Daisy e Stan: em busca da metade da laranja. |
Acho que a irlandesa Daisy Edgar Jones ganhou uma legião de fãs instantaneamente com a minissérie Normal People (2020), assim como Paul Mescal, seu par na produção. O programa rendeu para ambos indicações aos prêmios mais importantes da televisão, o que carimbou a passagem deles para Hollywood. Se Mescal já foi até indicado ao Oscar, Daisy tem procurado produções instigantes que demonstram que ela é uma atriz marcante. Um desses filmes é Fresh. Confesso que meu interesse pelo filme surgiu principalmente por conta dela e, dia desses, vendo minha lista (gigante) de filmes para assistir estava lá este suspense (disponível faz tempo no Star+) que brinca com a busca pelo par perfeito. Daisy vive Noa, uma jovem que está cansada de procurar sua cara metade em aplicativos de relacionamento. Em determinado momento ela revela que odeia toda aquela tensão do primeiro encontro que é bastante evidente quando um tenta demonstrar para o outro que é a perfeição em forma de gente. Por vezes não parece que se está lá pelo seu interesse no par no encontro, mas para que se prove a melhor opção perante todas as outras. Eis que um dia ela conhece no supermercado o simpático Steve (Sebastian Stan). A conversa flui naturalmente, a faísca da atração mútua aparece, um encontro é marcado e tudo flui como deveria ser... O que poderia ser apenas mais uma comédia romântica logo muda de configuração quando os dois viajam para passar alguns dias juntos e Steve não é nada do que parece. Bem, na verdade pouca gente consegue ser, mas a situação é bem mais complicada. Não vale dizer muita coisa para não quebrar as surpresas que o filme reserva, mas, digamos, que Steve quer devorar Noa. Literalmente. Escrito por Lauryn Kahn e dirigido por Mimi Cave, o filme se torna angustiante a partir do momento em que Noa precisa tentar alternativas para se livrar daquela situação macabra antes que o pior aconteça, restando-lhe pouco mais do que a empatia que seu algoz parecia sentir por ela nos primeiros encontros que tiveram. Embora o filme fique um tanto cansativo (e indigesto) pela repetição sistemática de algumas situações, a melhor sacada é a de resgatar a ideia de existir uma alma gêmea por um outro prisma, naquela sensação de que encontrou alguém semelhante à você, não importa o quão bizarra ela seja ao ser parecida contigo. Neste ponto, os trabalhos de Daisy e Stan ganham destaque ao tornar seus personagens críveis mesmo quando estão evidentemente enganando um ao outro e, talvez, até o público.
Fresh (EUA-2022) de Mimi Cave com Daisy Edgar Jones, Sebastian Stan, Jojo T. Biggs, Andrea Bang, Dayo Okeniyi, Charlotte Le Bon, Brett Dier e Alina Maris. ☻☻☻
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