Jantar para idiotas: mais do que idiotas... são chatos mesmo!
O fracasso de Um Jantar para Idiotas nos EUA lhe rendeu a chegada por aqui direto em DVD, mas o título em português não deve ajudar muito. O filme é a versão estadounidense para o filme francês O Jantar de Palermas (1998) e conta a história de Tim Conrad (Paul Rudd), um ambicioso executivo que tenta ser promovido na empresa em que trabalha (às custas da ideia estranha de usar mísseis como abajours). Apesar de um milionário suíço gostar da ideia, ele deverá participar de um jantar onde os poderosos da empresa debocham dos convidados que se dedicam a atividades... excêntricas. Eis que ele tropeça em Barry (Steve Carrell), um homem solitário e que não é capaz de entender a maldade ao seu redor nem com um cérebro novo. Obviamente que sabemos que o executivo vai chamar o bobão para o jantar, o problema é a série de acontecimentos desastrosos que irão acontecer até lá - o que coloca em risco não só o emprego do ambicioso mocinho como também o seu noivado com uma mulher que se acha entendida em artes plásticas. Até o jantar Barry irá testar nossa paciência com inúmeras cenas cretinas e o auxílio nada luxuoso de um bando de coadjuvantes esquisitos. Tem o artista plástico egocêntrico (que parece ter saído da idade da pedra), a loira ninfomaníaca e psicótica (Lucy Punch que está a cara da Lady Gaga), o chefe da receita federal que acredita ler pensamentos (Zack Galifianakis) e um bando de gente excêntrica que aparece no jantar. Se há um problema com o filme de Jay Roach é que parece um teste de paciência, onde o espectador é testado pela chatice de Barry e da maioria dos personagens. Afinal de contas por que Tim parece um ímã de gente esquisita e não manda todos às favas - inclusive a noiva que sempre recusa seus pedidos de casamento?! Outra coisa que fica sem explicação é como um sujeito capaz de fazer maquetes tão interessantes (e emocionais) usando camundongos empalhados, não tem o pingo de senso de saber que está exagerando e passando dos limites da chatice? Faz tempo que desisti de procurar lógica na maioria das comédias americanas. Talvez tudo isso seja proposital, a ideia é nos infectar com a angústia do protagonista que vê seu mundo virar do avesso por aquele que deveria ser apenas alvo de deboche mútuo. Seria até uma experiência interessante se Roach também nunca percebesse quando a piada já perdeu a graça e que a maioria de seus personagens não são idiotas, são chatos mesmo. Dá até para rir em alguns momentos, mas o resultado é irregular.
P.S: O filme receberia uma carinha só, mas aqueles ratinhos roubam a cena quando mais precisamos deles - para continuar assistindo essa pocilga.
Um jantar para idiotas (Dinner for Schmucks/EUA-2010) de Jay Roach com Paul Rudd, Steve Carrell, Stephanie Szostak, Ron Livingston e Lucy Punch. ☻☻
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