Como eu já imaginava, era o Oscar em que tudo poderia acontecer! Tudo mesmo! O melhor foi que tivemos algumas surpresas, algumas boas, outras nem tanto e uma arrasadora! Este foi o Oscar sem anfitrião, com alguns apresentadores inusitados, poucas piadas e um ganhador que promete entrar para a lista dos mais odiados. Eu já imaginava que eu erraria um monte de palpites, mas eu nem ligo, foi uma cerimonia que realmente gostei de assistir, por Rami, por Regina, por Olivia Colman, por Shallow, por um curta que fala sobre menstruação, pelo modelito cheio de coelhos de Melissa McCarthy. A seguir todos os premiados da noite e os meus comentários - sem esquecer o tradicional ☻ marcando meus acertos e o placar ao final de tudo:
Estava longe de ser o melhor filme no páreo. Não era o meu favorito, mas talvez seja ainda o filme que a grande maioria da Academia ainda vota diante do apelo cada vez maior à diversidade. Vão massacrar o filme ao longo dos anos, vão relembrar de todas as críticas que sofreu, mas no fundo é um filme que está bem longe de ser um desastre - só não merecia ser considerado o melhor filme de 2018.
Este era mais que esperado. Cuarón fez um filme que exalta o cotidiano, que transforma em arte as suas memórias de infância e comove por sua simplicidade e beleza sutil. O mais interessante é que o s mexicanos estão fazendo a festa no Oscar dos últimos anos, ao lado dos amigos Guillermo Del Toro e Alejandro Iñárritu, Cuarón faz história (e ainda repetia Netflix cada vez que subia no palco).
Melhor Ator: Rami Malek (Bohemian Rhapsody)☻
Desculpe Christian Bale, mas quando olhava para todos os concorrentes eu só conseguia torcer pelo cara dando o sangue por Freddie Mercury. Bohemian pode não ser um filme exemplar, mas me fez viajar para outro tempo enquanto eu assistia - e boa parte desta magia se deve ao trabalho de Rami.
Melhor surpresa da noite! Amo Glenn Close (mas sempre acho que depois dela perder o Oscar por Ligações Perigosas/1988, vai ser difícil levar o Oscar para a casa)... mas Olivia está espetacular como a Rainha Anne! Vê-la levar a estatueta me fez até relaxar em ver Glenn perder outra vez. Além disso, nos brindou com o discurso mais espontâneo da noite (ainda com cara de quem tinha certeza que perderia até para a Lady Gaga).
Foi lindo ver Regina subindo ao palco para buscar sua estatueta com seu discurso impecável. Pelo papel da mulher que faz o que pode para inocentar o genro, Regina se tornou a alma de um belo filme que se perde no excesso de controle do diretor.
Maherslala Ali entrou para a história como o segundo ator negro a ter duas estatuetas na estante (um feito que se compara somente a Denzel Washington). Ele é um dos principais motivos para se pensar que Green Book é um filme melhor do que realmente é.
Não era o meu favorito, mas foi emocionante ver Spike Lee levando seu Oscar para casa. O diretor ficou tão feliz que empolgou todos os presentes! O melhor foi aquela sensação de que o filme poderia até levar o principal prêmio da noite, mas o tiro saiu pela culatra...
O oposto de Infiltrado na Klan não empolgou muito quando foi anunciado como o premiado na categoria (e seus roteiristas sentiram isto na pele na hora do discurso). A torcida para A Favorita era grande, mas a Academia preferiu um material mais convencional. A vitória era o prenúncio do que estava por vir mais tarde.
Melhor Filme Estrangeiro: Roma
Quando Roma levou este aqui eu só imaginava como seria estranho ver um filme ganhar o prêmio de Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro, quase um egoísmo em rede mundial! Por conta disso acabei apostando em Guerra Fria, belíssimo filme polonês que merecia muitas honras e glórias mas saiu de mãos abanando. Imaginei que os votantes canalizariam os votos para melhor filme na obra de Cuarón e premiariam outro nesta aqui.
Melhor Documentário em Curta-metragem: Period ☻
Acertei! Acho que as categorias mais imprevisíveis vão me render pontos extras para tornar meu massacre menos vexaminoso! Só pelo discurso da diretora ("nunca imaginei que um filme que fala sobre menstruação ganharia o Oscar") e o fato de ter o orçamento levantado pela internet já valeriam o prêmio
Melhor Documentário em Longa-metragem: Free Solo ☻
Elogiado e vertiginoso, seria difícil ver este ótimo exemplar de homem versus natureza sair de mãos abanando. Merecido.
A estética do filme da Marvel é realmente espetacular! Melhor ainda quando sua designer subiu ao palco e fez aquele discurso emocionado que já valeria outra estatueta.
Outro ponto forte do filme da Marvel! Outra profissional que fez história no Oscar! Wakanda Forever!
Melhor Fotografia: Roma ☻
Alfonso Cuarón saiu da festa de mãos cheias! Três Oscars para um filme em que dirigiu, produziu, escreveu, fotografou, imaginou, relembrou, sonhou...
O filme de Damien Chazelle estava tão em baixa que imaginei que ele não levaria nada para a casa (ele nem conseguiu emplacar a indicação de Claire Foy como coadjuvante). Pelo realismo que vimos durante a projeção foi um prêmio merecido (e ainda assim, surpreendente).
Prêmio interessante - que só ressalta o que disse nos últimos dias: a percepção do filme do Queen como um musical para as massas.
Seguindo a trilha do filme anterior, não se pode dizer que foi algo injusto. A sonoridade do filme é um dos seus maiores trunfos.
Não restava dúvida de que o cabeça de teia levaria esta! Considerado por muitos como o melhor longa do aracnídeo, o filme usa técnicas inovadoras e deixa a plateia louca pela continuação assim que termina!
Melhor Curta de Animação : Bao ☻
O filme que deixou muita gente chocada com sua estranheza em falar sobre Síndrome do Ninho Vazio antes da aventura de Os Incríveis 2.
Melhor Curta-Metragem: Skin
O mais bizarro dos concorrentes levou a melhor - inclusive fora da premiação, já que foi transformado num longa e em breve deve estrear nos cinemas.
Não houve apresentação da música tema do herói da Marvel, mas a trilha sonora que mistura música africana com ritmos eletrônicos caiu no gosto da Academia - e o compositor é um dos criadores de This is America de Childish Gambino, além de colega de faculdade do diretor Ryan Coogler (e com madeixas de deixar Jared Leto com inveja).
Eu tô dizendo que a Academia vê o filme do Queen como um grande musical, por isso mesmo levou esta categoria estratégica do gênero.
Um agradinho para o filme de Adam Mckay não ficar sem nada.
Até eu que não sou fã de Lady Gaga me emocionei com a apresentação dela ao lado de Bradley Cooper. Também achei lindo ela dizer que a música só poderia ser cantada ao lado dele, afinal, Cooper abriu uma porta inestimável para a carreira da popstar que deve ter deixado Madonna p... da vida. Sei que Gaga não fez um filme esperando ser premiada por sua música, mas sua emoção no discurso foi realmente genuína.
Placar
13 acertos / 11 erros
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Um fiasco...
Ano que vem acerto mais!