Percy (dir.) e sua turma: menos charme que o filme anterior.
Apesar de não ter rendido os milhões de dólares esperados de bilheteria, a primeira aventura de Percy Jackson na telona poderia não ser tão fascinante como esperavam os fãs dos livros de Rick Riordan que (na esteira do sucesso de Harry Potter) criou sua saga de fantasia a partir de uma modernizada na mitologia grega. Se em Percy Jackson e o Ladrão de Raios (2010) cabia apresentar o rico universo mitológico ao público, o segundo ficou com a missão de ser apenas uma aventura. Dessa vez (infelizmente) os deuses gregos tem participação mínima na trama que gira em torno da ressurreição do temível Titã Cronos, que desapareceu após ser derrotado pelos filhos Zeus (Sean Bean), Poseidon (Kevin McKidd) e Hades (Steve Coogan). Quem conhece um pouco de mitologia sabe que Cronos é bestial, tão incontrolável como todos os outros Titãs (seres que precederam o período dos deuses do Olimpo), tanto que se alimentava dos próprios filhos... imagina o que ele faria depois de séculos alimentando a sede de vingança? A ideia de ressuscitar o monstrengo (que ganha aparência de diabo nas cenas finais) é de Luke (Jake Abel), filho de Hermes (Nathan Fillion) com uma mortal. Percy (Logan Lerman), filho de Poseidon, e seus amigos irão tentar evitar essa sandice passando por vários desafios que colocam em risco a vida de todos eles - inclusive de um novato na turma, Tyson (Douglas Smith), jovem ciclope tão filho de Poseidon quanto Percy e que precisa lidar com o preconceito de alguns personagens. Apesar dos personagens simpáticos, nem sempre vividos por bons atores (Alexandra Dadario como Annabeth ainda é dura de engolir), o filme sucumbe a uma enxurrada de efeitos especiais embalados por um ritmo tão agitado que torna difícil entender muito bem o que está acontecendo. Thor Fedenthal (diretor de Diário de um Banana/2010) tem a desvantagem de lidar com um roteiro que perde ao investir pouco na interação do protagonista com os personagens mitológicos (que era um dos grandes trunfos da aventura anterior). O gosto pela ação desenfreada e o descaso com os personagens fica ainda mais visível depois que vimos do que Logan Lerman pode fazer (e aqui não encontra espaço). Quando apareceu na pele de Percy Jackson o ator era pouco conhecido e foi até criticado por sua atuação, quando essa continuação foi lançada, já sabíamos do que ele é capaz se um roteiro lhe fornece recursos (basta lembrar de As Vantagens de Ser Invisível/2012 e Noé/2014), Mar de Monstros o negligencia como ator, comprometendo o destino do personagem e da própria franquia.
Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of Monsters/EUA-2013) de Thor Fedenthal com Logan Lerman, Alexandra Dadario, Douglas Smith, Stanley Tucci e Nathan Fillion. ☻☻
Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of Monsters/EUA-2013) de Thor Fedenthal com Logan Lerman, Alexandra Dadario, Douglas Smith, Stanley Tucci e Nathan Fillion. ☻☻
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