"Santa Pipoca, Batman!"
A capa dos meses de maio e junho reuniu os heróis da DC e Marvel Comics numa sala de cinema. Se o ambiente parece harmônico entre os super-heróis das duas gigantes dos quadrinhos, no cinema a situação anda um tanto complicada, já que nem os personagens da Marvel são capazes de gerar um tom pacífico entre os estúdios. Tudo porque quando a Marvel não podia bancar seus próprios filmes ela acabou vendendo os direitos de alguns personagens para outros estúdios. Depois de deixar claro que não faz a mínima ideia do que fazer com o Homem-Aranha a Sony aceitou ter apenas uma fatia do bolo com as aparições do herói aracnídeo nas produções da Marvel. Depois de ser encarnado por Tobey Maguire e Andrew Garfield, o novo Spiderman será vivido por Tom Holland no aguardado Capitão América: Guerra Civil (2016). Essa integração com o universo Marvel parece mais distante no mundo dos mutantes. A Fox vai muito bem com sua franquia X-Men (mesmo não tendo alcançado o bilhão de bilheteria, nem com toda expectativa em torno de Dias de Um Futuro Esquecido/2014) e faz vista grossa quando a Marvel tenta aproximar os discípulos de Charles Xavier do seu universo cinematográfico. Em Vingadores: A Era de Ultron (2015), o estúdio arriscou explorar essa interseção entre os dois mundos ao inserir a Feiticeira Escarlate e Mercúrio na aventura de Thor & Cia, mas a Fox fez de conta que não é com ela e prepara X-Men: Apocalipse, com Mercúrio entre os destaques do elenco da oitava aventura no universo mutante - além disso prepara Wolverine 3 (2017) e Deadpool (2016). Diante disso, a Marvel evita grande publicidade para os gibis dos X-Men ou mostrar os mutunas em suas campanhas da divulgação de sua nova fase nas bancas. Mais radical foi a Marvel declarar recentemente o fim das histórias do Quarteto Fantástico por conta de sua pendenga com a Fox, que prepara o lançamento do reboot do Quarteto com novo elenco, novo conceito, nova atmosfera... e estão tão otimistas que uma sequência já foi anunciada para 2017 (antes mesmo do lançamento do primeiro longa dessa nova fase), além de uma possível aventura encabeçada pelo quarteto e os X-Men (prevista para 2018). Enquanto isso, a DC Comics vive da divulgação de seus novos lançamentos: Batman Vs Superman (2016) e Esquadrão Suicida (2016), que devem servir de porta de entrada para filmes da Liga da Justiça e outros heróis como Mulher Maravilha, Aquaman e um novo Lanterna Verde. Ao que parece o próximo ano será decisivo para a DC nas telonas, porém, quem está acostumado com a coesão do universo Marvel nas telas deverá estranhar o conceito por trás da DC Comics no cinema, já que seus filmes não prometem ter um universo tão amarradinho, deixando a cargo dos diretores e produtores criarem de forma mais livre. Se a criatividade agradece, a longo prazo a situação pode ficar meio confusa, afinal, todos ainda estão desconfiados para ver como Batman Vs. Superman irá lidar com a saída de Christopher Nolan e Christian Bale das aventuras do Cavaleiro das Trevas, além da curiosidade falar mais alto quando lembramos que o Coringa ganha nova versão no Esquadrão com a encarnação de Jared Leto. Essa mudança de atores consagrados em suas atuações marcantes começa a assombrar também a Marvel, que já começa a estudar a renovação dos seu elenco principal (Robert Downey Jr. não tem contrato para um novo Homem de Ferro, por exemplo), o mesmo ocorre na Fox, que deve estar tremendo depois que Hugh Jackman anunciou sua despedida do personagem Wolverine. Haja pipoca!
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