05 Raw (2016) Abordar canibalismo é sempre algo que por si só já pode causar náuseas, mas a diretora estreante Julia Ducournau se supera e consegue revirar ainda mais o estômago do espectador - mesmo daqueles mais experientes em filmes do gênero. Sua história sobre uma garota vegetariana, que em meio ao estresse da entrada na na faculdade de veterinária, descobre uma estranha atração por carne crua (especialmente a humana) é um primor de ousadia! Tanto que é capaz de tirar o apetite de qualquer um! Apesar de todo o estilo, o filme pode ser visto apenas como um filme sobre auto-descoberta e construção da identidade (ainda que por caminhos inusitados)
04 Somos o que Somos (2013) Este filme só perde pontos por ser uma refilmagem de um interessante filme mexicano, mas que retira boa parte do que tornava o original tão interessante. O filme conta a história de uma família que possui hábitos milenares que precisam ser satisfeitos a qualquer custo, no entanto, com a morte da matriarca, a família perde o equilíbrio e tudo pode ser descoberto quando a polícia local começa a desconfiar do que encontra após uma enchente. Com estilo dark e atmosfera sutil, o filme perde pontos quando descamba para uma obra trash sem vergonha.
03 Canibal (2013) Imaginem um alfaiate educado, de boa aparência, elegante, mas que também é calado, misterioso e recluso. Some a essas características o olhar de quem está sempre à espreita, mas que sempre tenta se conter... um verdadeiro predador domesticado, ou quase? Agora imagine que uma garota que procura a irmã que desapareceu sem deixar vestígios que se apaixona por este alfaiate num jogo de amor platônico e perigoso. Este é o enredo deste drama que ganha contornos de suspense (ou seria o contrário) que hipnotiza pela atmosfera envolvente e excelente atuação de Antonio de La Torre. Imperdível!
02 Somos o que Somos (2010) Este filme mexicano chamou tanta atenção que ganhou uma versão americana sobre a família que mantem a antiga tradição dos ancestrais: alimentar-se de carne humana. A diferença entre o original e a segunda versão é o verniz de crítica social que está sempre presente neste aqui, afinal, no cardápio da família estão sempre grupos sociais marcados pela exclusão (os sem tetos, prostitutas, homossexuais...) e que eles acreditam que jamais terão a ausência sentida (ou se sumirem acreditarão ser por conta do preconceito ou da violência urbana,). Os problemas só crescem quando o patriarca morre e o filho mais velho precisa ser o provedor da casa - e seus gostos começam a atrapalhar a rotina da casa.
01 O Silêncio dos Inocentes (1991) Se houve um filme que provou que canibalismo pode ser abordado sem cair no ridículo, de forma sutil e realmente assustadora foi esta obra-prima de Jonathan Demme. Inspirado no livro de Thomas Harris, ele marcou a história do cinema por sua abordagem sugestiva e a presença de um dos personagens mais marcantes do cinema: Hannibal Lecter (atuação antológica de Anthony Hopkins). Um verdadeiro gentleman que esconde hábitos bastante estranhos e serve de consultor para o FBI. O filme ganhou os cinco principais Oscars (filme, direção, ator, atriz e roteiro), inspirou toda uma geração de cineastas e deu origem a novos filmes, livros e série de TV (onde Mads Mikkelsen encarnou Lecter de forma saborosa).
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