quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
FAVORITOS DO CINEMA 2020
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
10+ (2 Bônus) Filmes Favoritos do Ano
Ano complicado este para o cinema. Com a pandemia mundial, as salas fecharam e os estúdios ficaram sem saber o que fazer, enquanto isso os serviços de streaming bombaram e ainda que depois de vários meses filmes tenham estreado na tela grande, ainda não se sabe o que acontecerá nos próximos anos. Muita gente que tinha filme agendado para este ano resolveu adiar para a reabertura plena das salas (sabe-se lá quando) e a diversão da maioria dos cinéfilos ficou por conta das possibilidades de ver filmes em casa. Esta é a minha lista de favoritos do ano! Vale dizer que uso como critério para os meus favoritos os filmes que foram disponibilizados no Brasil por canais oficiais ao longo de 2020 e, por conta disso, alguns filmes lançados no ano passado no exterior aparecem por aqui. Como o cinema teve um ano complicado e os filmes ajudaram muito a passar o tempo em nossos dias de isolamento social, eu me dei o direito de escolher doze filmes (um para cada mês do ano deste 2020 enlouquecedor) que estão listados em ordem alfabética:
PL►Y: Nunca Ramente Às Vezes Sempre
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
PL►Y: Tenet
FAVORITOS DA TV - 2020
Em um ano tão estranho como 2020, o entretenimento ganhou um patamar ainda mais especial ao nos fazer companhia durante os períodos de isolamento social. Embora muitos de nossos programas favoritos tenham sido adiados por conta do Covid-19, houve aqueles que me fizeram companhia e estes são os meus favoritos do que assisti durante esta surpreendente volta em torno do sol:
MELHOR COMÉDIA
segunda-feira, 28 de dezembro de 2020
Na Tela: Mulher Maravilha 1984
Gal Gadot: quarta vez na pele da super-heroína. |
Na guerra entre Marvel e DC nos cinemas, o primeiro filme da Mulher Maravilha surgiu como a esperança de que as coisas poderiam entrar finalmente voltar aos eixos para Batman e sua turma na tela grande. De lá para cá muita coisa aconteceu, o aguardado filme da Liga da Justiça não fez o sucesso esperado, já a aventura solo de Aquaman fez um enorme sucesso, Ben Affleck foi descartado como novo Batman (e foi substituído por Robert Pattinson), o Coringa recebeu o Leão de Ouro em Veneza (e rendeu o aguardado Oscar de melhor ator para Joaquin Phoenix) enquanto Arlequina voltou às telas pouco antes da pandemia com Aves de Rapina. Enquanto o Esquadrão Suicida ganhará uma repaginada e o Snyder Cut deixou de ser uma lenda urbana e se torna um atrativo para a HBOMAX nos Estados Unidos (com seu lançamento previsto para setembro do ano que vem). No meio de tantas mudanças, a diretora Patti Jenkins estava confortável com a segurança garantida pelo primeiro filme da personagem, tanto que ela ganhou muito mais liberdade para executar esta sequência que alcançou grande expectativa para sua estreia nos cinemas (falando em HBOMAX, ainda gerou uma pendenga com a disponibilização do filme na plataforma enquanto ainda era exibida nos cinemas, mas logo se resolveu e a terceira parte já começa a ganhar forma após o filme se tornar o mais visto na reabertura dos cinemas). Celebrado em seu lançamento Mulher Maravilha1984 tem sofrido algumas críticas recentes pelo desenvolvimento do roteiro que está longe de ser o trivial neste tipo de filme. Aqui ele mergulha ainda mais na fantasia e gira em torno de um cristal capaz de realizar os desejos de qualquer pessoa, o que logo desperta o interesse do charlatão Maxwell Lord (Pedro Pascal que se diverte muito no papel). Ele só não se torna o vilão mais interessante da história por conta da presenta de Barbara Minerva (Kristen Wiig, excelente) como a acanhada colega de trabalho de Diana Prince (Gal Gadot) que nem suspeita que ela é a super-heroína. Barbara pede ao cristal que seja tal e qual sua amiga e ela mal sabe no que está se metendo. Wiig tabalha muito bem a transição da personagem que se torna mais atraente, segura, mas que perde muito da sua empatia pela humanidade que sempre a achou uma pessoa sem graça. A forma como aspira sua nova persona e sente-se atraída pelo cada vez mais poderoso Maxwell Lord, confere uma tensão bastante sexual no filme. Quem viu o primeiro filme imagina qual foi o pedido que Diana faz ao cristal, já que desde então vive solitária em seu trabalho com antiguidades e combatendo o crime nas horas vagas. Ela pede seu amado Steve Trevor (Chris Pine) de volta nos seus braços - e, de certa forma, é atendida. Com tanta coisa para resolver, o filme deixa as cenas de ação um tanto de lado, mas quando as exibe elas são bem trabalhadas ao mostrar uma Mulher Maravilha cada vez mais imponente perante um mundo que entra em colapso com todos os desejos sendo atendidos. Nasce daí uma mensagem interessante no filme, afinal, se cada um fizer o que bem entende o convívio social está completamente comprometido. Não por acaso o filme está ambientado em 1984, este caos tem efeito desastroso na Guerra Fria, na briga por petróleo e o filme patina um pouco ao lidar com estas questões políticas sem muita profundidade, aparecendo somente para exibir um mundo sob risco de destruição total. Esta nova aventura parece realmente um filme dos anos 1980, com sua trama um tanto ingênua e um capricho visual que parece realmente filmado naquela época (e as piadas com os figurinos entram neste pacote), mas gira em torno de um tema bastante atual sobre o individual em choque com o coletivo. Particularmente gostei mais da ideia desta continuação do que o anterior (pelo menos até a forma um tanto desconjuntada como tenta amarrar tudo em seu último ato). Com seus vilões cheios de percepções distorcidas e convicções tortas, mas ainda assim atraentes cada um à sua maneira. Mulher-Maravilha1984 ousa e paga pelo preço de sua ousadia de não se render a ser uma cópia da cartilha Marvel ao levar um filme de herói para as telas e, por isso mesmo, merece reconhecimento por não querer ser mais do mesmo.
Mulher Maravilha 1984 (Wonder Woman 1984 - EUA/2020) de Patti Jenkins com Gal Gadot, Kristen Wiig, Pedro Pascal, Chris Pine, Connie Nielsen, Robin Wright, Gabriella Wilde e Kristoffer Polaha. ☻☻☻
domingo, 27 de dezembro de 2020
#FDS Feliz: Soul
sábado, 26 de dezembro de 2020
#FDS Feliz: On The Rocks
Laura (Rashida Jones) é uma escritora que vive ocupada com a casa e suas duas filhas na cidade de Nova York. Seu esposo, Dean (Marlon Wayans) anda bastante ocupado com a ampliação de seus negócios e não lhe dá mais a mesma atenção de antes. Eis que um dia ela fica desconfiada do comportamento dele e começa a suspeitar que ele tem uma amante, no caso Fiona (Jessica Henwick) que passa mais tempo perto dele do que a própria Laura. Para piorar, ela conta as suas impressões para o pai, Felix (Bill Murray), um bon vivant endinheirado que resolve desmascarar o esposo da filha. Esta é a história do novo filme se Sofia Coppola que foi produzido para a Apple TV e o resultado é o filme mais despretensioso da diretora e, ao mesmo tempo, mostra-se o mais convencional também. Rashida Jones até convence de que sua personagem é uma mulher comum, pelo menos até percebermos que seu pai come caviar no carro, frequenta restaurantes chiques e viaja para o México como se fosse comprar um pão ali na esquina. Sofia Coppola apresenta aqui uma história sobre personagens sem problemas financeiros e que gravitam na alta roda de Nova York, mas não soa artificial nesta construção, uma vez que a diretora conhece bastante este meio. A trama e a graça giram em torno das diferenças entre pai e filha, que se amam, mas tem maneiras muito diferentes de enxergarem o mundo. A maioria das falas de Felix são compostas de falas antiquadas, em sua maioria machistas, que aos poucos fermentam aos ouvidos de sua filha até que ela não aguente mais e lhe diga algumas verdades sobre uma verdadeira mancha no relacionamento dos dois. Nem precisa dizer que Bill Murray está bastante confortável neste personagem que marca seu reencontro com Sofia, responsável por sua atuação mais elogiada em Encontros e Desencontros/2015 . Este novo trabalho gerou grande torcida para que o ator seja lembrado nas categorias de coadjuvante nas premiações que se aproximam), mas convenhamos que ele não faz nada muito diferente do que já fez (mas faz tão bem que a gente nem liga). É ele que segura o filme quando ele perde o ritmo e se torna um tanto repetitivo em sua "brincadeira de detetive" que promove uma reconexão entre pai e filha. Há de se destacar também o bom trabalho de Marlon Wayans em um personagem simpático e dotado de certa ambiguidade para que a história mantenha certo suspense até o final. Eu não consigo parar de pensar que a escalação do ator é efeito direto das duras críticas feitas à diretora por uma filmografia sem trabalhos com atores negros, aqui ela coloca vários coadjuvantes de várias etnias, o que confere maior autenticidade à cidade mais globalizada dos EUA (apresentada como um lugar em que os personagens estão sempre com pressa para chegar a algum lugar). Embora On The Rocks não é realizado para ser levado muito a sério (afinal, quem espiona os outros dirigindo um conversível vermelho?), seus diálogos tocam em um ponto interessante sobre a forma como direcionamos nosso olhar para comprovar o que suspeitamos (obviamente que o roteiro também é cheio de pegadinhas para confundir Laura e o espectador), mas se você não exigir muito verá que ele é divertido em sua proposta e renderia uma ótima Sessão da Tarde feita com o capricho estético de sua diretora.
On The Rocks (EUA-2020) de Sofia Coppola com Rashida Jones, Bill Murray, Marlon Wayans, Jessica Henwick, Jenny Slate e Lyianna Muscat. ☻☻☻
sexta-feira, 25 de dezembro de 2020
#FDS Feliz: Emma
NªTV: O Gambito da Rainha
PL►Y: O Céu da Meia-Noite
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
Pódio: Chadwick Boseman
Bronze: o herói africano. |
Prata: o músico turbulento. |
Ouro: o pai do soul. |
PL►Y: A Voz Suprema do Blues
domingo, 20 de dezembro de 2020
PL►Y: La Vingança
.Doc: As Mortes de Dick Johnson
Dick e seus amigos no paraíso: entre o real e o delírio. |
Aparecendo em algumas listas de melhores filmes do ano (e em breve divulgarei a minha também) está o documentário As Mortes de Dick Johnson em cartaz na Netflix. O filme foi exibido no Festival de Sundance e chamou atenção pela forma curiosa encontrada pela cineasta Kirsten Johnson para lidar com a fantasmagórica sensação de que seu pai morreria algum dia. É verdade que a morte é a única certeza de todos nós, mas de fato não é algo que pensamos com muito carinho ou ansiosos para que ela chegue. Kirsten deixa bem claro desde o início que não imagina como a vida seria sem a companhia do seu pai e resolveu fazer uma espécie de terapia cinematográfica para lidar com isso. O resultado é um filme que fala sobre vida e morte de uma forma terna, bem humorada e bastante sensível, de forma que o que poderia ser uma proposta de extremo mal gosto, se revela uma obra pessoal e emocionante graças ao seu tom espirituoso e outras curiosidades que aparecem pelo caminho. No início somos apresentados a Richard C. Johnson, um psiquiatra que com o passar do tempo percebeu que sua vida não é mais a mesma. Diagnosticado com Alzheimer a filha decidiu leva-lo para morar com ela em Nova York e diante do acompanhamento diário da deterioração mental de seu pai, ela resolveu documentar uma espécie de despedida diante do inevitável. Longe de ser sombrio ou humilhante, o filme é bastante sensível ao construir uma narrativa multifacetada com memórias da cineasta, cenas do cotidiano daquela família e... simulações da morte do simpático Dick. Ele tropeça em escadas, se acidenta em uma obra ou é atingido por um ar-condicionado para posteriormente ser visto no paraíso reencontrando a esposa ou tomando chocolate ao lado de Frida Kahlo e Freud (vividos por pessoas com rostos de papel). Depois descobrimos como estas cenas são construídas pela cineasta e sua equipe (com destaque para o trabalho de dublês e o trabalho de edição), alcançando um resultado que parece um verdadeiro presente de despedida para o pai que curte aquele processo criativo e em certo momento admite que sempre quis ser ator. As Mortes de Dick Johnson revela sua alma ao demonstrar que é mais do que uma farsa ou uma reflexão diante da morte, mas uma espécie de enganação ao destino perante a ressurreição de seu protagonista, mas também pelo registro deste homem comum que se torna fascinante pelas lentes de sua filha que o eterniza em uma tela. É mais do que um filme sobre a morte, é um filme sobre o amor.
As Mortes de Dick Johnson (Dick Johnson is Dead / EUA - 2020) de Kirsten Johnson com Jack C. Johnson, Kirsten Johnson, Michael Hilow e Ana Hoffman. ☻☻☻☻