagem ainda mais alta: ela está grávida e em algum momento esta criança irá nascer de (parto natural) e irá chorar! O filme é uma experiência cinematográfica diferente, mas nada supera a cena do parto - que está entre uma das mais angustiantes da História do cinema. Emily está impecável! Só pela cena ela merecia uma indicação ao Oscar (que só lembrou dela esse ano por ser a Srª Oppenheimer). Dirigida pelo maridão John Krasinski, ela abre nossa lista porquê o prêmio do Sindicato dos Atores percebeu a gafe iminente e lhe premiou como melhor atriz coadjuvante pelo papel.
04 Hereditário (2018) Toni Collette já fez muitos papéis inesquecíveis no cinema e embora tenha recebido uma indicação por um filme de terror no passado (atriz coadjuvante por O Sexto Sentido/1999) imaginava-se que ela poderia repetir a façanha pelo papel da mãe que descobre uma trama macabra envolvendo toda a família. O filme de estreia de Ari Aster foi alçado rapidamente ao posto de um dos mais arrepiantes do gênero e muito se deve à intensidade das atuações. Na pele da mãe desesperada perante os acontecimentos inevitáveis em seu lar, Toni foi cotada ao Oscar de melhor atriz, mas teve que se contentar com as nomeações ao Critic's Choice, Gotham Awards, Independent Spirit e até o prêmio de melhor atriz no Brazil Online Film Awards!
03 Nós (2019) Muita atriz já foi indicada ao Oscar por muito menos do que Lupita Nyong'o fez neste filme de Jordan Peele. Ela vive Adelaide, uma mãe e esposa que vive uma vida confortável com o marido e os filhos, até que uma temporada na praia a faz reviver traumas da infância que parecia ter superado. Ao viver dois papéis completamente diferentes no mesmo filme, Lupita está magnífica e foi cotada para cravar mais uma indicação ao Oscar. A ganhadora do prêmio de melhor atriz coadjuvante por 12 Anos de Escravidão (2013) só não contava com a imensa resistência da Academia em reconhecer os méritos de uma atuação desse quilate em um filme de terror. A atriz foi indicada ao prêmio do Sindicato dos Atores por sua performance e ficou por isso mesmo.
02 Pearl (2022) A medalha de prata vai para a neta da Maria Gladys! O trabalho de Mia Goth na segunda parte da trilogia de Ti West rendeu inúmeros debates sobre o preconceito da Academia com atuações em filmes de terror. No entanto, muita gente imaginava que com o sucesso do filme e os elogios unânimes da crítica pela enlouquecida personagem (que mora em uma fazenda e sonha em ser uma estrela de cinema) alavancariam as chances de Mia conseguir uma indicação. Embora o trabalho dela seja um dos mais impressionantes daquele ano, o filme foi completamente esquecido pelo Oscar. Mia, que também ajudou no roteiro, teve que se contentar com as indicações ao Independent Spirit e ao Critic's Choice.
01 O Bebê de Rosemary (1968) Após assistir a este clássico de Roman Polanski eu tinha certeza que Mia Farrow foi indicada ao Oscar de melhor atriz. Ela está perfeita como a mulher grávida que suspeita que seu bebê não foi concebido em circunstâncias naturais. O clima de paranoia só cresce e a plateia se pergunta se Rosemary está falando a verdade ou só está delirando por conta de todas as mudanças que estão acontecendo no seu corpo. Clássico absoluto, o filme permanece no imaginário cinéfilo até hoje! Foi indicado ao Oscar de roteiro adaptado e ganhou o de melhor atriz.... coadjuvante para Ruth Gordon no papel da vizinha sinistra. E Mia? Nem foi indicada! A atriz foi lembrada no BAFTA e Globo de Ouro, mas virou consolação para as grandes atuações femininas do terror que foram desprezadas pela Academia.
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