domingo, 24 de dezembro de 2017

MELHORES DA TV - 2017

Em 2017 a produção de séries bateu um recorde, com aproximadamente, 500 programas do gênero sendo lançadas! Nesta leva me despedi de Girls (2012-2017), Halt and Catch Fire (2014-2017) e Orphan Black (2013-2017), não curti tanto como esperava a segunda temporada de Stranger Things (a campeã do ano passado), presenciei o nascimento de Deuses Americanos, surtei com Legião, vi Mr. Robot voltar aos trilhos em uma bela temporada e vi House of Cards cair em desgraça. Já me preparo psicologicamente para o fim de The Americans, Veep e o retorno de Westworld. Enfim, vamos aos meus favoritos do ano que chega ao seu final de temporada: 

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SÉRIE DE COMÉDIA
Pelo segundo ano consecutivo, Veep foi a série que mais me fez rir - o que foi uma surpresa já que eu não imaginava os caminhos que a série seguiria quando a vice-presidente Selina Meyer (Julia Louis-Dreyfus) saia da Casa Branca pela porta dos fundos (e com uma mão na frente e outra atrás), mas... os produtores provaram que para a vice mais que querida dos EUA não existem limites para passar vergonha! Duas novas séries chegaram no páreo: Glow e Dear White People, ambas com estilos bem diferentes do trivial e fazendo barulho com o humor mordaz. Duas veteranas Silicon Valley e Orange is The New Black também entregaram temporadas que deram repaginadas em seu andamento e ganharam destaque por aqui. 

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ATOR DE COMÉDIA
Eu não conhecia o trabalho de Marc Maron e fiquei impressionado com a sua desenvoltura como o criador da luta de mulheres em Glow, seu charme cafajeste desleixado incompreendido é um dos pontos altos da série composta por fortes presenças femininas - e ele não parece intimidado. Curiosamente, todos os seus companheiros de pódio vieram de programas da Netflix, sendo que Ansari já concorreu ano passado, Paul Rust aparece aqui pela primeira vez e Neil Patrick Harris também por sua personificação do estranho Conde Olaf. Vale lembrar que Titus Burgess ganhou tanto destaque que deixou de ser coadjuvante e ganhou mais destaque como protagonista ao lado de Unbreakable Kimmy Schmidt

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ATRIZ DE COMÉDIA
Acompanho o trabalho de Alison Brie desde que ela era uma das esposas exemplares de Mad Men. Depois ele provou que ficava mais a vontade fazendo palhaçadas em Community e depois de aparecer em alguns filmes ela finalmente ganhou o destaque que merecido como a atriz desempregada que se torna lutadora em Glow. Brie cria uma personagem cheia de nuances e que se torna uma delícia de acompanhar (especialmente quando entra no ringue). Acho que até Julia Louis-Dreyfus deu boas risadas com Alison durante o ano! Recém chegadas também são Betty Gilpin e Logan Browning vivendo personagens fortes em verdadeiras encruzilhadas emocionais. Se despedindo do pódio está Lena Dunhan que encerrou Girls num episódio final controverso, mas que era do jeito que ela queria. 

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ATOR COADJUVANTE
Se todos eram favoritos era hora de desempatar com algum critério: qual foi mais impressionante? Quem não teve arrepios com Cameron Britton como um dos prisioneiros mais assustadores dos Estados Unidos. Em Mindhunter o ator se transforma na pele do assassino Edmund Kemper - e sua presença é tão forte que ele aparece somente em três episódios e, mesmo assim, paira como um fantasma nos outros sete. Foi um trabalho exemplar que deve reaparecer na segunda temporada da série de David Fincher. Seu parceiro de elenco Holt McCallany, também merece ser lembrado, assim como Paul Bettany num papel que até poderia aparecer na mesma série, mas foi no pouco visto Manhunt: Unabomber. Eu também não poderia esquecer do crescimento de Andrew Ranells (especialmente do momento solo de Elijah) em Girls ou de Alfred Molina atiçando as divas em Feud

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ATRIZ COADJUVANTE
Sei que alguns vão dizer que Susan Sarandon é atriz principal de Feud, mas resolvi considerar que ela é coadjuvante. Afinal, existem episódios em que ela mal aparece e todo o foco é no olhar de Joan Crawford sobre sua rival Bette Davis. Além disso, o trabalho de Susan é tão magnífico que ela nem precisa ser a principal para chamar atenção, ela é mais do que antagonista da diva que tentava dar a volta por cima e tornou os bastidores de "O Que Teria Acontecido a Baby Jane?" num inferno que ecoaria por anos! Feud colocou Susan de volta em nossos corações, de onde nunca deveria ter saído. No mesmo programa a Jackie Hoffman também estava impecável como a impagável Mamacita! As outras favoritas foram Anna Torv (que não fez feio em Mindhunter), assim como Gillian Anderson - que  foi a atriz mais falada de Deuses Americanos vivendo a Deusa Mídia, além de Laura Dern  que completava as grandes atuações do ano em Big Little Lies na HBO. 

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ATOR DE DRAMA
Fiquei realmente impressionado com o trabalho de Jonathan Groff em Mindhunter como o jovem agente do FBI que busca a criação de perfis psicológicos de serial-killers - antes mesmo deste conceito ser construído. Eu lembrava daquele ator de algum lugar... nada mal para quem foi do elenco de Glee e Looking e embarcou num projeto totalmente diferente, menos festivo e mais assustador. Groff faz seu personagem crescer aos poucos e entre tropeços no ego e na vaidade, seu agente se torna ainda mais interessante. Matthew Rhys e Rami Malek são velhos conhecidos da categoria e deram as boas vindas aos gêmeos vividos por James Franco em The Deuce e ao sempre interessante Sherlock do britânico Benedict Cumberbatch. 

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ATRIZ DE DRAMA
Acho que nunca antes apareceram tantas atrizes oscarizadas nesta categoria. Ironicamente ganhou a mais experiente (seis indicações e duas estatuetas em casa). Jessica Lange pode estar meio esquecida da tela grande, mas encontrou na TV papéis fortes que a colocaram novamente sobre os holofotes. Em Feud: Bette and Joan ela personifica Joan Crawford como uma diva que entra em pânico sempre que percebe que pode ser esquecida. Em busca de reconhecimento ela resolve produzir um clássico do suspense e começa uma guerra de egos com Bette Davis. Lange está excelente no papel! Big Little Lies também fez bonito na TV tendo performances memoráveis de suas produtoras (Nicole e Reese) e recentemente uma segunda temporada foi anunciada. Keri Russell segue sua jornada como a espiã russa de The Americans que vai chegando ao final em 2018 e a novata Sarah Gadon também merece ser lembrada por sua exemplar performance em Alias Grace

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MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA
Foi difícil escolher o meu programa favorito deste ano e por pouco Mindhunter não levou, mas sempre que penso que a treta entre Joan Crawford e Bette Davis chegou ao fim na produção de Rian Murphy eu sinto uma tristeza. Ancorado por atuações memoráveis de todo o seu elenco (especialmente de Jessica Lange e Susan Sarandon), Feud: Bette and Joan era mais do que a história de duas estrelas lutando para serem reconhecidas, tratava também da forma como o cinema percebe suas estrelas e como os estúdios a mídia pode alimentar intrigas (isso sem falar dos segredos de bastidores que contaminam até o Oscar). Para quem curte cinema, Feud foi um deleite ainda maior! Mas não poderia esquecer de Mr. Robot entregando uma ótima terceira temporada (e que continue assim), do aclamado Big Little Lies que fez tanto sucesso que a minissérie virou uma série de TV, além de DARK, a sensacional série alemã da Netflix que deu o que falar (além de um nó na cabeça de quem assistiu).

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