Alden e Chewie: nostálgica matinê.
Deve ser frustrante ser o filme que todo mundo adora falar mal na temporada, no momento este papel acabou ficando para Solo - Uma Aventura Star Wars, produção que conta a história do antológico personagem de Harrison Ford quando ele estava bem longe de conhecer a Princesa Leia e Luke Skywalker. Talvez a produção tenha sido prejudicada pelas filmagens atribuladas, principalmente pleos problemas com os diretores Phil Lord e Chris Miller (responsáveis pelo sucesso Uma Aventura Lego/2014) tudo se tornou notícia. Dizem que a saída da dupla aconteceu porque eles não estavam aguentando a pressão (e o elenco estava bastante insatisfeito ao ter que refilmar várias cenas ao infinito sem que os diretores soubessem exatamente o que queriam). Saindo a dupla, foi escalado o oscarizado Ron Howard para dar um jeito na produção. Quando Solo chegou aos cinemas muita gente ficou desapontada com o resultado, mas, quem acompanha a carreira do diretor sabe que o filme ficou a cara dele. Howard é um bom diretor, mas tem uma dificuldade enorme em assumir riscos. Ele ganhou dois Oscars (filme e produção) por Uma Mente Brilhante/2001 e foi indicado novamente por aquele que deve ser seu melhor trabalho - o excepcional Frost/Nixon (2008). Desde então fez documentários, produções para a televisão, filmou curtas enquanto no cinema se dedicou a filmes com grandes orçamentos. Sua escolha foi bastante segura pelo estúdio, mas os fãs estranharam a previsibilidade da história. Realmente em Solo não existem grandes surpresas, conhecemos como o personagem ganhou seu nome, vemos momento em que conhece Chewbacca, as circustâncias em que conhece Lando Calrissian e se depara com a Millenium Falcon. Para costurar a trama simples está o roubo de uma fonte de energia valiosa para reencontrar o amor de sua vida. Se o roteiro não tem nada de inovador, pelo menos ele acerta o tom de aventura - que é bem mais funcional do que em Os Últimos Jedi (2017) que decola só nos momentos finais. Entre os acertos do filme estão a escalação de Alden Ehrenreich (Ave César!/2016), que pode não ter o mesmo carisma de Harrison Ford, mas é talentoso e tem lá o seu charme. Quando ele e Chewie (o finlandês Joonas Suotamo que assumiu o papel com o mesmo carisma de Peter Mayhew, afastado dos filmes desde 2015 por problemas de saúde) estão em cena, o filme é uma beleza de assistir. São eles que evidenciam como Howard quis alimentar o filme de uma nostalgia que é muito semelhante aos de uma matinê, sem grandes complexidades ou referências mais moderninhas (e quando o faz fica desengonçado como a presença da robô engajada L3-37 na voz de Phoebe Waller-Bridge). O elenco ainda conta com o artista do momento, Donald Glover (também conhecido como o rapper Childish Gambino) que vive o jovem Lando e Emilia Clarke (Game of Thrones) como a amada de Solo. Donald faz o que pode com um personagem com poucas cenas e não muita profundidade, já Emilia me parece mais uma vez fora do tom (engraçado como ela parece mais a vontade fazendo a Rainha dos Dragões do que fazendo qualquer coisa no cinema). Pode não ser o melhor filme desta nova fase Star Wars, mas tem boas cenas de ação e ótimos efeitos especiais Eu gostei e veria outra aventura solo do herói, ou, quem sabe, até duas.
Solo - Uma História Star Wars (Solo - A Star Wars Story / EUA - 2018) de Ron Howard com Alden Ehrenreich, Emilia Clarke, Donald Glover, Joonas Suotamo, Woody Harrelson, Thandie Newton e Paul Bettany.
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