quarta-feira, 30 de novembro de 2022
4EVER: Christine McVie
segunda-feira, 28 de novembro de 2022
PL►Y: Era uma Vez em Staten Island
PL►Y: Não se Preocupe, Querida
domingo, 27 de novembro de 2022
PL►Y: Passagem
PL►Y: Encantada / Desencantada
Encantada (Enchanted/EUA-2007) de Kevin Lima com Amy Adams, Patrick Dempsey, Susan Sarandon, James MArsden, Idina Menzel, Julie Andrews, Rachel Covey, Timothy Spall e Kevin Lima. ☻☻☻☻
Desencantada (Desenchanted/EUA-2022) de Adam Shankman com Amy Adams, Patrick Dempsey, Maya Rudolph, Gabriella Baldacchino, James Marsden, Idina Menzel, Yvette Nicole Brown, Jayma Mays, Kolton Stewart e Alan Tudyk. ☻☻
sábado, 26 de novembro de 2022
PL►Y: O Milagre
Acho que já podemos dizer que Florence Pugh é uma das melhores atrizes de sua geração (se não for a melhor). Aos 26 anos, a atriz já demonstrou que é uma artista a ser levada a sério. Foi assim desde que encarou a complicada protagonista de Lady MacBeth (2016), depois esteve arrasadora em Midsommar (2019), foi indicada ao Oscar por viver uma personagem em fases distintas da vida em Adoráveis Mulheres (2019) e não fez feio quando se tornou a nova Viúva Negra (2021) da Marvel. Nem quando tem que desbravar toda a atribulação de Não se Preocupe, Querida (2022) ela se intimidou, nem deveria, afinal, tinha outro filme para estrear em 2022 que mostraria que ela ainda tem muito a oferecer quando o assunto é talento. Em O Milagre, em cartaz na Netflix, ela interpreta Lib, uma enfermeira encarregada de uma tarefa espinhosa. Em 1862 ela foi designada para investigar uma menina que não se alimenta há quatro meses. A situação inexplicável já é tomada como um milagre pelo vilarejo em que a garota vive, mas é preciso que exista uma observação rígida para a legitimação de um autêntico milagre divino. Para que tudo seja lavrado e sacramentado, a enfermeira será responsável por observar a menina em uma parte do dia e uma freira será responsável por outra parte do dia. Obviamente que o novo filme de Sebastian Lélio (oscarizado por Uma Mulher Fantástica/2017) já pontua, na escalação destas duas observadoras, um embate entre ciência e religião. Enquanto a enfermeira de Pugh permanece cética com toda aquela situação, todos ao seu redor permanecem em estado de graça pelo que acontece com a milagrosa Anna (Kíla Lord Cassidy). Não por acaso, Lib aos poucos irá se aproximar de um jornalista (Tom Burke, sempre interessante) que também não acredita muito no absurdo da situação e se preocupa com as manipulações em torno do caso. Conforme a narrativa avança, Lib começa a desconfiar do que está havendo naquela casa e descobre situações mais complicadas do que imaginava. Baseado no livro de Emma Donaghue a mesma de O Quarto de Jack/2015), Lelio imprime aqui uma atmosfera de drama que avança feito um suspense ancorado pela interpretação sólida de Florence como um olhar de razão em um ambiente de pura emoção e adoração que, infelizmente ainda diz muito sobre os tempos atuais. No decorrer do filme uma série de pensamentos sobre a relação do jejum com penitência, sacrifício e santidade, o que deixou o decorrer da trama ainda mais interessante. No entanto, o mais legal é ver um filme difícil (ritmo lento, tom pesaroso e sem humor) se destacar várias vezes entre os filmes mais vistos do serviço de streaming. Prova de que ainda há interesse por filmes sérios entre a plateia.
O Milagre (The Wonder / Irlanda - Reino Unido - EUA /2022) de Sebastián Lelio com Florence Pugh, Kila Lord Cassidy, Niam Alghar, David Wilmot, Toby Jones, Ciarán Hinds, Elaine Cassidy, Josie Walker e Brían F.O'Byrne. ☻☻☻☻
PL►Y: Um Lugar Bem Longe Daqui
sexta-feira, 25 de novembro de 2022
4EVER: Irene Cara
Nascida no Bronx em Nova York, filha de mãe cubana e pai saxofonista porto-riquenho, Irene Cara Escalera começou sua carreira em musicais na Broadway nos anos 1970 quando ainda era adolescente. Seu primeiro filme foi o romance interracial Aaron Loves Angela (1975) e depois fez o musical Sparkle (1976) sobre três irmãs em conflito na busca pela fama. Com talento para cantar e atuar, ela estrelou a minissérie Raízes II (1979) e o telefime Jim Jones (1980) no ano seguinte. Mas o estrelato veio mesmo com o sucesso de Fama (1980) musical dirigido por Alan Parker em que vivia uma estudante da escola de arte cênicas que lutava para se aperfeiçoar e viver de arte. O filme se tornou um sucesso, assim como a trilha sonora que foi indicado ao Oscar por duas canções, sendo premiada pela faixa título e o sucesso musical lhe rendeu indicações ao Grammy. Três anos depois o sucesso continuou com "What a Feeling" da trilha do filme Flashdance (1983), que lhe rendeu um Oscar e um Grammy. No entanto, a carreira de atriz não decolou com sua participação em filmes que não foram sucesso (embora estrelados ao lado de Tatum O'Neal e Clint Eastwood) e a carreira como cantora enfrentou uma disputa judiciais com sua gravadora. Nos últimos anos de carreira a artista trabalhou como dubladora em animações e games.
terça-feira, 22 de novembro de 2022
4EVER: Erasmo Carlos
sábado, 19 de novembro de 2022
Ciclo Verde e Amarelo: Medida Provisória
Fechando o Ciclo Verde e Amarelo deste ano, escolhi Medida Provisória que foi um dos filmes mais comentados do ano e isso aconteceu por vários motivos. O principal deles é que o cinema brasileiro atravessou quatro anos de vacas magras sem muito apoio para sua produção e ver um filme de forte viés político como a estreia de Lázaro Ramos na direção é um grande feito. Outro motivo que despertou muita curiosidade é o fato do filme abordar uma distopia (isso mesmo, aquela palavra que virou moda para filmes de ficção científica nos Estados Unidos em que um futuro não muito distante nos guarda um destino pouco agradável). No futuro em questão não se fala mais sobre negros, mas pessoas com "melanina acentuada" ou então "melaninados". Em busca de reparações históricas, o governo acaba de aprovar uma indenização para descendentes de escravos no Brasil e quando a primeira senhora vai sacar o dinheiro, um problema impede o recebimento. Este é o primeiro fato que aponta para a ferida de que a ideia de reparação agrega um benefício político para as classes governantes que almejam o título de politicamente corretas ou inclusivas, mas falta vontade para realizar. A coisa então remete à outra solução, bancar o retorno de pessoas com ascendência africana para a terra de seus antepassados, a África. A ideia estapafúrdia surge envolta de um marketing altamente positivo, mas que é vista com desconfiança por alguns. Se a proposta começa como opcional, logo a coisa se torna autoritária ao determinar que todas as pessoas que lembrem "levemente" características africanas devem ser deportadas. Começa então uma verdadeira caçada aos cidadãos que não desejam de forma alguma sair do seu país de origem. Nestes dois pontos existem os elementos mais interessantes do filme, o primeiro é como um discurso é apropriado pela classe dominante de forma tão dissimulada ao ponto de ser totalmente distorcida em sua ideia matriz. O outro é a fragilidade de um convivência inter-racial pacífica fajuta que não precisa de muito para revelar os preconceitos que se escondem abaixo da superfície. Em outros tempos eu diria que esta minha afirmação é um exagero, mas tendo em vista a realidade escancarada dos discursos de ódio nas redes sociais, vemos que uma estapafúrdia Medida Provisória 1888 vista no filme (não por acaso, ano da Lei Áurea) traria os mesmos desdobramentos que vemos no filme. Merecem destaque no filme várias frases que remetem diretamente ao simulacro que presenciamos diariamente, além de alusões históricas de ontem (como a ideia de branqueamento nacional) ou de hoje ("como não vimos o que estava acontecendo, como foi que rimos disso?"). Como diretor Lázaro Ramos traz um belo gosto pela provocação e sabe conduzi-la com drama e até algum humor, mas ao estabelecer o centro da narrativa no casal Capitu (Taís Araújo) e Antônio (o internacional Alfred Enoch) o filme mantem um belo fio condutor para o que tem em mãos, mas que encontra no desfecho um problema. Diante da abrasiva alegoria que constrói ao longo da sessão, o final, ainda que poético, não consegue fechar a história que tinha em mãos de forma satisfatória. Podem dizer que simboliza que a luta (ou a resistência, termo utilizado várias vezes no filme) continua, mas me pareceu que a genial ideia do filme ficou no meio do caminho (assim como aquela cena sobreposta da morte de dois personagens quase ao mesmo tempo, que pretende emocionar num manifesto antiviolência, mas que não tem desdobramento algum na vida dos outros personagens, seja de quem viu, quem matou ou quem sofre), se faltou amarrar estes momentos, sobram aqueles diálogos que pretendem narrar o que já estamos vendo na tela e, por isso mesmo, são desnecessários. Medida Provisória é um filme interessante e necessário, mas parece não se dar conta dos valiosos desdobramentos que deixa pelo caminho, no entanto, Lázaro Ramos tem uma estreia bastante promissora como cineasta.
Medida Provisória (Brasil/2022 - Brasil) de Lázaro Ramos com Alfred Enoch, Taís Araújo, Seu Jorge, Adriana Esteves, Renata Sorrah, Luis Miranda, Flávio Bauraqui, Mariana Xavier e Paulo Chun. ☻☻☻
sexta-feira, 18 de novembro de 2022
Ciclo Verde e Amarelo: Meio Irmão
quinta-feira, 17 de novembro de 2022
CICLO VERDE E AMARELO: Marighella
quarta-feira, 16 de novembro de 2022
Ciclo Verde e Amarelo: Mar de Dentro
terça-feira, 15 de novembro de 2022
CICLO VERDE E AMARELO: A Viagem de Pedro
segunda-feira, 14 de novembro de 2022
CICLO VERDE E AMARELO: Meteoros
domingo, 13 de novembro de 2022
CICLO VERDE E AMARELO: Os Primeiros Soldados
Começando o Ciclo Verde e Amarelo de 2022, escolhi um filme que assisti meio que por acaso numa noite dessas. Trata-se de "Os Primeiros Soldados", que aborda um tema ainda pouco explorado no cinema brasileiro. Aqui temos a história de Suzano (Johnny Massaro) que passou um tempo na Europa antes de voltar para sua cidade natal para visitar a irmã (Clara Choveaux) e o sobrinho no Espírito Santo. O ano é 1983, mas durante o período em que esteve fora nada parece ter mudado com relação à vida de homossexuais em suas cidade, afinal, eles continuam se encontrando de forma clandestina e sofrendo preconceitos de formas variadas. Se para ele a realidade já é complicada, imagine para Rose (Renata Carvalho), uma travesti discriminada no transporte público ou no hospital em que grita por atendimento. A coisa só complica com uma doença diferente que ninguém sabe como é transmitida ou como tratar. Estamos nos anos 1980. O HIV começava a surgir no Brasil e contaminar principalmente um grupo já discriminado, adepto do sexo livre (presente da contracultura das décadas anteriores) e que era visto de forma marginalizada pela sociedade, especialmente quando a chamada "peste gay" apresentava seus primeiros sintomas. Dirigido por Rodrigo de Oliveira, Os Primeiros Soldados faz alusão aos primeiros que foram para a frente de batalha do enfrentamento da AIDS em meio a todos os mecanismos sociais que os discriminavam e não faziam a mínima ideia de como lidar com um vírus que liquidava a imunidade do organismo humano. A ideia do título fica ainda mais forte quando Suzano e Rose se juntam a Humberto (Vitor Camilo) numa casa de campo utilizando recursos enviados pelo parceiro estrangeiro de Suzano, no que seria a busca de um tratamento que ainda era experimental. O diário de bordo realizado pelo trio torna o filme ainda mais angustiante, seja pelo isolamento, seja pela falta de perspectivas e a ideia de que a morte está cada vez mais perto. A atmosfera de festas e conquistas sexuais logo é substituída por uma mais fúnebre e desesperançada, construindo um retrato bastante eloquente do período em que a trama se passa. Johnny Massaro apresenta aqui mais um belo trabalho, no início com um tom afetado que aos poucos se diluí em olhos marejados. Ele está muito bem acompanhado de Renata Carvalho (que também aparece no forte Vento Seco/2020, excelente na pele de uma mulher trans artista que ainda é rotulada de transformista. Os Primeiros Soldados é tão contundente que parece até ser uma dolorosa história verídica. Talvez seja.
Os Primeiros Soldados (Brasil-2021) de Rodrigo de Oliveira com Johhny Massaro, Renata Carvalho, Clara Choveaux, Vitor Camilo e Alex Bonini. ☻☻☻☻
sábado, 12 de novembro de 2022
10+ Cotados para o Oscar 2023
As conversas sobre o Oscar já estão bem avançadas e alguns filmes cotados já até estrearam por aqui. Top Gun: Maverick tem chances crescentes após fazer o dever de casa direitinho e pode até trazer Tom Cruise de volta ao gosto da Academia após longo jejum. Outro que pode ser lembrado é Elvis de Baz Luhrman, que pode deixar para trás outras biopics para trás - incluindo Blonde (Ana de Armas bem que merecia uma indicação) e I Wanna Dance With Somebody que conta a carreira da diva Whitney Houston. Quem parece ter lugar garantido é Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, que deve abocanhar várias indicações com sua história doida e cheia de sentimento. Alguns com assinaturas de prestígio já floparam pelo caminho, caso de The Son de Florian Zeller (podem chorar por Hugh Jackman, parece que a indicação não sai), White Noise de Noah Baumbach deve ficar pelo meio do caminho assim como Bardo de Alejandro Gonzalez Iñárritu (ambos da Netflix). Porém, a gigante do streaming tem um grande trunfo com todos os elogios de Nada de Novo no Front, o impressionante filme alemão que deve marcar presença em várias categorias enquanto desponta como favorito ao prêmio de filme internacional. A seguir outros filmes que possuem chances ampliadas nesta temporada de ouro:
PL►Y: Passei por Aqui
Passei por Aqui estreou na Netflix mês passado e chamou atenção de público e crítica pela sua atmosfera com tonalidades políticas (o que sempre dá um sabor especial a este tipo de filme). A produção é o novo projeto do diretor que fez bonito em sua estreia com Sob a Sombra (2016) e depois realizou o estranho Contato Visceral (2019). Em todos os seus projetos, nota-se que Anvari tem uma preocupação com temas atuais e criatividade suficiente para abordá-los com pitadas de fantasia e terror. Aqui ele deixa de lado o que seus filmes podem ter de mais fabuloso e finca os dois pés no chão para contar uma história que passa o foco da narrativa a cada um dos seus personagens, algo como uma troca de bastão. O filme começa com o rebelde grafiteiro Toby (George MacKay) que costuma invadir casas de endinheirados com o amigo Jameel (Percelle Ascott), a dupla deixa a frase do título escrita nas paredes e começa a ganhar atenção dos jornais. A mãe de Toby, Lizzie (Kelly MacDonald) não faz a mínima ideia do que o filho anda fazendo nas ruas (já que em casa ele não lava sequer a louça). O discurso rebelde contra o sistema é o que motiva o rapaz a continuar em suas desventuras, mas a coisa complica quando ele vai parar na casa de um figurão público da advocacia, Hector Blake (Hugh Bonneville), e descobre um chocante segredo escondido no porão daquele homem. Blake é cultuado como uma figura importante na defesa de refugiados, mas Toby descobre que sua persona é bem mais sinistra do que aparece nos telejornais. Conforme Blake ganha contornos de vilão, o filme começa a sepultar seu elenco de forma um tanto cansativa e perde alguns pontos quando começa a buscar uma causa estapafúrdia para as atitudes do ricaço (mas não dá para esperar muita lógica na mente de gente doida). Embora perca o ritmo aqui e ali enquanto firma o personagem de Hugh Bonneville como personagem principal, Passei por Aqui é um bom suspense sobre o que se esconde por trás do discurso sedutor de alguns cidadãos de bem, pena que as vidas que ficam pelo caminho não retornam para um final feliz.
Passei por Aqui (I Came By/Reino Unido - 2022) de Babak Anvari com George MacKay, Hugh Bonneville, Percelle Ascott, Kelly BacDonald, Antonio Aakeel, Franc Ashman e Tarik Badwan. ☻☻☻