Rey e Luke: relação complicada.
Quando Star Wars - O Despertar da Força/2015 terminava com Ray (Daisy Ridley) encontrando Luke Skywalker (Mark Hamill) todo mundo imaginava que o filme seguinte contaria o treinamento da personagem para aprimorar deus dons de Jedi, além de proporcionar o confronto de Luke com seu pupilo que debandou para o lado obscuro da força, Kylo Ren (Adam Driver). A expectativa do episódio XVIII foi construída sobre estes dois momentos na mente de milhares de fãs espalhados pelo mundo. No meio do processo, houve a saída de JJ Abrams da direção (o que me deixou preocupado) e a entrada de Rian Johnson em seu lugar. Johnson tem apenas uma ficção-científica no currículo (Looper/2012) e não me pareceu a melhor escolha para a empreitada. Em meio à produção o filme ainda sofreu com a morte de uma de suas peças mais preciosas, Carrie Fisher, sempre consagrada e confiante como a Princesa Leia Organa, que faleceu em dezembro do ano passado. Ou seja, é impossível para um fã ver Os Últimos Jedi sem levar para a sala de cinema todos estes fatores, ainda mais que um longa da saga não é apenas um filme, mas um verdadeiro acontecimento. Muita gente reclamou que o filme anterior apenas dava uma repaginada na trama da trilogia clássica, mesmo assim, o resultado devolveu a confiança de muita gente à série, que perdeu fôlego naquela trilogia horrorosa que George Lucas na virada do século. No entanto, Star Wars - Os Últimos Jedi demora muito para decolar. O problema todo parece estar no roteiro (do próprio Johnson), que enrola a maior parte do tempo, seja com a relação entre Rey e Luke (que está totalmente desiludido em ser um Jedi e segue por um caminho totalmente oposto do esperado), seja com o bombardeio aos rebeldes que passam a ser liderados por Almirante Holdo (Laura Dern) ou na nova aventura de Finn (John Boyega, ainda fora do tom) com sua nova amiga, Rose (Kelly Marie Tran). É verdade que o filme explora mais o piloto Poe (Oscar Isaac) e insere mais complexidade na personalidade de Kylo Ren, mas a maior parte do tempo, o filme parece caminhar em círculos. Os melhores momentos ficam por conta dos encontros entre Rey e Kylo, que mesmo assim, são poucos, no entanto, quando estão juntos demonstram que manter o foco nos dois teria rendido um filme muito mais interessante, já que representam o bem e o mal num flerte constante. Infelizmente Johnson não é Abrams. Ainda que crie muitas cenas de ação e empregue mais humor na história, o ritmo é arrastado em sua metade, tropeçando por mais de uma hora - num filme com duas horas e meia, a coisa fica complicada... a sorte é que os últimos quarenta e cinco minutos são de tirar o fôlego e compensam a enrolação. Ao final, a sensação é que até Star Wars sucumbiu ao mal do filme do meio, já que o próximo episódio deve encerrar esta nova trilogia (e espero que em grande estilo).
Star Wars - Os Últimos Jedi (Star Wars - The Last Jedi / EUA-2017) de Rian Johnson, com Daisy Ridley, Adam Driver, Carrie Fisher, Mark Hamill, Oscar Isaac, John Boyega, Andy Serkis, Dohmnall Gleeson e Gwendoline Christie. ☻☻☻
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