Apesar de poucos filmes suecos aparecerem nos cinemas brasileiros tenho a minha cota de favoritos. Quando se fala dos filmes da Suécia logo vem à cabeça os filmes de Bergman, mas evitei fazer uma lista repleta dos filmes do mestre cineasta e destaquei outros filmes que considero bem interessantes - e a maioria acho que pouca gente conhece. Além disso, vocês verão que o cinema sueco é um dos campeões de remakes em Hollywood!
O mundo ama a trilogia de Stieg Larsson e quando o filme chegou ao cinema não poderia ser diferente! Sucesso nas telonas, a saga da hacker Lisbeth Salander (vivida com gosto por Noomi Rapace) e do jornalista Michael Blomkvist (Michael Nyqvist) ganhou uma abordagem agressiva que lembrava muito o cinema de David Fincher. Não por acaso o livro ganhou uma nova versão americana, assinada pelo próprio Fincher. A vantagem da versão sueca é que ela se mostra bem mais enxuta (e redonda, já que os três filmes foram lançados).
Indicado ao Globo de Ouro de filme estrangeiro e escolhido pela Suécia para disputar uma vaga de filme estrangeiro no Oscar (e ficou de fora), o drama Força Maior se tornou um daqueles filmes que motivam debates entre os amigos, graças a história da família que precisa lidar com a atitude do pai durante uma avalanche. A lavagem de roupa entre marido e esposa toma conta da sessão que incomoda e produz risos nervosos até o final sutilmente irônico.
08 Cabeça Fora D'água (1993) de Nils Gaup
Um casal vai passar alguns dias numa pequena ilha. Um belo dia, a esposa está sozinha e recebe a visita do amante completamente bêbado! Ele resolve dormir no sofá. Ela também tira uma soneca, mas quando acorda o rapaz está morto! Diante da morte involuntária, resta ao casal livrar-se do corpo, mas nada é tão simples! Esta comédia de humor negro fez muito sucesso na Europa e recebeu uma refilmagem menos engenhosa estrelada por Cameron Diaz chamada Amor Alucinante/1996
07 O Som do Ruído (2010) de Ola Simonsson
Um grupo de músicos revoltados com as convenções musicais na indústria de entretenimento começa a invadir espaços públicos e explodir "bombas musicais". Não entendeu? Eu explico! Este grupo de músicos anarquistas realizam manifestos em agências bancárias, em fios de alta tensão ou em uma via pública, sempre utilizando instrumentos inusitados que servem na construção das melodias. O filme pode ser visto como uma comédia policial, mas eu prefiro perceber com um dos musicais mais inventivos de todos os tempos.
06 Nightwatch (1994) de Ole Bornedal
Outro filme que ganhou refilmagem em Hollywood, só que feita pelo mesmo diretor (O Principal Suspeito/1997, estrelado por Ewan McGregor e Patricia Arquette) conta a história de um rapaz que vai trabalhar num necrotério durante a madrugada e percebe que uma série de coisas estranhas acontecem ali. Seria sua imaginação ou realmente existe um necrófilo rondando seu turno? O suspense de tirar o fôlego é temperado com humor e algum erotismo - e conta com Nikolaj Coster-Wandau (o Jaime Lannister de Game of Thrones) estrelando seu primeiro filme no cinema.
05 Todas as Coisas são Belas (1995) de Bo Widerberg
Lembro que eu tinha uns quinze anos quando tive a impressão que eu era a única pessoa que assistiu este filme indicado ao Oscar na televisão. Uns vinte anos depois, descobri um amigo que também assistiu e que não conseguia lembrar o nome de jeito nenhum... bastou ele citar que era um filme europeu sobre o romance entre um adolescente e uma professora para eu lembrar do nome do marcante último filme de Bo Widerberg.
Sucesso na Europa e indicado ao Oscar de filme estrangeiro o filme conta a história de um senhor que não acha mais graça na vida e quer cometer suicídio de qualquer jeito. Como não consegue, aos poucos ele é um tanto forçado a se relacionar com as pessoas ao seu redor enquanto relembra sua própria história de vida. Simpático, divertido e emocionante, esta comédia de humor negro é uma delícia de assistir!
Um filme de vampiros diferente, estrelado por crianças, foi o filme escolhido pela Suécia para disputar o Oscar de 2009, mas acabou ficando de fora! Apesar do sucesso e das críticas, nós sabemos que a Academia não é chegada a filmes de terror - por melhores que sejam. O filme conta a história de amizade entre a vampira Eli e o menino Oskar, a identificação entre os dois é imediata (especialmente pela sensação de inadequação vivida por ambos). O filme recebeu a melhor refilmagem dos citados aqui (Deixe me Entrar/2010 de Matt Reeves).
Todo mundo se emocionou com a história do menino Ingemar (o fofo Anton Glanzelius) que por conta de problemas na família foi morar os tios no interior. Lá Ingemar terá muitas mudanças em sua vida e terá pequenas aventuras cotidianas tratadas com muita poesia pelo diretor. O filme foi indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro e de direção, abrindo as portas de Hollywood para o diretor Lasse Hallstöm (que filma por lá até hoje).
Como não colocar um filme de Bergman em primeiro lugar? Impossível! Este é o meu favorito e, acredite, ele é muito mais do que a genial cena do cavaleiro jogando xadrez com a morte. Moderno, metafórico, bem-humorado, irônico, brilhante! O Sétimo Selo é considerado por muitos a maior obra-prima de um diretor que fez oitenta filmes de 1946 até 2007. Com nove indicações ao Oscar (e nenhuma vitória, como pode?), Bergman se tornou um dos deuses do cinema pela forma sutil e imaginativa de filmar - e influenciou muita gente boa (Woody Allen, Todd Field, Almodóvar, Haneke...). Se ver o nome dele nos créditos, pode assistir!
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