Matthew e Phillipe: não, eles não vão se beijar...
Matthew McConaughey não é um mau ator, mas gosta de desperdiçar seus créditos em comédias românticas esquecíveis como Um Amor de Tesouro/2008 e Minhas Adoráveis Ex-Namoradas/2009. Lembro quando ele se tornou a figura mais celebrada de 1996 quando estrelou o polêmico Tempo de Matar de Joel Schumacher no papel de um advogado novato que pegava um caso espinhoso onde o racismo era o combustível. Na época era um grande risco colocar um ator desconhecido para carregar um filme que tentava se equilibrar sobre o fio de uma navalha. 16 anos depois, o ator volta a ser um advogado neste O Poder e A Lei, a diferença é que não é mais um risco colocá-lo nesse tipo de papel e sim, um risco não tê-lo para vender um filme que poderia passar em branco nos cinemas. O filme do diretor Brad Furman é um filme de tribunal com doses de suspense e suspense de serial killer, mas que bebe diretamente o visual dos filmes policiais da década de 1970 - aqueles que Sidney Lumet sabia fazer tão bem. McConaghey é o advogado Mick Haller que é famoso por inocentar criminosos, mas sua consciência dói mesmo é pela sensação de ter colaborado para que um inocente fosse considerado culpado. Enquanto tem suas crises de consciência ele se depara com o julgamento do mauricinho Louis Roulet (Ryan Phillipe que agora parece ganhar para fazer sempre a mesma cara) acusado de quase matar uma garota, ele garante que é inocente e que está sofrendo um golpe. Não vale contar muitos detalhes do caso, já que parte do suspense brota da sensação de que Louis não é tão inocente quanto aparenta, especialmente quando Mick sente que seu amigo detetive homossexual (William H. Macy) e sua ex-esposa (Marisa Tomei) correm risco de sofrer alguma ação criminosa por conta do caso. Completa as armações do roteiro o jovem promotor inexperiente Ted Minton (Josh Lucas) e a matriarca Roulet vivida pela veterana Francis Fisher. De edição bem marcada e fotografia amarelada, o filme até funciona quando consegue ser seco com a narrativa, mas se perde quando começa a dar muitas voltas para surpreender e descamba para um final ridículo que destrói toda a tensão da narrativa - e ainda se arrasta mais do que devia até que os créditos apareçam. Saber a hora de colocar o ponto final faz toda a diferença!
O Poder e A Lei (The Lincoln Lawyer/EUA-2011) de Brad Furman com Matthew McConaughey, Ryan Phillipe, William H. Macy, Marisa Tomei, Josh Lucas e Francis Fisher. ☻☻
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