Svenja, Jannik e Louis: relacionamentos em conflito.
Phil (Louis Hoffman) é um adolescente que acaba de voltar das férias para a casa onde mora com a mãe (Sabine Timoteo) e a irmã gêmea, Dianne (Ada Philline). No caminho, ele fica impressionado com a destruição provocada por uma tempestade - que afetou até o jardim de sua casa que foi destruído. Esta sensação de que algo que lhe era tão familiar já não é mais também aparece quando ele percebe que as duas mulheres da casa não estão se falando muito bem. Dianne anda cada vez mais distante e cabe a ele apenas especular o que está acontecendo. Devido ao distanciamento com a irmã, a melhor amiga Kat (Svenja Jung) ganha mais importância em sua rotina, seja na hora de fazer companhia nas tardes depois da aula ou na hora de trocar confidências. É Kat que comenta com o amigo sobre o menino novo da escola que todo mundo parece estar interessado. Trata-se de Nicholas (Jannik Schumann), que não vai demorar para se tornar mais próximo do tímido Phil e os dois terão um romance. O diretor Jakob M. Erwa consegue criar uma versão bastante simpática do livro de Andreas Steinhöfel, fazendo de O Centro do Meu Mundo um filme colorido, com boa trilha sonora e uma edição esperta que consegue ilustrar bem o que se passa na cabeça do protagonista e ganha pontos por não fazer da sexualidade de Phil o único assunto do filme. Diante dos vários flashbacks percebemos que existem alguns problemas familiares que nunca foram bem resolvidos dentro da casa, a começar pela total ausência de informação sobre quem é o pai dos gêmeos, some isso aos vários namorados da mãe e um aborto mal explicado e você terá uma ideia do que passa na cabeça do rapaz. Por outro lado, o filme vive num verdadeiro dilema entre o real e o idílico. Se por um lado todo mundo aceita bem a sexualidade de Phil (com exceção dos pais de Nicholas que nem aparecem no filme e os mocinhos não tem problemas em manter relações sexuais onde tem vontade, seja no vestiário, na casa de amigas, num quartinho...), do outro lado, o filme quer demonstrar que mesmo sem enfrentar preconceitos, o relacionamento dos rapazes também possui problemas causados pela personalidade de ambos. Se Phil é todo romântico e mergulha na relação de peito aberto, Nicholas é mais reservado e racional, o que causa estranhamento e insegurança no parceiro, no entanto, parte do público vai estranhar quando o romance entre os dois vai perdendo espaço na trama. É um filme que que se não fosse por uma e outra cena mais ousada poderia ser apreciado pelo mesmo público que curtiu Com Amor, Simon (2018) nas salas brasileiras. Para além da linguagem pop do filme, ele também funciona por conta de Louis Hofmann, bom ator juvenil que pode ser visto no indicado ao Oscar Terra de Minas (2016) e na série alemã Dark (e quando estreia a segunda temporada, Netflix?). Hofmann é craque em transpirar vulnerabilidade com seu olhar tão esperançoso quanto triste e na pele de Phil, fica fácil simpatizar com seus dilemas. Atuando desde os 13 anos, o rapaz já completou a maior idade e está partindo para Hollywood, onde já fez uma pequena participação em Operação Red Sparrow (2018) e está no novo filme dirigido por Ralph Fiennes, The White Crow. Com vários prêmios em sua terra natal, o rapaz tem tudo para se tornar um astro internacional nos próximos anos.
O Centro do Meu Mundo (Die Mitte Der Welt / Alemanha - Áustria / 2016) de Jacob M. Erwa com Louiz Hofmann, Jannik Schumann, Svenja Jung, Sabine Timoteo, Ada Philine e Svenja Jung. ☻☻☻
O Centro do Meu Mundo (Die Mitte Der Welt / Alemanha - Áustria / 2016) de Jacob M. Erwa com Louiz Hofmann, Jannik Schumann, Svenja Jung, Sabine Timoteo, Ada Philine e Svenja Jung. ☻☻☻
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