McAdams & Bana: Romance com ficção científica.
É público e notório que Brad Pitt tem uma queda por personagens esquisitos, acho que quando lhe caiu nas mãos o roteiro de Te Amarei para Sempre, baseado no romance de Audrey Niffenegger, seus olhos devem ter brilhado para ser o protagonista. Como estava envolvido com Benjamin Button de David Fincher, resolveu deixar o papel para outro ator e ficou restrito à produção. Tal e qual o personagem que nasce velho e rejuvenesce, o personagem masculino deste filme também sofre de uma anomalia genética fantástica: consegue viajar no tempo. Chama atenção ainda, que assim como Benjamin Button, o filme investe pesado no tom de romance, existe um amor que nasce na infância e preocupações com a saúde dos futuros filhos que podem herdar a anomalia do pai. Não deixa de ser interessante esta injeção de romance numa premissa que parece de ficção científica e o diretor Robert Schwentke consegue dar fluência à trama, ainda que nunca aprofunde os conflitos do que tem em mãos. Por mais que Rachel McAdams e Eric Bana se esforcem é nítida sensação de que estão tirando leite de pedra em personagens tão passivos. Henry desde o inicio parece acostumado ao seu destino de ficar vagando entre tempos e espaços completamente peladão (pelo menos até roubar alguma roupinha), tirando algum desconforto sua sina está mais do que aceita. Quanto à sua amada a coisa não é muito diferente, ao conhecê-lo demonstra claramente que conhece a situação do seu amado (afinal, ele a visita desde que era uma menina). A rejeição e estranhamento fica restrita aos coadjuvantes, que depois que passam a conviver com ele nem ligam mais para isso. Os problemas começam a aparecer depois que se casam, onde ela tem que se acostumar com a ausência dele e com as dificuldades em engravidar, não bastasse isso existe a suspeita de uma morte prematura para atrapalhar. É um filme a que se assiste sem esforço, mas que carecia de um pouco mais de ênfase em sua narrativa, talvez com medo de afugentar o público apreciador de romances tudo foi simplificado ao ponto de quase se tornar o insosso. Sabemos que Henry e Claire ( e nisso as atuação do casal protagonista ajuda muito, até mesmo Bana que costuma ser claudicante em suas atuações está confortável), mas da forma como lidam com a situação inusitada, suas vidas parecem incrivelmente monótonas. Trata-se de um filminho água com açúcar bem feitinho, mas que poderia render uma obra bem mais vigorosa, especialmente se explorasse com mais garra o acidente que vitima Henry, o encontro com a mãe morta ou até o quase ‘adultério’ de Claire - cenas interessantes que poderiam fazer a diferença no tom sem sobressaltos da narrativa.
Te amarei para sempre (Time traveler's wife/EUA-2010) de Robert Schwentke com Eric Bana, Rachel McAdams e Ron Livingston. ☻☻
Nenhum comentário:
Postar um comentário