Adèle e Matthias: romance tórrido rumo ao melodrama.
Eu sempre faço a promessa que não irei falar de filmes que não gostei aqui no blog, mas uma amiga fez o favor de dizer que alertar leitores sobre filmes que detesto é um serviço de utilidade pública de um blog, então nesse ano criei uma sessão para aqueles filmes considero uma perda de tempo e que me convenceram a assisti-lo e até, escrever sobre. Para não tomar ainda mais o meu tempo, tentarei ser bastante conciso. O escolhido da vez foi Perseguido Pelo Destino, vai saber o que se passa na cabeça de uma pessoa quando dá um nome deste a um filme (mas quando chegar ao final da sessão você irá descobrir). O filme começa com o pequeno Gigi fugindo de um cachorro. Quando ele estiver maior ele será grandão (Matthias Schoenarts, coitado...) e ainda terá medo de cachorros. É importante ressaltar isso porque os caninos terão grande importância na trama. Gigi é um cara bem vestido, charmoso e elegante e acaba se envolvendo com uma pilota de corridas chamada Bibi (Adèle Exarchopoulos). Gigi e Bibi (será que o nome tem relação com carros?) engatam um tórrido romance e quando você percebe que está tudo agradável demais, o filme apresenta o grande segredo de Gigi que colocará tudo a perder. Nesta primeira parte o filme prende a atenção, tem cenas ágeis, uma atmosfera de que algo sério irá acontecer na vida dos dois e funciona dento de suas limitações. O que era um romance promissor com doses de ação e suspense termina na primeira hora e precisa inventar assuntos para mais uma hora de filme! O que era um romance de ação acaba virando um dramalhão, primeiro sobre as tentativas da moça engravidar, depois por conta de um grave problema de saúde somado às complicações com a justiça que os personagens precisam enfrentar para ficar juntos. É tanta tragédia, tanta coisa dá errado que a dupla de atores premiados não conseguem dar conta desta presepada. Sinceramente, precisava castigar os personagens deste jeito? O resultado beira o risível e dá todo o sentido para o título esdrúxulo que resolveram dar para este filme belga com graves problemas de identidade de gênero cinematográfico. Ao final da sessão eu fiquei pensando onde eu estava com a cabeça pensando que a coisa iria melhorar perto do final, não melhora em nada. Ao menos os fãs do casal terão algumas cenas para guardar na memória (e não vou dizer quais são), acho que é válido dizer que Matthias tem crédito para fazer uma bomba dessas de vez em quando, já Adèle... a estrela de Azul é a Cor Mais Quente (2013) ainda não me convenceu que é uma atriz de verdade. O que ela consegue é sorrir ou fazer cara de quem vomitou o dia todo e fumou maconha para ver se melhorava... não melhora, já que é pouco para dar conta de uma personagem que precisa carregar metade do filme nas costas. Perseguido pelo Destino começa bem e depois joga tudo ladeira abaixo sem a menor vergonha, um enorme tropeço na carreira de Michaël R. Roskam, diretor que dirigiu o excelente Bullhead/2011 (também estrelado por Matthias) que foi indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro e que nunca foi lançado por aqui. Ok, Roskam... você também tem crédito para errar aqui.
Perseguido pelo Destino (Le Fidèle / Bélgica - França /2018) de Michaël R. Roskam com Matthias Schoenaerts, Adèle Exarchopoulos, Eric de Staercke, Nabil Missoumi e Thomas Coumans. #
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