sábado, 12 de fevereiro de 2011

INDICADOS AO OSCAR 2011: MELHOR ATRIZ

ANETTE BENING (Minhas mães e meu pai) Bening deve ter ficado muito feliz quando viu que Hillary Swank não estava no páreo neste ano. Afinal a atriz de Meninos não Choram (1999) e Menina de Ouro (2004) ganhou o prêmio nos anos em que a esposa de Warren Beatty era a favorita. Neste ano ela é indicada por interpretar uma lésbica intelectualizada que tenta conviver com o pai até então desconhecido de seus filhos. Pelo papel Bening já ganhou o Globo de Ouro de Atriz de comédia ou musical. Vale lembrar que esta é a quarta indicação da atriz que já concorreu ao careca dourado por três vezes, a primeira por Os Imorais (1990) na categoria de coadjuvante, depois por atriz em Beleza Americana (1999) e Adorável Julia (2004). Bening está cotada na categoria, especialmente pelo conjunto de sua obra e a coragem como assume as marcas do tempo em seu rosto. Ela merecia ainda uma indicação por Correndo com Tesouras (2006), mas isso já é outra história...

JENNIFER LAWRENCE (Inverno da Alma) Lawrence é quase uma novata no cinema, ela começou a chamar atenção quando fez Vidas que se Cruzam (2009) ao lado de Charlize Theron e Kim Basinger. Num dos filmes independentes mais cultuados da temporada, Jennifer interpreta uma adolescente que não tem tempo para gastar com futilidades. Cheia de tarefas para cuidar de sua família enquanto tenta descobrir o rumo de seu pai. O filme tranporta a atmosfera gélida e monstanhosa para as relações entre os moradores de uma pequena cidade. Lawrence foi muito elogiada pelo papel e não se surpreenda se ela sair premiada, já que não é pouco o esforço da moça num papel complexo e pesado. A repercussão de sua tarefa árdua foi a escalação para ser a jovem Mística em X-Men: First Class a ser lançado neste ano. Esta é a primeira indicação ao Oscar da atriz (ironicamente num ano onde todas as concorrentes já possuem pelo menos uma indicaçãono currículo).


MICHELLE WILLIAMS (Blue Valentine) Esta é a segunda indicação de Michelle ao Oscar e quem a conheceu no seriado Dawson's Creek e em produções inexpressivas como Halloween H20 (1998) sabe que seu ponto de mutação foi quando atuou em Brokeback Mountain (2005) onde conheceu Heath Ledger - com quem casou, teve uma filha e hoje goza do título de viúva do ator. Além disso, Brokeback lhe valeu uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante (o que lhe deu cacife para estar em filmes de gente como Charlie Kaufnan e Martin Scorsese nos últimos anos). Em 2011 ela conseguiu sua indicação ao Oscar de atriz principal por conta deste desafiador filme independente de Derek Cianfrance. O filme acompanha um casal (Williams e Ryan Gosling)  até que a insatisfação dela com o casamento começa a prejudicar a relação. O mais legal do filme é o flashback que o filme traz mostrando o namoro que gerou o casamento. O filme é sucesso de crítica, especialmente pelo dueto impecável do casal, mas no fim das contas só Michelle foi indicada num dos anos mais concorridos da categoria.

NATALIE PORTMAN (Cisne Negro) É a favorita da categoria e deve levar o prêmio pela sua encarnação da bailarina perfeccionista que surta ao ser escalada para ser a protagonista do Lago dos Cisnes. Portman vai da alegria ao desespero numa das melhores atuações do ano, sem falar uma série de detalhes que ajudam muito: sua imagem de boa moça em contraste com a personagem perturbada, os quilos que perdeu para o papel, o fato de ter feito balé na adolescência, a forma sutil como sugere que existe uma loucura em sua Nina desde antes do filme começar. Nada mal para quem estreou no cinema aos 12 anos sob as mãos de Luc Besson. Portman já foi indicada ao Oscar, só que na categoria coadjuvante por sua atuação em Closer (2004) de Mike Nichols - era a favorita mas acabou perdendo para Cate Blanchett. O filme ainda serve para tirar o gosto de enfeite que lhe coube em Entre dois Irmãos no ano passado.

NICOLE KIDMAN (Rabbit Hole) Depois do divórcio com Tom Cruise em 2001 sua carreira deu um salto de qualidade impressionante. Sendo indicada ao Oscar pelo musical Moulin Rouge (2001) e ganhando no ano seguinte por encarnar Virginia Woolf em As Horas (2002), Kidman se dedicou especialmente a filmes árduos que poderiam ter lhe rendido uma penca de indicações (como Dogville/2003 e Margot e o Casamento/2007), mas as bilheterias modestas atrapalharam. Kidman ainda foi alvo de perseguição pelo uso de botox e deu azar até quando se metia em superproduções como o lesado Nine (2009). Ela chegou a anunciar aposentadoria, mas antes disso resolveu produzir um filme para ver se ainda tinha poder de fogo. Convidou John Cameron Mitchel (dos ousados Hedwig/2001 e Shortbus/2006) para adaptar a peça Rabbit Hole  sobre um casal que tenta superar a morte do filho. A tristeza de Nic no papel lhe rendeu elogios desde a primeira exibição do filme e a trouxe de volta ao páreo na noite mais cobiçada do cinema americano.

A ESQUECIDA: JULIANNE MOORE (Minhas mães e meu pai) Gostaria de saber o que a Academia tem contra uma das melhores atrizes do cinema atual. Moore já foi indicada ao Oscar quatro vezes, duas como coadjuvante - Boogie Nights (1997) e As Horas (2002) - e duas como atriz principal - Fim de Caso (1999) e Longe do Paraíso (2002). Ano passado ela poderia ter sido indicada por Direito de Amar (2009) por seus dez preciosos minutos ao lado de Colin Firth, mas a Academia esnobou. Neste ano a Academia fez a mesma coisa deixando a ruiva para escanteio pelo papel de homossexual com olhar bem diferente sobre o mundo do que o exibido por sua parceira vivida por Annette Bening em Minhas Mães e Meu Pai. O problema deve ter sido as duas serem pré-concorrentes ao prêmio de atriz. Seria mais fácil se Moore houvesse concorrido a uma vaga de coadjuvante, já que apesar de ser tão protagonista como Benning, o Oscar ainda é conservador demais para suportar duas personagens homossexuais na mesma categoria (sem falar que sua presença neste ano no rançoso Preço da Traição não deve ter ajudado) 

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