Os Incríveis: filme de herói tamanho família!
Ano passado a Pixar conseguiu o mérito de fechar a trilogia de Toy Story com chave de ouro com o terceiro filme da série. Neste ano o estúdio que revolucionou os filmes de animação lançou Carros 2 (que modestamente é a série da Pixar de que eu menos gosto) e em breve lançará Monsters University (a continuação do sucesso Monstros S/A). O estúdio alega que o estúdio não atravessa uma crise de criatividade ao resgatar antigos sucessos, mas que buscar dar continuidade aos seus personagens. Tudo isso só para dizer: CADÊ SEQUÊNCIA DE OS INCRÍVEIS!? Eu mesmo tenho um monte de ideias sobre a trama, poderia abordar a adolescência de Flecha e Violeta, o Sr. Incrível sendo chamado para treinar uma nova geração de heróis para o governo - um deles poderia se rebelar e ir para o lado de algum vilão que julgavam estar aposentado. Enfim, acho que existem várias possibilidades para a trama (a minha nem é criativa), mas gostaria muito de rever os personagens em um novo longa-metragem. Os Incríveis é melhor do que muito filme de ação americano. O roteiro têm referências claras da série Watchmen de Allan Moore. São dali que brotam a ideia de heróis impossibilitados de atuar por ordem governamental, o assassino de mascarados, a vida de frustração do Sr. Incrível, suas aventuras heróicas ao lado de Gelado às escondidas durante à noite, o valor de preservar a identidade com o uso de máscaras, o final destruindo a cidade e até as críticas ao uso de capa. Tantos méritos renderam ao filme o Oscar de melhor animação e uma verdadeira legião de fãs. O filme conta a história de uma família dotadas de super poderes. O patriarca é o Senhor Incrível (com voz do parecido Craig T. Nelson) que esconde suas frustrações e superforça atrás de um emprego burocrático numa companhia da seguros. A matriarca é a Mulher Elástica (voz de Holly Hunter, em seu último papel prestável no cinema) que tenta lidar com os afazeres domésticos e a educação dos filhos, Violet e Flexa, que cada vez mais não entendem por que devem esconder os seus poderes. A família ainda possui um bebê que ainda não descobriu os seus poderes - mas nem por isso dá menos trabalho. A aventura começa quando Sr. Incrível é escalado para alguns trabalhos secretos numa ilha afastada da civilização e acaba descobrindo uma perigosa conspiração traçada por um antigo conhecido O Síndrome (Jason Lee) e toda a família irá unir suas habilidades para resgatá-lo. O mais bacana do filme é a utilização de situações comuns às famílias na elaboração de seus personagens (a timidez da filha que se esconde perante a adolescência, as divergências na educação dos filhos, as crises de ciúme, a vida na escola, os efeitos da passagem do tempo no corpo dos heróis...). Além dos personagens principais carismáticos e bem construídos o filme ainda conta com coadjuvantes bem elaborados como a estilista de heróis Edna Moda (coisa de gênio, afinal de contas, as roupas dos heróis precisam realmente de uma especialista em texturas e poderes... o melhor é que a personagem é dublada pelo próprio diretor), a sensual Mirage e o simpático Gelado (dublado por Samuel L. Jakson). Além do visual, do humor bem sacado com um gênero (filmes de heróis) que se leva cada vez mais a sério, o filme ainda ganha pontos na habilidade de construir uma narrativa cheia de ação, sem medo de tonalidades sombrias em alguns momentos - e este mérito rendeu ao diretor Brad Bird ser convidado para dirigir Missão Impossível 4. Quem sabe o cara não se empolga com a ideia de sequência e resolve visitar a família Pêra novamente?
Os Incríveis (The Incredibles - EUA/2003) de Brad Bird, com vozes de Craig T. Nelson, Holly Hunter, Samuel L. Jackson e Jason Lee. ☻☻☻☻☻
Nenhum comentário:
Postar um comentário