quinta-feira, 16 de abril de 2020

PL►Y: Um Amor e mil Casamentos

Olivia e Sam (ao centro): talentos desperdiçados. 

Não sei onde eu estava com a cabeça que imaginei que Um Amor e Mil Casamentos poderia me lembrar a atmosfera do clássico 4 Casamentos e um Funeral (1994), talvez tenha sido o trailer em que Sam Claflin repetia alguns trejeitos de Hugh Grant como o tímido conquistador desajeitado daquele filme. A semelhança também engana quando ele conhece uma mulher interessante (a charmosa Olivia Munn) e irá encontrá-la novamente em um casamento tempos depois. O protagonista também está cercado de amigos, uma ex-namorada rabugenta e algumas situações vexatórias, só que o roteiro tem o diferencial de explorar (ainda que sem muito destaque) as diversas possibilidades de acontecimentos por conta da escolha de quem divide a mesa numa festa de casamento (uma tradição que graças ao padroeiro dos matrimônios não existe por aqui). O filme começa bem, com Jack (Claiflin) tentando se despedir de Dina (Olivia) da melhor forma possível, até que um velho conhecido, sem qualquer discernimento, aparece para atrapalhar. Os dois se encontrarão muitos anos depois no casamento da irmã de Jack, Hayley. O reencontro poderia ser arrebatador para os dois, se uma série de acontecimentos não surgissem para atrapalhar. A começar por um ex-conhecido dos irmãos (Jack Farthing) que resolve aparecer para declarar seu amor para  noiva. Desesperada, a noiva apela para o irmão se livrar deste obstáculo e uma série de trapalhadas acontecem em torno da mesa em que todos se sentam, que conta ainda com um amigo ator (Joel Fry), sua pretendente (Aisling Bea), a ex-namorada de Jack, Amanda (Freida Pinto), devidamente acompanhada de seu novo parceiro, Chaz (Allan Mustafa). Infelizmente o que poderia ser apenas mais uma comédia romântica divertida, começa a apelar para a bobajada que assola a maioria das comédias americanas (e o filme nem é americano). E tome conversas sobre quem tem o pênis maior, escatologias variadas pelo caminho e o desenvolvimento preguiçoso dos personagens só atrapalha. Se Claiflin mais uma vez demonstra ser um ator esforçado (e  aqui ele lembra muito o jeito do Hugh Grant atuar nos anos 1990), os seus parceiros de cena sofrem com a ausência de desenvolvimento dos personagens que estão ali para baterem sempre na mesma tecla o tempo inteiro (a tecla de Hayley é sempre sorrir e correr desesperada para cobrar ao irmão que conserte seus erros, a de Amanda é sempre parecer antipática e destratar quem estiver por perto, do Chaz é sempre falar dos dotes de Jack...). A ideia das várias possibilidades dos acontecimentos fica um tanto prejudicada no meio de tanta bobagem. Pelo menos o final é feliz para o casal principal que merecia um desenvolvimento melhor do romance que o filme prometia antes de derrapar na bobeira. Fiquei até curioso de assistir ao original francês, Plan the Table (2012) e ver se a história era melhor conduzida pela diretora Christielle Raynal. 

Um Amor e Mil Casamentos (Love Wedding Repeat / Itália - Reino Unido / 2020) de Dean Craig com Sam Claiflin, Olivia Munn, Freida Pinto, Allan Mustafa, Aisling Bea, Joel Fry e Tim Key. ☻☻ 

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