Selma e Joe: casal Rock'n Roll aposentado.
Billie Joe Armstrong ganhou fama mundial nos anos 1990 quando o Greenday lançou o famigerado álbum Dookie (que até hoje já vendeu mais de vinte milhões de cópias) - e colocou no mapa das gravadoras o chamado "punk melódico". Formado em 1987, o Greenday deve ser a banda mais bem sucedida entre todas as outras do gênero e, embora a banda nunca tenha interrompido os seus trabalhos, Billie Joe leva uma vida pessoal paralela ao mundo de shows e badalações - já que é casado desde 1992 com a produtora Adrienne Nesser, com quem tem dois filhos. O vocalista deve ter pensado em tudo isso quando foi convidado para viver seu primeiro protagonista no cinema neste Mundo Ordinário, segundo filme do diretor Lee Kirk. Billie vive Perry, homem que vive um hiato na carreira junto à banda punk que lhe rendeu alguma fama e passa os dias numa confortável casa no subúrbio americano, ao lado da esposa (Selma Blair) e o casal de filhos. No entanto, diante do aniversário de quarenta anos, ele atravessa uma espécie de crise de meia idade, já que sente falta da banda punk da qual fazia parte, das festas e todas as loucuras que ficaram para trás. Sendo assim, ele aproveita o dia do seu aniversário para lembrar dos velhos tempos, mas... nem ele havia percebido que tinha mudado tanto nos últimos tempos. Com pouca experiência como ator, fez e Um Domingo de Chuva (2014) e interpretou a si mesmo em Bem-Vindo aos 40 (2012), Billie se contenta fazer uma versão em si mesmo diante da câmera. É verdade que ele tem lá o seu carisma, o que lhe proporciona um ar natural durante o filme, mas ele não consegue construir um personagem, mesmo que tente criar um tipo com os óculos, alguns fios brancos e auxiliado por sua estrutura física (baixa estatura, pernas curtas, ombros estreitos, o que lhe confere um jeito sempre jovial para um quarentão - e ele tem 45 anos na vida real). BJ escorrega na entonação da voz, apela para caretas em várias cenas e deixa a impressão de que é o ator mediano de uma sitcom água com açúcar. Ele também não precisa fazer muito mais do que isso, já que o roteiro não se aprofunda muito em algumas situações complicadas da vida do personagem (como o relacionamento profissional com o irmão vivido por Chris Messina ou o encontro com uma ex-namorada encarnada por Judy Greer) e lhe rende algumas cenas um tanto sem sentido (a cena derradeira do violão da filha, por exemplo). Os fãs não precisam se desesperar ou ficar ofendidos, Mundo Ordinário é apenas a prova de que Billie Joe quer mesmo ter uma carreira de ator e com um roteiro melhor e um diretor mais experiente pode até lapidar sua atuação nos próximos trabalhos. Para o clima de diversão despretensiosa presente no filme, o rapaz até que não está mal... agora, mudando de assunto, já repararam como a Selma Blair está cada vez mais bonita?
Mundo Ordinário (Ordinary World/EUA-2016) de Lee Kirk com Billie Joe Armstrong, Selma Blair , Chris Messina, Judy Greer e John Doman. ☻☻
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