quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

INDICADOS AO OSCAR 2015: Melhor Diretor

ALEJANDRO GONZÁLEZ IÑÁRRITU (Birdman)
Desde que estreou no cinema concorrendo ao Oscar de Filme Estrangeiro com o antológico Amores Brutos (2000) que o mexicano caiu nas graças da Academia - 21 Gramas (foi indicado a melhor ator, atriz e ator coadjuvante), Babel (total de sete indicações, duas para Alejandro como produtor e diretor), Biutiful (Melhor Filme Estrangeiro e ator para Javier Barden) -, mas é com o humor negro de estilo inigualável de Birdman (e seus bastidores vertiginosos da fama) que o cineasta está mais perto da estatueta, ou melhor, das estatuetas, já que Alejandro concorre como diretor, roteirista e produtor do filme. Com cinco indicações no currículo, é a segunda vez que concorre ao Oscar de direção. Favorito na categoria, a pergunta é se a Academia irá premiar um latino após a consagração de Alfonso Cuarón no ano passado por Gravidade.  


RICHARD LINKLATER (Boyhood)
Lidar com gravações esporádicas ao longo de doze anos para acompanhar o crescimento de seu protagonista é uma tarefa árdua - e isso deve pesar nos votos a favor de Linklater. Por registrar as mudanças sutis na vida de seus personagens ao longo dos anos (e controlar os ânimos de quem desanimava no caminho, caso de sua própria filha Lorelei Linklater), o ator recebeu sua primeira indicação ao Oscar de direção (ele também concorre como roteirista e produtor do longa). Nem parece, mas Richard já possui 54 anos e mantem seu estilo indie - que já concorreu ao Oscar como roteirista por Antes da Meia-Noite (2013) e Antes do Por-do-Sol (2004).

WES ANDERSON (O Grande Hotel Budapeste)
Com estilo bastante peculiar, Wes Anderson entrou no páreo de melhor direção pela primeira vez depois de concorrer como roterista (Os Excêntricos Tenenbaums/2001 e Moonrise Kingdon/2012) e melhor animação (O Fantástico Senhor Raposo/2009). Anderson conta a história de um concierge conquistador num hotel luxuoso na fictícia República de Zubrowka durante o período delicado entre guerras na Europa. É a primeira vez que seu cinema incorpora elementos mais violentos e sombrios. Lançado no início de 2014, sua vitória no Globo de Ouro renovou seu fôlego na memória dos votantes, parece que finalmente entenderam sua forma de pensar e fazer cinema!


BENNETT MILLER (Foxcatcher)
Miller é um querido da Academia, sua primeira indicação foi em sua estreia com Capote (2005), depois viu Moneyball (2011) ser indicado a seis Oscars e deixá-lo de fora do páreo de diretor. Com Foxcatcher o prêmio de melhor direção em Cannes deu força para quando já o consideravam fora da disputa. Ótimo diretor de atores, Miller conta a história da desastrosa ligação entre o milionário Jon DuPont com os irmãos lutadores Mark e Dave Schultz com toda a atmosfera desoladora que merece. Ainda que não tenha muitos fãs, Miller já pode ser considerado um dos cineastas mais respeitados dos EUA.  


MORTEN TYLDUM (O Jogo da Imitação)
Se a Academia sentir falta da maneira mais tradicional de fazer cinema, o ganhador deve ser o norueguês que tem a árdua tarefa de manter sóbrio um filme que poderia descambar facilmente para apelação. É a primeira vez que o diretor realiza um longa em inglês e a Academia reconheceu seu trabalho sobre o importante trabalho do matemático Alan Turing em  decifrar o código de comunicação nazista durante a Segunda Guerra Mundial (e sua perseguição por ser homossexual). O Jogo da Imitação está no páreo de outras oito categorias - e mesmo que não ganhe, Tyldum tem o passaporte para Hollywood garantido (já está produzindo Pattern Recognition baseado na obra de William Gibson)


A ESQUECIDA: Ava Duvernay (Selma)
Apesar de algumas imprecisões históricas (como a de vários outros filmes "baseado em história real" que estão no páreo desse ano), o trabalho bastante digno e envolvente de Ava Duvernay ao abordar uma figura tão adorada como Martin Luther King merecia ser reconhecido. A diretora dribla alguns cacoetes da indústria para lidar com figuras histórias ilustres e consegue fazer um filme sobre a luta pelos direitos civis sem perder a dimensão humana de seu maior protagonista. Não por acaso sua indicação era dada como certa. A não indicação fez a Academia perder a chance de fazer história: ela seria a primeira diretora americana negra indicada à categoria. 

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