COLIN FIRTH (O Discurso do Rei) Num ano curioso onde todos os outros concorrentes começam com a letra "J", o inglês está disposto a ganhar um prêmio que deveria ter recebido no ano passado por Single Man de Tom Ford. Firth, perdeu o Oscar para o seu (mais uma vez) oponente Jeff Bridges, mas neste ano ele é o favorito pelo papel do rei inglês George VI (o avô do príncipe Charles) que enfrenta problemas graves com a gagueira - o que afeta muito sua credibilidade perante os súditos. Pelo papel Firth já ganhou um punhado de prêmios da crítica (incluindo o Globo de Ouro) e até o BAFTA, dificilmente ele perderá o prêmio pela humana saga construção de um personagem que costuma ser visto com o distanciamento pela maioria da plebe global. Sem falar que sua derrota no ano passado causou insatisfação em muita gente que deve contemplar sua atuação neste ano mais uma vez. Apesar de ser muito querido entre diretores e atores, o ator ficou famoso quando interpretou o namorado certinho de Bridget Jones, o advogado Mark Darcy.
JAVIER BARDEM (Biutiful) O espanhol já tem um Oscar de coadjuvante na estante por sua atuação em Onde os Fracos não Tem Vez (2007) dos irmãos Coen. A primeira indiação ao Oscar foi em 2001 quando fez o poeta cubano Reinaldo Arenas em Antes do Anoitecer (2001) pelo qual ganhou o prêmio de ator em Veneza. Javier volta a falar espanhol neste dramalhão do diretor Alejandro Gonzalez Iñarritú, que apresenta a vida de Uxbal (Bardem), homem envolvido com imigrantes ilegais e que descobre que está com câncer. Não bastasse isso, Uxbal começa a ter visões com mortos e tenta melhorar sua vida rumo ao fim. O filme está longe de ser uma unanimidade, mas Bardem conseguiu elogios rasgados da crítica desde que o filme foi exibido em Cannes (de onde saiu com o prêmio de ator). Há quem credite parte de sua indicação a um badalado jantar promovido por Julia Roberts que sugeria uma indicação ao esposo de Penélope Cruz, que acabou prejudicado pelo lançamento tardio do filme nos EUA. A esta altura, os personagens garanhões nos filmes do tio Bigas Luna parecem estar cada vez mais distantes.
JAMES FRANCO (127 Horas) Faz um tempinho que James Franco vinha tentando provar que era capaz de ser mais do que coadjuvante. Foi quando vimos o cara em Milk (2008) que notamos que ele estava no ponto para ganhar um filme só dele. Bem, Danny Boyle achou a mesma coisa e chamou o cara para interpretar um dos filmes mais vertiginosos do século XXI. Franco é praticamente o único personagem em cena durante a duração de seu novo filme sobre a história real de Aron Ralston, um alpinista que ficou com o braço preso debaixo de uma pedra pelo tempo do título. A solução encontrada para não morrer? Cortar o próprio braço!! Mas até lá, Boyle e Franco mergulham nas lembranças de Aron. James foi um dos atores mais elogiados do ano por sua interpretãção. E foi até convidado para apresentar a cerimonia do Oscar ao lado de Anne Hathaway. Mesmo que não ganhe, ele nunca mais será lembrado como o amigo rico do Homem Aranha!
JESSE EISENBERG (A Rede Social) Lembro uma vez quando um renomado crítico brasileiro disse que Jesse era um "Michael Cera mais baratinho". Bem, ele terá que rever os seus conceitos. Enquanto Michael Cera esta sempre preso ao mesmo papel, Eisenberg mostra que pode dar conta de personagens mais complexos do que os presentes nas comédias em que costumava fazer. Jesse interpreta o criador do Facebook, Mark Zuckerberg com uma precisão assustadora, tanto no encadeamento das falas quanto no olhar intenso que alterna momentos de frieza e melancolia. Tá pensando que é fácil interpretar o nerd mais bem sucedido dos últimos tempos? Jesse cria um personagem que parece uma versão anabolizada do seu personagem de A Lula e a Baleia (2005). É o mais jovem entre os indicados deste ano (27 anos)
JEFF BRIDGES (Bravura Indômita) Veterano com cinco indicações anteriores ao Oscar (três de melhor ator coadjuvante por A Última Sessão de Cinema/1971, O Último Golpe/1974 e A Conspiração/2000) e duas enquanto melhor ator (Starman/1984 e Coração Louco/2009, pelo qual ganhou o Oscar no ano passado), o filho de Lloyd Bridges conseguiu sua sexta indicação ao prêmio e numa tarefa complicada: repetir o ex-xerife bêbado e caolho na refilmagem de um faroeste clássico que oscarizou John Wayne. O resultado parece ter agradado, já que o filme se tornou sucesso de público e crítica além de promover seu reencontro com os irmãos Coen - com quem fez o hilariante O Grande Lebowski (1998). Mas o fato de Bridges ter ganho o Oscar na última edição acaba trabalhando contra o seu desempenho.
O ESQUECIDO: ROBERT DUVALL (Get Low) Quando Get Low estreou em meados de 2010 muitos críticos clamaram uma indicação para Duvall por sua brilhante atuação como um caipira recluso que planeja seu próprio funeral. Com tom quase folclórico e com os boatos de que a trama humanista era baseada numa história real, as chances de Duvall foram crescendo, mas ao final do ano foi lembrado apenas em algumas premiações menores. Duvall acabou ficando de fora do Oscar e do Globo de Ouro mesmo que sua atuação seja considerada uma unanimidade entre público e a crítica. Os elogios devem servir de consolo ao veterano que possui um Oscar na estante por sua atuação em A Força do Carinho (1983) e cinco outras indicações ao prêmio (sendo a última por O Apóstolo em 1997).
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