MELHOR FILME
Ferrugem e Osso
Jacques Audiard nos envolve numa história de amor que se sobressai à violência presente na vida de um casal que se conhece e se completa quase que por acaso. Ao invés de criar um melodrama, o diretor conta uma forte história de autoconhecimento cheia de som e fúria. O incrível é que o filme tinha tudo para dar errado, mas funciona que é uma beleza.
Outros favoritos (direita para esquerda): Amor, As Aventuras de Pi, À Procura de Sugar Man, Gravidade e O Impossível.
MELHOR DIRETOR
Alfonso Cuarón (Gravidade)
Vai parecer preconceito, mas entre os seis diretores que mais me chamaram atenção não existe nenhum americano. Não foi de propósito, talvez um efeito positivo de nosso acesso a obra de autores de outros países. Alguns deles caem nas graças de Hollywood para fazer filmes que desafiam a lógica da indústria, como Gravidade, a ficção científica existencialista de primeira feita por Cuarón.
Outros Favoritos (direita para esquerda): Ang Lee (As Aventuras de Pi), Jacques Audiard (Ferrugem e Osso), J.A. Bayona (O Impossível), Thomas Vintenberg (A Caça) e Michael Haneke (Amor)
MELHOR ATOR
John Hawkes (As Sessões)
Os rapazes estão de parabéns, houve atuações que não saíram de minha cabeça durante o ano, mas nenhuma delas conseguiu me sensibilizar tanto quanto a espetacular atuação de John Hawkes paralisado do pescoço para baixo e tentando perder a virgindade. Sua atuação na pele de Mark O'Brien é tão envolvente que é difícil não pensar que tudo é real.
Outros favoritos (direita para esquerda): Daniel Day Lewis (Lincoln), Jean Luc Trintignant (Amor), Joaquin Phoenix (O Mestre), Mads Mikkelsen (A Caça) e Matthias Schoenaerts (Ferrugem e Osso)
MELHOR ATRIZ
Marion Cotillard (Ferrugem e Osso)
De vez em quando o cinema recebe uma Diva, uma dessas atrizes que podem aparecer por cinco minutos que já levam o nosso coração para sempre. Faz tempo que Marion Cotillard recebe nossa atenção, mas fazia tempo que a sétima arte lhe devia um papel tão completo como o da domadora de baleias Stéphanie. O filme é o retrato de sua jornada em busca de seu novo lugar no mundo e Marion o descobre com maestria.
Outras favoritas (direita para esquerda): Cate Blanchett (Blue Jasmine), Emanuelle Riva (Amor), Sandra Bullock (Gravidade), Elizabeth Olsen (Martha Marcy May Marlene) e Naomi Watts (O Impossível)
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Tom Holland (O Impossível)
Crianças prodígio são ainda mais irresistíveis na telona quando não fingem ser adultos, ou seja, quando atuam de acordo com a idade de seus personagens. Tom Holland é um desses achados que esperamos ver em vários filmes no futuro. Aos poucos seu personagem amadurece perante a devastação física e emocional. Na pele do primogênito que sobrevive à catástrofe do tsunami o menino tornou-se uma revelação.
Outros Favoritos (direita para a esquerda): Christopher Waltz (Django Livre), Phillip Seymour Hoffman (O Mestre), Samuel L. Jackson (Django Livre), Daniel Brühl (Rush) e Leonardo DiCaprio (Rush).
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Amy Adams (O Mestre)
Quando pensamos que já vimos o suficiente do talento de Amy Adams, a atriz nos surpreende com outro personagem memorável. No denso O Mestre, Amy interpreta a esposa do próprio, uma mulher que consegue ser tão discreta como estranha. Se por vezes ela parece submissa, às vezes ela é a que parece ter mais controle sobre o que acontece em torno do mentor espiritual com quem é casada. Em poucas cenas, Adams consegue criar uma personagem instigante, ao mesmo tempo que provoca arrepios com sua atuação à beira do colapso.
Outras Favoritas (direita para esquerda): Nicole Kidman (Obsessão), Sally Hawkins (Blue Jasmine), Anne Hathaway (Os Miseráveis), Helen Hunt (As Sessões) e Cameron Diaz (O Conselheiro do Crime).
MELHOR ROTEIRO
Amor
Sempre acho interessante os roteiros onde a ação é o que mais importa em cena, os olhares, os gestos, os símbolos... nesse ponto, Amor é um primor. Poucas vezes me deparei com um texto em que os diálogos fossem tão supérfluos diante do que vemos. Em Amor, um sorriso, uma agressão, um pombo que resolve entrar pela janela ganha o sentido de uma nota na triste melodia composta por Michael Haneke.
Outros Favoritos: Martha Marcy May Marlene, Bernie, A Caça, Nota de Rodapé e Ferrugem e Osso.
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