Barry Keoghan (Os Banshees de Inisherin) Ganhador do BAFTA por seu trabalho, o ator irlandês chega com algumas chances no páreo por sua interpretação de um rapaz que sofre abusos do pai, é tido como um idiota pelos vizinhos e ainda é apaixonado pela irmã do amigo. É um trabalho complicado, mas que Barry faz com uma leveza comovente. Ao cair no radar do Oscar muita gente resolveu pesquisar a vida do moço que cresceu em lares adotivos, perdeu a mãe para as drogas e aprendeu a interpretar vendo o comportamento de animais na TV. Hoje Barry é casado, pai de um bebê e celebrado como um dos maiores talentos de sua geração desde que apareceu em O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017).
Brendan Gleeson (Os Banshees de Inisherin) Ele já foi o favorito da categoria quando o filme foi lançado, mas com o tempo sua campanha para o Oscar perdeu força, muito por conta da ideia de divisão de votos com seu colega de cena Barry Keoghan. O fato é que pelo papel do ex-amigo um tanto rabugento do protagonista (capaz de fazer loucuras para evitar o convívio com seu antigo amigo) rendeu a primeira indicação ao Oscar para o veterano ator, que aos 67 anos finalmente caiu nas graças da Academia. Vale dizer que o irlandês é o ator favoritos dos irmãos McDonagh que, sempre que podem, dão papel de destaque ao ator (como em Na Mira do Chefe/2008 e O Guarda/2011)
Brian Tyree Henry (Passagem) foi aos poucos que o ator começou a chamar atenção em Hollywood. Depois de sua participação contundente em Se a Rua Beale Falasse (2018), ele conseguiu trabalhos de destaque em grandes produções como Eternos (2021) e Trem Bala (2022). Portanto, já seria difícil a Academia ignorar seu trabalho neste filme feito para celebração de Jennifer Lawrence, mas é Henry que rouba a cena como um homem cheio de feridas a serem curadas. Esta é a primeira indicação ao Oscar do ator de 40 anos que se formou em arte dramática e tem mestrado na Yale School of Drama. Ainda veremos muito o rosto de Brian por aí.
Judd Hirsch (Os Fabelmans) se muita gente se surpreendeu com a indicação de Henry na categoria, o que dizer da Academia votar em um veterano que aparece em menos de dez minutos em um filme? Acho que nem mesmo Judd Hirsch acreditou na indicação por sua participação especial como um primo distante da família que dá título ao filme. Tido como excêntrico pela família, o personagem é um tanto fora da caixinha e espanta o marasmo do filme baseado na vida de Spielberg. De todos os concorrentes da categoria é o único que já foi indicado ao Oscar anteriormente, sendo lembrado como coadjuvante pelo seu trabalho em Gente como a Gente (1980).
Ke Huy Quan (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) o favorito na categoria promove uma verdadeira celebração pelo retorno de um astro mirim que andava esquecido. Quan ficou famoso por seus trabalhos inesquecíveis nos clássicos Indiana Jones no Templo da Perdição (1984) e Os Goonies (1985), mas depois os papéis foram rareando e ele acabou trabalhando em outros setores da indústria. No papel do marido de diversas vivências no multiverso, seu trabalho tem o mérito de ser tão multifacetado quanto de sua parceira de cena, Michelle Yeoh. Pelo trabalho Quan já levou para casa o SAG, o Globo de Ouro, o Critic's Choice, o Independent Spirit e já conseguiu papel na nova temporada da série Loki da Marvel.
O ESQUECIDO: Paul Dano (Os Fabelmans) Estou começando a acreditar que a Academia não gosta muito do Paul Dano. Ele já foi esquecido por dois ótimos trabalhos, seja como coadjuvante (pelo jovem pastor de Sangue Negro/2007) ou como protagonista (por viver Brian Wilson em Love & Mercy/2015 ), agora ele foi e esquecido pelo zeloso pai da família Fabelman no celebrado filme de Steven Spielberg. Embora a atuação dele seja bastante discreta, o ator torna visível todas as emoções do personagem que tem lá sua cota de frustrações e sempre parece disposto a estar bem perante seu clã. Sei que tem gente que queria ver Mark Rylance (Até os Ossos) no páreo, mas se nem um pai bonzinho agradou a academia, imagina um canibal arrepiante...
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