Segel e Cameron: em busca do fogo perdido...
Se eu tivesse o número pessoal de Cameron Diaz eu ligaria para ela e diria para mudar de agente com urgência. A atriz de 42 anos parece ter entrado naquela fase da carreira em que o alerta vermelho começa a soar desesperadamente. Não que Cameron seja uma atriz ruim, mas está quase convencendo Hollywood de que é. O ano de 2014 foi um ano que merece ser esquecido na carreira da loura, tanto que para o futuro ela conta apenas com a filmagem da sequência de Professora sem Classe (ainda sem data de filmagem) - que é um de seus piores trabalhos. No ano passado, Cameron errou feio em três produções seguidas, o primeiro foi Mulheres ao Ataque (uma comédia barata em todos os sentidos), ao final do ano esteve na pífia refilmagem do musical Annie (que não empolgou nem a família do diretor), entre um e outro fez esse Sex Tape. Sex Tape junta a estrela a dois parceiros de Professora sem Classe, um é o diretor Jake Kasdan, o outro é Jason Segel, que depois de dieta e exercícios continua sendo Jason Segel (portador da mesma desinibição de mostrar o corpo sem roupa). Nada contra a química que existe entre o trio, mas a história criada pela roteirista Kate Angelo é de uma ruindade sem tamanho, nem tanto pela ideia (que já vimos no nacional Cilada.com/2011): um casal resolve apimentar a relação gravando uma relação sexual de três horas pautada em um livro de posições variadas - e entra em apuros quando o vídeo é enviado para um grupo de pessoas que ganharam um iPad de presente. Até esse ponto a plateia até acompanha as caretas e fricotes de Cameron e a cara aparvalhada de Segel tentanto convencer como um casal que perdeu o fogo dos tempos idos em meio às responsabilidades da vida de casado... mas depois, o filme vira a simples busca do casal por um jeito do vídeo não ser visto. O que poderia ser divertido acaba ficando mais sem graça, já que as situações são desanimadas, repetitivas e um tanto monótonas, ou seja, tudo que um filme de uma piada só não pode ser. Os diálogos são péssimos (alguns eu simplesmente não entendi como sobreviveram à sala de edição) e os coadjuvantes poderiam ser trocados por bonecos de papelão de tão inúteis e caricatos que são. Mas o que mais me incomoda é a forma irritante como o roteiro força a mão na canastrice para criar identificação com os casais que sentem que a libido diminuiu. Acho incrível que Cameron Diaz, uma atriz que já trabalhou com diretores importantes como Ridley Scott, Martin Scorsese, Spike Jonze, Oliver Stone e Danny Boyle seja incapaz de discernir sobre o que será bom e ruim para sua carreira. Talvez seja demais imaginar que o filme irá prejudicá-la, mas somado aos outros dois lançados no ano passado e outros já colecionados ao longo da carreira o efeito pode ser pior do que parece, especialmente quando se alcança 42 anos e fica evidente que nem você se leva muito a sério. Até quando Cameron irá evitar perceber que o tempo passou? O próprio Jason Segel (que deveria mudar a dieta depois de alcançar um aspecto quase cadavérico e se concentrar só nos exercícios) está no ambicioso (e aguardado) The End of the Tour de James Ponsoldt, onde vive o celebrado escritor David Foster Wallace e já está até cotado para premiações. Vale lembrar que Jason tem 35 anos e consegue uma atuação mais crível do que Cameron quando está numa bobagem feito Sex Tape, imagina o que ele fará com um material de respeito nas mãos? Querida amiga Cameron, esqueça as comediotas e cresça! Cenas de calcinha para mostrar o corpinho sarado não irão funcionar para sempre...
Sex Tape - Perdido na Nuvem (Sex Tape/EUA-2014) de Jake Kasdan com Cameron Diaz, Jason Segel, Rob Lowe e Rob Corddry. #
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