Rudd: idiotas são os outros.
O Idiota do Meu Irmão é um daqueles filmes em que o nome só inspira desconfiança. Sorte que com alguns minutos de exibição o filme ganhou minha simpatia - especialmente pela atuação de Paul Rudd que consegue deixar claro que seu personagem não tem nada de idiota. Apesar de não considerar o personagem como tal eu entendo o motivo da produção tratá-lo de forma tão pejorativa. Ned (Rudd) é um sujeito desencanado que não se preocupa muito com o que a maioria das pessoas considera importante: dinheiro, carreira, status, ser popular... o cara só quer estar bem consigo mesmo. E daí se ele não tem grandes ambições? A impressão é que se ele tiver uma plantação de produtos orgânicos para vender na feira e prover o sustento ele já está feliz. Não vejo problema nisso, para falar a verdade "o problema" é o pacote formado por suas três irmãs que estão sempre projetando a felicidade em alguma coisa que não existe concretamente. Apesar do páreo ser duro o prêmio da mais chata vai para Miranda (Elizabeth Banks com cabelo esquisito), que está prestes a tornar-se entrevistadora da Vanity Fair mas é tão egocêntrica que não percebe quando alguém gosta dela. O segundo lugar vai para a submissa Liz (Emily Mortimer) que casou com um pedante documentarista (Steve Coogan) e que está tão ocupada tratando o filho de sete anos como um adulto em miniatura que nem percebe que está sendo traída. A medalha de bronze fica para Natalie (Zoey Deschannel) que ama a namorada lésbica (Rashida Jones), mas não se importa de flertar com um amigo pintor (Hugh Dancy). Ned terá que conviver com as três depois que é preso por vender maconha para um policial e ser liberto pelo bom comportamento. A vida do personagem muda quando volta para casa e vê que a namorada colocou outro homem dentro de casa - e para completar ela não permite que Ned visite o cachorro de estimação. Ned acaba indo morar com a mãe e voltando a conviver com as irmãs, mas não demora a perceber que existem algumas coisas que merecem ser resolvidas na vida das três. Pelas descobertas dele acabam acontecendo alguns esclarecimentos que são vistos como mal entendidos. Apesar de todo mundo achar que Ben é um "sem noção" ele é o único que parece saber conviver com as adversidades que aparecem em seu caminho - algo bem diferente do que faz suas irmãs que preferem culpá-lo pelos apuros que criam ao invés de enfrentá-los e assumir responsabilidades. É verdade que o roteiro está descaradamente do lado do irmão "injustiçado" pela vida, mas o filme garante alguns momentos que nos fazem pensar sobre o que é prioridade na vida de cada um. O filme poderia ter um final mais elaborado do que o xilique durante o jogo em família e a solução para a insatisfação de Ben com a família é resolvida de forma tão ligeira que não consegue nem fazer cócegas. Ainda assim, o filme é a prova de que Paul Rudd dá conta de um papel mais emocional (o de professor em As Vantagens de Ser Invisível/2012 também conta) do que os que tem enfrentado atualmente. Pode não ser um filme inesquecível, mas é melhor do que o título faz parecer, sendo uma despretensiosa dramédia para assistir num fim de tarde.
O Idiota do Meu Irmão (Our Idiot Brother/EUA-2011) de Jesse Peretz com Paul Rudd, Elizabeth Banks, Emily Mortimer, Steve Coogan, Adam Scott, Zooey Deschannel e Rashida Jones. ☻☻☻
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