domingo, 8 de outubro de 2017

10+: Nicole Kidman

Nicole Mary Kidman
Depois de anos de pé frio nas bilheterias, parece que a carreira de Nicole Kidman finalmente encontrou outro grande momento. A atriz foi indicada ao Oscar de atriz coadjuvante deste ano por sua performance em Lion/2016, produziu e estrelou a série de sucesso Big Little Lies da HBO (que recentemente lhe valeu dois prêmios Emmy, como produtora e atriz), além de ter aparecido no Festival de Cannes com quatro produções (o segundo ano da série Top of The Lake de Jane Campion, o recente O Estranho que Amamos de Sofia Coppola, a adaptação de How to talk to Girls at Parties  de John Cameron Mitchell e o soturno The Killing of a Sacred Deer do grego Yorgos Lanthimos). O ano ainda promete gratas surpresas para a atriz com a proximidade das premiações. Essa lista é para lembrar dos meus dez filmes favoritos dos 34 anos de carreira da estrela que completou inacreditáveis cinquenta anos em junho.

Poucas pessoas curtem esta obra de humor negro, principalmente porque Nicole tem a complicada tarefa de interpretar a irmã megera que pode destruir a festa de casamento da irmã. Margot entra fácil na lista dos personagens mais antipáticos do cinema e, por isso mesmo, merece toda consideração. 

Nicole já desanimava com os fracassos de bilheteria quando produziu esta adaptação da premiada peça sobre um casal em luto pela morte do filho. Nic surpreendeu ao escolher Mitchell para dirigir e a parceria rendeu sua terceira indicação ao Oscar - depois de anos sendo esnobada. 

#08 "Retrato de Uma Mulher" (1996) de Jane Campion 
Ainda mais conhecida como esposa de Tom Cruise, Nicole surpreendeu ao ser escolhida para  protagonizar este drama baseado no livro de Henry James. Sua atuação como Isabel Archer, mulher presa a um casamento infeliz é na medida certa, sutil, dolorosa e alcança momentos esmagadores.

Os filmes de casa mal assombrada nunca mais foram os mesmos depois que este terror elegante e surpreendente viraram o gênero do avesso (literalmente). Nicole está impecável e foi  indicada ao Globo de Ouro de atriz dramática e marcando o ponto de virada de sua carreira.

O sucesso do romance entre uma bela cortesã e um escritor no famoso cabaret francês ressuscitou o interesse de Hollywood pelos musicais e fez Nicole atuar, dançar, cantar, brilhar e ser indicada pela primeira vez ao Oscar (além de levar o Globo de Ouro de melhor atriz em comédia/musical).

Ela está irreconhecível na pele da saborosamente vulgar Charlotte, loura incendiária que deixa Zac Efron apaixonado, mas namora um presidiário barra-pesada. Nicole foi lembrada como coadjuvante no Globo de Ouro e SAG, mas as cenas polêmicas (e uma hilária) lhe custaram a presença no Oscar. 

90% da humanidade odeia este filme, mas eu estou nos 10% que percebe as qualidades da narrativa hipnótica sobre a viúva que acredita que o esposo reencarnou em um menino. Trama complicada que segue por caminhos diferentes e rende uma atuação magistral de Nic (indicada ao Globo de Ouro).  

Embora a vida ainda lhe rendesse alguns anos de filmes bobos, aqui as pessoas perceberam que Nicole podia ser levada a sério. Na pele da ambiciosa (e estranha) garota do tempo Suzanne Stone ela é cômica e assustadora ao mesmo tempo (o ganhou o Globo de Ouro de Atriz de Comédia). 

A atuação da atriz na pele de Virginia Woolf é magnífica (assim como todo o filme) e nem ligo se dizem que é por conta do nariz postiço! Nicole mereceu todos os prêmios pelo trabalho comovente que fez, incluindo o Oscar - que a colocou entre as atrizes mais respeitadas do século XXI.

O que fazer depois de ganhar o Oscar? Que tal um filme sem cenário de um dinamarquês que adora ver protagonistas comerem o pão que o diabo amassou? Nicole vive a forasteira Grace numa cidade de estranhos habitantes onde quem mostra os dentes por último, mostra melhor (e adivinha quem faz isso?).

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