Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro) O favorito da categoria vive o líder do movimento do Partidos dos Panteras Negras, Fred Hampton. Baseado em um personagem real, Daniel está bastante convincente, sabendo dosar o que o personagem tem de mais aguerrido e mais humano em um trabalho já premiado com o Globo de Ouro, o Critic's Choice Awards e indicado ao SAG. Vai ser difícil tirar o prêmio deste ator inglês de 32 anos já indicado anteriormente na categoria de melhor ator por Corra! (2017). O maior problema de Daniel é seu colega de elenco - que pode provocar divisão de votos entre os membros da Academia.
Lakeith Stansfield (Judas e o Messias Negro) O ator ficou no grupo das grandes surpresas do Oscar, longe de seu trabalho ser ruim, mas por ter sido sugerido como ator principal durante toda a temporada de prêmios e a Academia resolveu indica-lo como coadjuvante. Se ele e Daniel são coadjuvantes, quem é o ator principal? Pergunte para os votantes que nem ele é capaz de responder. Lakeith interpreta o Judas do título, ou melhor, Bill O'Neal que a mando do FBI se infiltra entre os Panteras Negras para destruir Fred Hampton e seu grupo. Indicado pela primeira vez ao Oscar, Lakeith faz um trabalho intimista e cheio de conflitos. Vale lembrar que Lakeith e Daniel já trabalharam juntos no oscarizado Corra!.
Leslie Odom Jr (Uma Noite em Miami) É interessante notar que entre os quatro personagens famosos do longa de Regina Kin, foi Sam Cooke que caiu nas graças dos prêmios. Cantor, compositor e empresário americano, Sam ficou conhecido como o Rei do Soul e sua vida geraria um filme solo bastante interessante (aos interessados tem um documentário sobre ele na Netflix). Leslie confere bastante carisma ao personagem que se destaca no encontro imaginário entre Cassius Klay, Malcolm X e Jim Brown para conversar um pouco sobre militância e representatividade em 1964. Cooke também está indicado ao prêmio de melhor canção original por "Speak Now". O elogiado filme ainda concorre a melhor roteiro adaptado.
Paul Raci (O Som do Silêncio) Entre tantos personagens reais, Paul Raci é o responsável pelo único personagem fictício da categoria. O ator está perfeito como o mentor do protagonista que perde a audição e precisa aprender a lidar com sua nova vida. O ator está tão convincente que eu imaginei que ele fosse surdo na vida real. A explicação para a desenvoltura da interpretação está no fato de Raci ser filho de pais surdos, o que o torna bastante fluente na Língua de Sinais Americana. Veterano da Guerra do Vietnã, Raci já participou de várias séries de televisão e tem uma banda de rock que toca covers do Black Sabath! Esta é sua primeira indicação ao Oscar.
Sacha Baron Cohen (Os Sete de Chicago) Pode parecer implicância, mas não consigo entender a presença do ator nas premiações pelo filme de Aaron Sorkin. Acho que por ele estar mais sério que de costume, as pessoas resolveram fazer este agrado. Sacha interpreta o ativista Abbie Hoffman, um anarquista co-fundador do Partido Internacional da Juventude e que se torna um dos sete réus do processo abordado durante o filme. Para quem já fez de tudo em comédia, Sacha tira de letra toda a ironia do personagem! Em 2007, Sacha concorreu ao Oscar pela primeira vez na categoria de roteiro adaptado pelo primeiro filme de Borat (2006) e este ano também concorre pelo roteiro adaptado de Borat: Fita de Cinema Seguinte. O que faz dele o mais indicado ao Oscar da lista.
O ESQUECIDO: Bill Murray (On The Rocks) Muita gente pensou que a nova parceria com Sofia Coppola (sua diretora em Encontros e Desencontros/2003 que lhe indicou pela primeira e única vez ao Oscar) colocaria o veterano novamente na mira da Academia, mas não foi bem assim. Ao viver o pai que desconfia que o esposo de sua filha a trai, Bill faz mais do mesmo no tipo de personagem que já acostumamos a vê-lo interpretar faz tempo. É verdade que a plateia curte, mas a Academia não curtiu muito não. Na reta final eram mais certas as indicações de Jared Leto (Pequenos Vestígios) e até do fofo Alan King (Minari).
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