Michael e Julianne: sacudindo a rotina de uma pacata escola.
Linda Sinclair (Julianne Moore) é uma professora de Literatura que criou uma rotina para a vida que a mantem dentro de uma segurança bastante cômoda e, se sua vida amorosa não é grande coisa, ela tem certeza que seus dias poderiam ser bem piores se houvesse mantido um relacionamento duradouro com alguns dos pretendentes que cruzaram o seu caminho. Ainda que sua vida esteja longe de ser uma grande aventura, pode se dizer que Linda conseguiu construir uma vida independente, onde não depende de namorados ou maridos para coisa alguma. Nos primeiros minutos, com a ajuda da narradora, não fica difícil perceber que a vida da senhorita Sinclair é quase sem graça e, bastaria uma pequena oportunidade para mudar esta rotina para que ela investisse sem pensar duas vezes. Este investimento virá quando ela reencontrar um ex-aluno, Jason Sherwood (Michael Angarano), que está em crise após um tempo vivendo em Nova York, onde tentou se firmar como dramaturgo. O pai de Jason (Greg Kinnear) já se convenceu de que a carreira de escritor é ingrata demais para o filho e espera convencer o rapaz de que é mais seguro investir na carreira de advogado. Convencer Jason de que vale a pensa lutar pelo seu sonho se torna uma questão de honra para Linda, tanto que ao ler uma peça do ex-aluno, A Crisálida, Linda convence a direção da escola a fazer uma montagem, onde ela mesma irá arcar com as despesas extras - e nem se importa se a peça está bem longe de ser o tipo de história a ser encenado numa escola de Ensino Médio. Experiente, Linda nem imagina como a presença de Jason colocará sua reputação em risco. O roteiro de Dan e Stacy Chariton não tem nada de muito inventivo, mas faz graça ao brincar com alguns arquétipos do cinema americano, seja a professora boazinha que ao mínimo deslize é julgada por todos, o ex-aluno que insiste em não crescer, o pai incompreensivo que está longe de ser o vilão da história, os alunos com alma de artista, mas insensíveis com quem está ao seu redor... ninguém é muito confiável na história. Embora renda uma chacoalhada na rotina dos personagens, Adorável Professora sempre se mantém numa confortável zona de segurança, mas ainda assim o filme funciona. Um dos maiores atrativos para ver o filme é Julianne Moore em um papel cômico que ela consegue dar oferecer mais nuances do que o roteiro pede, tornando Linda Sinclair uma personagem interessante, tão imperfeita quanto fácil de gostar. Com elenco simpático e desenvolvimento agradável, o filme lembra algumas produções inofensivas dos anos 1980 e se torna um passatempo divertido que pode ser uma grata surpresa para quem for pego desprevenido.
Adorável Professora (The English Teacher/EUA-2013) de Craig Zisk com Julianne Moore, Michael Angarano, Nathan Lane, Lily Collins e Charlie Saxton. ☻☻☻
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