sexta-feira, 31 de maio de 2024
terça-feira, 28 de maio de 2024
PL►Y: A Professora de Violino
A Professora de Violino (Das Vorspiel / Alemanha - França / 2019) de Ina Weisse de Nina Ross, Ilja Monti, Simon Abkarian, Jens Albinus, Thomas Thieme, Sophie Rois e Alexander Hörbe. ☻☻☻☻
domingo, 26 de maio de 2024
PL►Y: Esculturas da Vida
Michelle Williams: o cotidiano de uma artista indecifrável. |
A diretora Kelly Reichardt lançou um dos melhores filmes de 2019: First Cow. O longa figurou em várias listas de melhores filmes do ano e esteve cotado para finalmente colocar a diretora no radar do Oscar... mas acabou ficando de fora. Tanta admiração pelo filme, deixou muita gente ansiosa para conhecer seu novo projeto. Foi assim que Showing Up chegou ao público cinéfilo, junto ao carimbo de ser um dos filmes selecionados para concorrer à Palma de Ouro do Festival de Cannes em 2022. No entanto, quando assistiram ao filme se deram conta de que Kelly era a mesma cineasta de alma indie de sempre, com personagens simples, tramas sobre pequenos acontecimentos do cotidiano e a vontade de instigar o público a ver algo de interessante nisso tudo. De certa forma, First Cow também era assim, mas a ideia de contar uma anedota sobre a Primeira Vaca da América chama bem mais a atenção do que acompanhar o cotidiano de uma escultora rumo à sua aguardada exposição. No entanto, quem conhece a diretora sabe o quanto ela gosta de ir na contramão do que é esperado de seu cinema. Aqui nós conhecemos Lizzy (Michelle Williams, em sua quarta parceria com a diretora), uma artista que trabalha em uma escola de arte e prepara esculturas para sua exposição. Ela vive sozinha com seu gato em um apartamento alugado de uma colega, Jo (Hong Chau), que também é artista plástica e também está às voltas com sua mostra. Embora as duas sejam aparentemente próximas, existe uma tensão entre as duas, sobretudo por conta da relação entre inquilino e proprietário (e um chuveiro queimado no meio). Lizzy também visita o pai de vez em quando e se preocupa com o irmão (John Magaro), que é visivelmente instável e avesso ao uso de celular, além de ter contato com a mãe no local de trabalho todos os dias. O que muda um pouco a rotina de Lizzy é um incidente envolvendo um pombo, o qual ela terá de tomar conta durante alguns dias ao lado de Jo. É sobre isso. Esculturas da Vida (o estranho título que resolveram dar ao filme por aqui) segue a rotina da personagem sem maiores sobressaltos, como se buscasse uma história para contar, mas que pode dar a impressão que não a encontra. Acontece uma coisa aqui, outra ali e resta criar associações entre a protagonistas e suas esculturas que anseiam por movimento, mas estão estáticas para apreciação (assim como ela) e, em determinado momento, existe a analogia do pombo, que precisa se recuperar para alçar novos voos. O filme está longe de ser exuberante ou envolvente, mas ao girar em torno de uma personagem que se revela de forma tão discreta ao espectador, torna-se bastante sensível ao nos fazer imaginar a história que existe por trás de sua construção. O mais interessante é ver que Kelly Reichardt não está nem aí para o que esperam de seus projetos. Filma o que quer, como quer, talvez por isso este filme gire em torno de artistas na construção de suas obras a serem colocadas para apreciação. O longa, disponível no TeleCine, concorreu ao Gotham Awards de melhor filme e melhor atriz (Williams) e foi recebeu o prêmio Robert Altman no Independent Spirit Awards.
Esculturas da Vida (Showing Up /EUA - 2022) de Kelly Reichardt com Michelle Williams, Hong Chau, John Magaro, Andre Benjamin, Maryann Plunket e Theo Taplitz. ☻☻
#FDS Palma de Ouro: Paris,Texas
sábado, 25 de maio de 2024
PREMIADOS FESTIVAL DE CANNES 2024
Prêmio do Júri
Melhor Ator
Melhor Atriz
#FDS Palma de Ouro: Adeus, Minha Concubina
Em 1993 houve um empate na votação do filme que levaria a Palma de Ouro do Festival de Cannes para casa, o fato não chegava a ser uma novidade, já que ao todo foram nove vezes que o prêmio máximo do festival foi compartilhado entre duas produções. Imagino o júri diante do impasse ao assistirem O Piano de Jane Campion e Adeus, Minha Concubina de Chen Caige. Dois grandes filmes que são considerados verdadeiros clássicos dos anos 1990 com histórias de amor atravessadas por uma realidade dura e cheia de convenções. Adeus, Minha Concubina é uma adaptação do livro de Lilian Lee, que conta a história de dois atores da ópera de Pequim que através da conturbada história da China no século XX. São quase três horas de filme sobre a história de Cheng Dieyi, um menino que é abandonado por sua mãe junto a outros garotos a serem formados para atuar nos palcos. Com o início de sua formação em 1924, Dieyi vai comer o pão que o diabo amassou na companhia, a começar pelo dedo extra que sua mãe acaba cortando para que seja aceito pela companhia. A origem do menino também não é bem vista pelos colegas, o que faz com que ele seja perseguido pelas outras crianças. Um pouco de alento chega pela companhia de Duan Xialou, que se tornará seu parceiro de palco através de décadas e, até que isso aconteça, compartilhará os terríveis castigos da companhia em nome da perfeição. Como os papéis nos palcos eram vividos somente por homens, Dieiyi, devido às suas características físicas mais delicadas,é escolhido para viver os papéis femininos, incluindo o da peça que dá título ao filme. O filme desenvolve nas entrelinhas uma ambiguidade sobre a sexualidade de Dieyi em sua vida adulta (agora vivido por Leslie Cheung), sempre com sugestões de que ele era apaixonado por Xialou (interpretado quando adulto por Zhang Fengyi), ao ponto de vivenciar fortes crises de ciúmes quando o colega se casa com Juxian (a diva Gong Li), instaurando um triângulo amoroso problemático. Acompanhamos então a relação entre os três mesclada com a ascensão dos atores perante as mudanças políticas na China, envolvendo conflitos como Japão e a chegada do partido comunista chinês ao poder. Tudo se torna cada vez mais tenso e por várias vezes coloca a vida dos dois atores em risco até o desfecho. Existe aqui uma história de amor com a História de um país como pano de fundo, o que quando costuma funcionar se torna extremamente envolvente. Para além destes dois elementos, Adeus, Minha Concubina tem uma direção de arte belíssima, valorizada ainda mais pela fotografia de encher os olhos, numa contraposição da estética de um sonho com a dureza da realidade que sempre paira sobre os dois atores. Existe ainda um caráter metalinguístico na trama, já que nas entrelinhas existe muita semelhança entre a vida de Xialou e Dieyi e a peça que os tornam consagrados. Por último, vale ressaltar que existe uma sintonia perfeita entre Zhang e Cheung, que muitas vezes se comunicam somente pelo olhar. Falando em olhar, Leslie Cheung está perfeito ao reproduzir a alma melancólica de seu personagem ao longo de todo o filme com aqueles olhos entre a raiva e a tristeza, além de de um trabalho corporal notável quando surge como figura feminina no palco. O filme se tornou o primeiro filme chinês a receber a Palma de Ouro no Festival de Cannes, mas foi banido dos cinemas chineses devido à censura local, retornando às salas meses depois em uma versão mais curta. O longa também concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Fotografia (mas merecia lembranças em várias outras categorias, como maquiagem, figurino, direção de arte). Entre os outros filmes que concorriam à Palma de Ouro em 1993 estavam Naked de Mike Leigh, Tão Longe Tão Perto de Win Wenders, Um dia De Fúria de Joel Schumacher, Muito Barulho por Nada de Kenneth Branagh e O Inventor de Ilusões de Steve Soderbergh. Adeus, Minha Concubina se tornou um dos filmes orientais mais falados dos anos 1990 e ainda hoje permanece com seu impacto irretocável.
Adeus, Minha Concubina ( Ba wang bie ji / China - Hong Kong / 1993) de Kaige Chen com Leslie Cheung, Fengyi Zhang, Gong Li, You Ge, Zhi Yin, Dan Li e Wenli Jiang. ☻☻☻☻
sexta-feira, 24 de maio de 2024
#FDS Palma de Ouro: A Criança
PL►Y: Berberian Sound Studio
Toby: trabalho assustador. |
quinta-feira, 23 de maio de 2024
PL►Y: Duna - Parte 2
segunda-feira, 20 de maio de 2024
PL►Y: À Procura
PL►Y: Exame
Os candidatos: interesses, competitividade e barbárie. |
Oito candidatos disputam a vaga em uma empresa. Enfileirados em carteiras de uma sala, com uma folha que os identifica apenas por números, eles recebem algumas instruções para os próximos oitenta minutos: não podem destruir a folha que tem em mãos, não podem tentar se comunicar com o segurança que os vigia ou com ninguém de fora da sala. No entanto, os candidatos ficam intrigados sobre o que precisam fazer no tal teste e uma série de acontecimentos inesperados começam a tomar conta da narrativa. No início a maior indagação é sobre a pergunta que precisam responder. Qual seria? Como descobrir qual é? Porém, no meio do processo, alguns segredos pessoais dos candidatos começam a deixar a disputa pela vaga ainda mais acirrada. O roteiro do diretor estreante Stuart Hazeldine ao lado de Simon Garrity começa de forma bastante trivial para depois desbravar um território cada vez mais sombrio com a postura de alguns personagens - e não faria feio nas temporadas mais recentes de Black Mirror (que a propósito foi lançada dois anos depois). A apresentação dos personagens é bastante eficiente nos minutos iniciais, ali conhecemos ao menos uma característica marcante de cada um deles para depois ver como o roteiro se desenvolve a partir de como reagem aos acontecimentos que se desenrolam. Eu achei interessante que no início eles são identificados por números, mas acabam aceitando ser classificados por suas características físicas, como se fossem rótulos que precisam funcionar num grupo fadado ao fracasso por seus interesses individuais. Se a primeira vista todos estão ali por um emprego, aos poucos sabemos que alguns possuem outros interesses vinculados à vaga. Em alguns casos, esse interesse está vinculado a um acontecimento que marcou todo o planeta (lembrando que o filme acontece em um tempo indefinido e antes da pandemia de Covid19), neste ponto, a estética minimalista futurista do cenário disponibiliza recursos para que as divagações dos personagens prossigam até que a maioria perca as estribeiras de vez. O filme tem momentos bastante tensos e algumas são difíceis de assistir, ao mesmo tempo lança um olhar interessante sobre como a competitividade pode despertar verdadeiros monstros. Embora o filme se enrole nas intenções em alguns momentos, consegue ser envolvente principalmente por conta do desenvolvimento dos personagens. Embora cada personagem tenha seu momento de destaque na narrativa, alguns recebem maior destaque no andamento da trama, sobretudo os masculinos, deixando as personagens femininas em segundo plano. É interessante ver como um chama atenção como líder para depois se tornar vilão da história e depois ter este posto embaçado por alguns concorrentes. Com um elenco desconhecido eficiente, Exame evolui como um suspense ao mesmo tempo em que a percepção da realidade de seus personagens se torna cada vez mais turva. É visível como cada um constrói sua bolha de verdades e se torna incapaz de enxergar qualquer coisa que o faça retornar à razão. Pelo empenho em prender a atenção do espectador ao longo da narrativa com os poucos recursos que dispõe, Exame foi lembrado no BAFTA em seu ano de lançamento na categoria de melhor estreia de um realizador britânico (que acabou premiando Duncan Jones por sua estreia reluzente com Lunar).
Exame (Exam / Reino Unido - 2009) de Stuart Hazeldine com Luke Mably, Chukwudi Iwuji, Gemma Chan, Jimi Mistry, Adar Beck, Nathalie Cox, Pollyana McIntosh, John Lloyd Fillingham, Colin Salmon e Chris Carey. ☻☻☻
domingo, 19 de maio de 2024
NªTV: X-Men'97
Inicialmente publicados em 1963, os X-Men se tornaram ao longo do tempo um dos grupos de heróis mais populares das histórias em quadrinhos. Criados para a Marvel pela dupla Stan Lee e Jack Kirby, eles se diferenciavam por serem vistos como aberrações pelo resto da humanidade, afinal era um grupo formado por mutantes, humanos que devido a mudanças genéticas provocadas por um salto evolucionário desenvolveram super poderes durante as mudanças hormonais e tensões da puberdade. A ideia fez com que os roteiristas não precisassem mais pensar em causas mirabolantes para os personagens desenvolverem poderes (um alívio). Criados em um momento em que a luta pelos direitos civis estava latente nos Estados Unidos, X-Men soube como utilizar a exclusão e luta por igualdade com aventuras em que o dilema de zelar pela humanidade ou rebelar-se contra o sistema era muito bem representado pelo embate de dois amigos, o professor Charles Xavier e o sobrevivente do holocausto Erik Lensher, mais conhecido como Magneto. Essa mistura de assuntos sérios deram aos X-Men uma base dramática bastante eficiente, que nunca perde a atualidade. Some isso ao fato de um grupo de excluídos formarem uma família dentro de uma escola e o apelo se torna ainda mais forte. Se nas HQs o grupo já tinha fã clube garantido, ele cresceu exponencialmente com o lançamento da animação produzida pela Fox em 1992 que durou cinco temporadas. A popularidade da animação pavimentou ainda mais o que parecia impossível, a produção de um longa-metragem sobre o grupo no ano 2000 pela FOX. Assim surgiu a bem sucedida franquia dos mutantes que se tornou uma das mais rentáveis do gênero, pelo menos até seu último filme já afetado pelas comparações com os parâmetros cinematográficos da Marvel. A ideia de que o universo cinematográfico da Marvel criaria sua versão dos personagens gerou grande expectativa entre os fãs, de forma que até agora ela só sugere esta incorporação em seus filmes. Diante de todos os tropeços que cometeu recentemente, tendo um dos seus grupos mais populares na gaveta (e o mesmo pode se dizer de Quarteto Fantástico que recentemente teve seu novo elenco divulgado), eu tinha a impressão que a Marvel estava com receio do que deveria fazer. Se retomar o mesmo elenco dos filmes é complicado, fazer uma animação continuando o sucesso animado dos anos 1990 parece bem mais fácil e foi exatamente o que realizaram ao conceberem X-Men'97. Lançando um episódio por semana no Disney+, a animação conta os eventos ocorridos após o último episódio que foi ao ar em 1997 e o faz de forma que serve de lição para os erros que a Marvel cometeu em sua última fase. A começar pela complexidade de seus personagens e a sensação de que todos estão em perigo já prende atenção por si só. Se usarmos como parâmetro um cachorro morto feito o último lançamento cinematográfico do estúdio, o roteiro de X-Men'97 se torna ainda mais brilhante. Aqui os ideais de Erik e Charles se confrontam mais uma vez e deixa o espectador no mesmo dilema dos heróis mutantes ao perceber os argumentos de cada um. Embora seja assustador ouvir que Magneto tem razão, em alguns momentos fica difícil discordar. Além disso, outros personagens ganham suas próprias tramas de forma envolvente, como Tempestade, Vampira, Jean e Ciclope, o que ajuda muito a plateia perceber que há muito mais a ser explorado aqui do que o popular Wolverine. A trama traz até um brasileiro para a trama, o Roberto Campos, o Mancha Solar, que tem destaque como novato da vez. Há quem ainda queira polemizar ao implicar com Morfo como não-binário arrastando uma asa pelo Wolvie, mas a coisa é feita com tanta discrição que as reclamações soam como algo de fã xiita. A partir da metade da temporada, X-Men'97 cresce em narrativa como se fosse um verdadeiro filme com F maiúsculo. É tenso, sofrido, angustiante e sabe como utilizar a polaridade de Xavier e Magneto para deixar o espectador apreensivo perante o inesperado. Se a Marvel seguir no mesmo tom para a chegada dos heróis nas telonas, já podemos começar a aplaudir. Enquanto a nova saga cinematográfica não vem, resta aguardar a nova temporada da animação que já está em fase de edição, o problema é a saída do redator chefe Beau de Mayo da produção pouco antes do lançamento deste sucesso sem motivo aparente. Ou seja, a Marvel ainda continua perdida nos rumos que deve seguir.
X-Men'97 (EUA-2024) de Beau de Mayo com vozes de Ray Chase, Cathal J. Dodd, Lenore Zann, Jennifer Hale, Holly Chow, Matthew Waterson, Ross Marquand e George Buza. ☻☻☻☻
segunda-feira, 13 de maio de 2024
PL►Y: Até o Cair da Noite
CATÁLOGO: Claire Dolan
domingo, 12 de maio de 2024
4EVER: Paulo César Pereio
sexta-feira, 10 de maio de 2024
PL►Y: Puan
terça-feira, 7 de maio de 2024
NªTV: Lucky Hank
PL►Y: Mil e Um
Teyana e Josiah: segredos de mãe e filho. |
domingo, 5 de maio de 2024
PL►Y: Vidas Passadas
sábado, 4 de maio de 2024
PL►Y: Transmissões Sinistras
Shum: impressões traiçoeiras. |