Andra Day (Estados Unidos Vs Billie Holliday) Tendo feito participações em curtas e clipes, este é o primeiro filme em que Andra Day tem destaque (na verdade seu papel anterior foi uma participação modesta em Marshall/2017). Este fato de ser praticamente uma estreante torna seu trabalho como a diva do blues ainda mais impressionante. Perseguida pelo FBI por uma música que denunciava o racismo, sua vida se tornou ainda mais problemática diante de sua vida pessoal atribulada. Pelo papel Andra já levou para casa o Globo de Ouro de atriz dramática e cravou seu nome na cobiçada quinta vaga da acirrada disputa deste ano.
Carey Mulligan (Bela Vingança) Há quem aponte que nesta reta final é Carey a favorita da categoria. Desde que foi indicada pela primeira vez na categoria por Educação (2010), Carey se tornou uma das atrizes mais presentes no cinema. Depois de vários trabalhos com diretores importantes, participações em filmes premiados, superproduções e longa independentes, a inglesa voltou ao radar da Academia por um trabalho diferente, preciso e complicado. Afinal na pele de Cassy ela encarna a vingança pela cultura de abusos às mulheres de uma sociedade patriarcal de forma inusitada. Tudo feito no tom provocativo certo com suspense, drama e um senso de humor bastante perigoso.
Frances McDormand (Nomadland) Ganhadora do Oscar por Fargo (1996) e Três Anúncios para um Crime (2017) ela pode se tornar a segunda atriz a levar para casa três Oscars de melhor atriz (Meryl Streep tem três, mas um é de coadjuvante). O curioso é que se ganhar, no discurso ela dirá que preferia que uma outra atriz fosse reconhecida (ela disse isso ao ganhar o segundo Oscar). Avessa ao mundo das celebridades, Frances tem outra atuação memorável como uma mulher sofrida que mora num carro e cruza os EUA atrás de serviços temporários. Frances também pode ser premiada como produtora, já que o filme é o favorito na categoria principal. Ela também já concorreu como coadjuvante por Mississipi em Chamas (1988), Quase Famosos (2000) e Terra Fria (2005). Esta é sua sexta indicação.
Vanessa Kirby (Pieces of a Woman) Famosa pelo seu trabalho nas duas primeiras temporadas de The Crown, a inglesa entrou para lista de candidatas ao Oscar assim que foi premiada no Festival de Veneza, por sua atuação irretocável da mulher que sofre uma verdadeira tragédia após um parto domiciliar mal sucedido. É a minha favorita da categoria (confesso que entre todas as candidatas, este é o trabalho que mais me emocionou). Embora tenha sido indicada a todas as premiações da temporada de ouro, Kirby não levou nada para casa (algo que pode mudar com o BAFTA e bagunçar ainda mais a disputa do Oscar nesta categoria). É a primeira indicação da atriz ao Oscar.
Viola Davis (A Voz Suprema do Blues) Outra cantora no Oscar deste ano é a primeira grande diva do blues: Ma Rainey. Trata-se de uma personagem difícil, mas que Viola faz com maestria ao abraçar as camadas mais difíceis da personagem. Ela confere à personagem um certo ar cansado de ter que se impor num mundo onde os fatos de ser mulher, negra e lésbica pesam muito contra para o reconhecimento que merece. Se hoje existe preconceito, imagine na década de 1920? Esta é a quarta indicação de Viola ao Oscar, o que a torna a afro-americana mais indicada da história! Sua primeira indicação foi como coadjuvante por Dúvida (2012), depois concorreu como atriz em Histórias Cruzadas (2011) e levou para casa o Oscar de atriz coadjuvante por Um Limite entre Nós (2016).
A ESQUECIDA: Kate Winslet (Ammonite) A lista de atrizes que esperavam aparecer no Oscar deste ano era extensa, entre elas Michelle Pfeiffer (French Exit), Zendaya (Malcolm & Marie), Amy Adams (Era Uma Vez um Sonho), mas entre uma premiação aqui e outra ali elas acabaram sendo lembradas nas indicações, porém... Kate Winslet foi completamente esnobada nesta temporada. Talvez seja pelas comparações que Ammonite recebeu com o recente Retrato de Uma Jovem em Chamas/2019, mas sequer o BAFTA se comoveu com a performance de uma caçadora de fósseis que se envolve com uma mulher mais jovem. Kate tem o Oscar de melhor atriz por O Leitor (2008) e outras seis indicações no currículo, mas se alguém foi realmente esquecida nesta temporada foi ela.
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