MICHAEL KEATON (Birdman)
Ele andava sumido faz tempo, parecia estar aguardando que alguém lembrasse dele. Pois o ator responsável por viver o Batman na década de 1990 voltou em grande estilo - e sua trajetória pessoal faz parte do encanto para o sucesso do filme de Alejandro Gonzalez Iñárritu. Keaton tem sua primeira indicação ao Oscar na pele do ator que busca o talento reconhecido com uma peça em que aposta suas últimas fichas de prestígio. Keaton está excepcional. Com ele em cena você nunca sabe se ele é um ator querendo ser reconhecido, ou se é um homem com super poderes que recusa-se a ser herói. Simplesmente genial.
EDDIE REDMAYNE (A Teoria de Tudo)
Aos 33 anos, a atuação de Redmayne ganhou força aos poucos na temporada de prêmios - desbancando os até então favoritos à categoria. Eddie vive o famoso cientista Stephen Hawking, que teve que aprender a lidar com uma rara doença degenerativa enquanto começava sua carreira acadêmica e o relacionamento com sua namorada, Jane. A tarefa do ator foi das mais difíceis ao viver cada passo da evolução da doença no organismo. É a primeira indicação ao Oscar de um ator que eu conheci (e detestei) em Pecados Inocentes (2007), mas que redimiu-se em Sete Dias com Marilyn (2011) e Os Miseráveis (2012).
BENEDICT CUMBERBATCH (O Jogo da Imitação)

Muita gente considerava que seria uma barbada para Cumberbatch a categoria de melhor ator, mas conforme os filmes foram estreando, perceberam que era a temporada mais acirrada da categoria em anos. Na pele do matemático Allan Turing, que durante a Segunda Guerra Mundial, teve a árdua tarefa de decifrar a máquina Enigma utilizada pelos nazistas (além de esconder a homossexualidade numa época que era considerado crime), Benedict está excelente! Ainda que não leve a estatueta para casa, novas oportunidades devem aparecer em breve. É a primeira indicação do ator inglês, que já participou de vários filmes que caíram na mira do Oscar como Desejo e Reparação (2007) e 12 Anos de Escravidão (2013)!
STEVE CARRELL (Foxcatcher)

Quem diria que o personagem mais esquisito no páreo seria vivido pelo comediante Steve Carrell? Depois de ser elogiado em Cannes e indicado ao Globo de Ouro, Carrell recuperou o fôlego no final da temporada como o excêntrico milionário, amante de luta-livre, Jon DuPont. Seria maldade diminuir sua atuação à maquiagem utilizada, já que o trabalho vocal e de corpo do ator impressiona por sua contenção. Desde a primeira cena percebemos que existe algo fora do lugar no mundo do personagem - e a história real contada no filme só retrata bem isso. Famoso por comédias como O Virgem de 40 Anos (2005), Uma Noite Fora de Série (2010) e Amor à Toda Prova (2011), o ator conseguiu sua primeira indicação ao Oscar por um papel bem diferente.
BRADLEY COOPER (Sniper Americano)

O ESQUECIDO: JAKE GYLLENHAAL (O Abutre)

Houve um tempo em que Jake era uma séria ameaça aos atores que quisessem ser indicados ao Oscar 2015 por sua atuação como o cameraman freelancer caçador de desgraças noturnas que alimentam um jornal sensacionalista. O ator foi indicado ao Globo de Ouro e suas chances pareciam concretas junto à Academia... mas ele ficou de fora dos indicados. A explicação talvez esteja no mórbido emagrecimento para viver o personagem Lou Bloom (ele perdeu 13 quilos). Depois de Matthew McConaughey e Jared Leto esqueléticos na cerimonia do ano passado por Clube de Compras Dallas, a cota de tranformações físicas do ano ficou com Steve Carrell e só (né Jennifer Aniston?). Jake já foi indicado ao Oscar de coadjuvante por Brokeback Mountain (2005) - e com seu gosto atual por personagens estranhos deverá ser indicado nos próximos anos.
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