Cinco filmes assistidos no mês que merecem destaque:
sábado, 30 de setembro de 2023
PL►Y: Sinfonia Inacabada
MOMENTO ROB GORDON: GIRLS - 6 ANOS DEPOIS
PL►Y: M3GAN
quinta-feira, 28 de setembro de 2023
NªTV: The Bear - 2ªTemporada / Na Mira do Júri
PL►Y: Elementos
domingo, 24 de setembro de 2023
PL►Y: O Conde
Castro: à sombra do vampiro Pinochet. |
PL►Y: Paradise: Hope
Melanie (Melanie Lenz) é uma garota de treze anos que a mãe acabou de tirar férias e ir para o Quênia. Ela, no entanto, foi passar o tempo numa colônia de férias que é na realidade uma espécie de SPA para adolescentes que estão acima do peso. A rotina é composta de fazer exercícios, receber conselhos nutricionais e se deliciar com comidas que não são muito atraentes. Obviamente que, por pior que seja esse ambiente, o grupo de adolescentes irão encontrar momentos para se divertir, mesmo que isso renda algumas punições. Obviamente que falando de adolescentes, não podemos esquecer os hormônios em ebulição que deixa alguns mais interessados em outros, alguns relatam suas experiências sexuais e outros vivem seus complexos com os corpos fora dos padrões. Não é por acaso que a terceira e última parte da trilogia Paraíso de Ulrich Seidl parece ser ambientada no inferno para adolescentes que já possuem problemas demais com a sua autoimagem. Melanie é a filha da sugar mamma de Paraíso: Amor (2012) e sobrinha da missionária fervorosa de Paraíso: Fé (2012) e aqui, a mocinha é a protagonista que terá problemas com alguém do sexo masculino. Se a primeira pagava para ter prazer com jovens quenianos e a segunda fugia do marido como o diabo foge da cruz, aqui, Melanie sofre com as incertezas do primeiro amor. No entanto, ela não está interessada em um jovem de dieta, ela está apaixonada por um dos médicos que prestam atendimento no campo em que ela foi passar as férias. Isso mesmo. Melanie se apaixona por Dr. Arzt (Joseph Lorenz), um homem quarenta anos mais velho que ela. O que poderia dar ao filme um aspecto explosivo, na verdade revela que depois das provocações dos filmes anteriores, Siedl preferiu implodir a sua premissa. A estranha atração entre Melanie e Arzt é evidente desde o primeiro momento em que estão juntos e se torna cada vez mais intensa ao longo do filme, embora ambos saibam o quão inadequado é toda aquela situação. A tensão surge da impressão que a qualquer momento, Arzt irá cruzar a linha do bom senso e sucumbir ao que sente pela menina, ou melhor ao que ela o faz sentir. Parece até uma variável de Lolita de Vladmir Nabokov, mas feita com discrição e sutileza inimagináveis após o que vimos nos filmes anteriores. A plateia observa atônita o jogo de atitudes que se instaura entre os dois personagens, soando por vezes como algo tão cômico como a repetição de exercícios a que as crianças precisam fazer ao longo do dia. Melanie Lenz está bastante convincente como a menina perdida nos sentimentos que a atravessa, mas não deixa de revelar que sua atração por aquele homem grisalho se relaciona um bocado com sua carência e outro tanto na esperança de que a maturidade a fará superar todas as inseguranças que sente. Melanie parece ver em Arzt uma fetichização da maturidade, algo para além das inseguranças de sua recém iniciada adolescência. Existe a ilusão que aquele senhor é responsável e que ser aceita por ele é se diferenciar entre todos os demais de sua idade. Enquanto isso, para Arzt, as investidas de Melanie refletem a necessidade de que ainda é um homem desejável e atraente. Porém, se ambos sucumbirem à atração que sentem, haverá a negação de tudo que um projeta no outro. Um ato sexual negaria a inocência da menina e a maturidade do médico experiente. É a encruzilhada desse limite que faz de Paraíso: Esperança um filme bastante diferente dos anteriores. A ideia provocadora permanece na esperança de um de que o outro se renderá, o que só denota o humor ácido da trilogia. No entanto, o paraíso de seus personagens, amparados pelo desejo possam inspirar (independente de estarem acima do peso ou gasto pelo tempo), revela a sutil esperança que toda aquela sensação vai passar. Resta esperar, ou melhor, resistir.
Paradise: Hope (Paradies: Hoffnung / Áustria - França - Alemanha /2013) de Ulrich Seidl com Melanie Lenz, Joseph Lorenz, Verena Lehbauer, Michael Thomas, Arabel Aigner, Vanessa Ecker e Maria Hofstätter. ☻☻☻
PL►Y: Que Horas eu Te Pego?
#FDS Novos Clássicos BR: Cinema, Aspirina e Urubus
sábado, 23 de setembro de 2023
# FDS Novos Clássicos BR: Cidade de Deus
sexta-feira, 22 de setembro de 2023
#FDS Novos Clássicos BR: Central do Brasil
.Doc: As 5 Obstruções
O Homem Perfeito é um documentário de 13 minutos, lançado em 1968, que busca de forma criativa analisar o modo de vida na Dinamarca. Ao que tudo indica, o curta é uma das obras favoritas de Lars Von Trier, que por vezes já afirmou que trata-se do filme perfeito e, digamos que aqui ele deseja destruir o tal filme. Aqui ele convida o diretor veterano Jørgen Leth a recriar sua obra-prima mediante uma série de desafios criador por Trier. Acho que todo mundo que conhece o diretor do magnífico Dogville (2003) sabe que ele adora exercitar seu lado sádico e maltratar seus personagens. Neste documentário a situação não é diferente. A proposta é que Trier dificulte ao máximo a execução do curta com exigências cada vez mais estapafúrdias, no caso, são cinco versões do curta que são feitas uma após a outra respeitando (ou quase) as obstruções citadas no título. O ponto de partida é interessante, remetendo à ideia da dificuldade de fazer cinema, aos imprevistos que podem surgir no caminho, das limitações que podem ser impostas por um produtor ou impossibilidades que precisam ser superadas com criatividade, além da relação entre arte e poder. Assim, Jorgen Leth parte para refazer seu filme em um hotel cubano, ou no meio de uma rua na Índia, filma em colorido e em preto e branco, usa atores amadores ou profissionais, filma a si mesmo e até faz uma versão em animação. O problema é que a forma como tudo é apresentado está longe de ser estimulante. Se Lars Von Trier veste de vez a sua persona mais manipuladora e maledicente, falta à Leth um tanto de carisma para contrabalançar seu carrasco ao longo da sessão. Além disso, os diálogos entre os dois são difíceis de parecerem convincentes, por vezes soarem como pura encenação combinada entre os dois. Fora isso, os exercícios propostos por vezes faz com que ambos desejem parecer um bocado limitados. Sei que é duro dizer isso, mas o comentário de ambos dizendo que odeiam "animação" me fez imaginar como ambos não fazem a mínima ideia das possibilidades que o gênero possui - tanto que o resultado é o melhor dos cinco curtas apresentados e não existe um relato sobre a grande descoberta que foi desbravar o estilo. Lá pelo segundo desafio tudo já parece um tanto cansativo e difícil de acompanhar. No fim das contas, Jørgen faz uma cartinha ao seu parceiro especulando sobre o que o teria motivado a ter a ideia de mexer com seu filme. Mais uma vez, não me parece verossímil as expressões de Trier enquanto lê a carta. As 5 obstruções parece uma brincadeira entre dois amigos e feita com a intenção de agradar somente aos envolvidos. Poderia ser um exercício criativo interessante, mas parece um verdadeiro exercício de paciência para o espectador. Talvez se apresentasse o filme original no início por completo, o espectador pudesse comparar todas as mudanças realizadas e se divertisse mais com os desafios.
As 5 Obstruções (The Five Obstructions/Dinamarca - Suíça - Bélgica - França / 2003) de Lars Von Trier e Jørgen Leth com Jørgen Leth, Lars Von Trier, Claus Nissen, Majken Algren Nielsen, Daniel Hernandez Rodriguez, Patrick Bauchau, Vivian Rosa e Alexandra Vandernoot. ☻
segunda-feira, 18 de setembro de 2023
§8^) Fac Simile: Jordan Firstman
Jordan Firstman |