sábado, 29 de dezembro de 2018

MELHORES DA TV - 2018

2018 foi um ano estranho. Não houve as novas temporadas de Stranger Things, Veep, Mindhunter e Mr. Robot por motivos variados. A segunda temporada de Westworld rendeu mais roncos do que interesse e duas de minhas favoritas chegaram ao fim. Uma delas já era sabido, a outra pegou de surpresa todo mundo que ficou babando pela sua brilhante terceira temporada. Antes que eu diga mais do que eu devo, seguem os meus favoritos do ano:

SÉRIE DE COMÉDIA
Eu não imaginava que a minissérie Maniac seria meu programa cômico favorito da temporada, se ele não houvesse aparecido, provavelmente eu teria escolhido Silicon Valley (que ficou uma beleza sem o chato do T.J. Miller no caminho). Em Maniac, Cary Fukunaga acerta em cheio com um programa que flerta com a insanidade, com a identidade e muito delírio. Adoraria ver mais uma temporada, mas vamos ver o que acontece. Orange is The New Black acabou entregando sua temporada mais sombria, mas deixando sua carga cômica afiada. A segunda temporada de Glow também recebeu elogios, embora eu tenha curtido mais a primeira (e esteja muito ansioso pela terceira que vem por aí). Sem Veep no caminho, a HBO entregou a novata Barry que caiu no meu gosto nesta temporada. 

ATOR DE COMÉDIA
Primeiro deixa eu explicar que não sou grande fã de Jonah Hill (mesmo que o ex-gordinho tenha duas indicações ao Oscar no currículo). O fato é que diante das várias identidades assumidas nos devaneios de Maniac o rapaz se superou, por vezes era comovente, em outras era hilariante e entre uma e outra um sujeito comum. Seus colegas também estão muito bem em papéis bem diferentes entre si, mas foi Jonah que desafiou a própria versatilidade com vários papéis em uma única série. 

ATRIZ DE COMÉDIA
O mesmo serve para o trabalho de Emma Stone em Maniac. A atriz que tem um Oscar fresquinho na estante entregou o seu melhor trabalho demonstrando que sua veia cômica é realmente a mais latente. Parceira de Jonah Hill nas desventuras do labirinto mental proposto pela série, a atriz rendeu boas risadas em 2018. O mais engraçado é que a Netflix dominou a categoria com todas as concorrentes estando presentes em seu catálogo. 

ATOR COADJUVANTE 
A maior crueldade do ano foi a terceira temporada de Demolidor. A série apresentou episódios matadores e deixou o público com grande expectativa para a quarta temporada após a apresentação do vilão Mercenário vivido por Wilson Bethel no trabalho mais interessante da temporada. No entanto, nem o Rei do Crime de Vincent D'Onofrio teria a ideia de cancelar a série no auge do sucesso (gerando protestos infinitos de público e crítica). A maldade do serviço de streaming consegue ser ainda maior que a do misterioso Berlim (Pedro Alonso) de A Casa de Papel. Completando a disputa, Zach Woods aparece roubando a cena em Silicon Valley e o britânico Oliver Jackson-Cohen fez muita gente chorar no terror familiar de A Maldição da Residência Hill

ATRIZ COADJUVANTE
Patricia Clarkson é uma das minhas atrizes favoritas e se tornou um dos principais motivos para eu assistir o bocejante Sharp Objects até o fim. No papel de uma matriarca de voz tão macia quanto cortante, a atriz foi um arraso! Neste ano, outros trabalhos interessantes foram os de Sally Fields como a mãe psicanalista e Sonoya Mizuno como a auxiliar quase caricatural, ambas de Maniac. Kate Siegel também fez bonito como a irmã capaz de tocar as emoções dos outros em A Maldição da Residência Hill, assim como Alice Eve que deve voltar nas séries sobreviventes da Marvel como a vilã com dupla personalidade Mary Tifoyd da temporada final de Punho de Ferro.  

ATOR DE DRAMA
 Neste ano nos despedimos do espião russo mais querido das séries de TV, o Phillip (Matthew Rhys ) de The Americans. O ator viveu vários conflitos ao longo da série, sempre com uma dedicação absoluta, mas nada se compara às lágrimas do último episódio da temporada. A cena de sua ligação para o filho no último episódio da série é de rasgar o coração. Pelo trabalho o ator levou até o Emmy para casa e pode levar o Globo de Ouro também. Quem também concorre ao próximo Globo de Ouro é Daniel Brühl e Freddie Highmore em papéis que estreiam entre os meus favoritos. James Franco continua o esmero no papel duplo de The Deuce e Charlie Cox se despediu de Demolidor em grande estilo, retornando ao páreo após concorrer na primeira temporada da série. 

ATRIZ DE DRAMA
A sintonia entre Matthew e Keri Russell é tão grande que os dois casaram na vida real durante as filmagens de The Americans. Não faria sentido premiar um e não premiar o outro neste ano. Keri deixou a doce Felicity (cultuada série dos anos 1990) de lado e entregou uma atuação impecável como uma espiã dura na queda, mas que aos poucos começa a perceber que todos os riscos que correu foi por uma causa que viraria pó nos jogos políticos da Guerra Fria. Quase que Elisabeth Moss foi a eleita neste ano por seu trabalho primoroso no arrepiante The Handmaid's Tale. Claire Foy também continua fazendo bonito em The Crown, a australiana Toni Collette também teve um grande ano por seu trabalho no cinema e na série inglesa Wanderlust - onde se aventura pelo casamento aberto. Quem também chamou atenção na telinha foi Amy Adams, sendo um dos motivos para aguentar a trama inerte de Sharp Objects ao longo dos capítulos. 

SÉRIE DE DRAMA
A sexta temporada foi a despedida de The Americans, uma série que nunca fez sucesso proporcional às suas qualidades. A cada temporada os desafios do casal de espiões russos disfarçados em solo americano se tornavam maiores nos anos 1980 - e o programa se tornava cada vez melhor. Esta temporada foi um arremate brilhante para os anos em que acompanhamos Phillip e Elizabeth, tendo um dos últimos episódios mais sensacionais que já assisti na TV. Perto dele, todos os excelentes concorrentes ficaram em segundo plano. Sentirei saudade da série que nos deixa num período bastante complicado na política mundial. 

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