domingo, 31 de dezembro de 2023

FAVORITOS D✪ CINEMA EM 2023

 Para fechar o ano cinéfilo de 2023, preparei a tradicional lista de melhores do ano. Lembrando que é uma lista pessoal sobre os filmes que chegaram por aqui em 2023 (e você pode fazer a sua nos comentários). A seguir os que fizeram meu ano mais feliz diante de uma tela:

CINEASTA REVELAÇÃ

ELENC

MELHOR R✪TEIRO

AT✪R COADJUVANTE

ATRIZ C✪ADJUVANTE 

ARTISTA REVELAÇÃ

MELH
✪R ATRIZ

MELHOR AT✪R

MELHOR DIREÇÃ

MELH✪R FILME

E chegamos ao final de mais uma jornada cinéfila aqui no blog! Que 2024 nos traga muita coisa boa e produções excelentes ao longo dos próximos meses! 

sábado, 30 de dezembro de 2023

4EVER: Tom Wilkinson

05 de fevereiro de 194830 de dezembro de 2023

Thomas Geoffrey Wilkinson nasceu em uma família de fazendeiros em Yorkshire, Inglaterra. Wilkinson se formou em Literatura Inglesa e Americana, mas encontrou na universidade sua vontade de atuar, de forma que frequentou a  Academia Real de Arte Dramática até graduar-se em 1973. Após os trabalhos nos palcos, ele estreou no cinema em 1976 com o suspense Smuga Cienia de Andrzej Wajda, no entanto, o cinema lhe deu destaque somente a partir dos anos 1990, década em que participou de 16 filmes (contra os cinco que fizera anteriormente), entre eles os sucessos Razão e Sensibilidade (1995), Ou Tudo ou Nada (1997) e Shakespeare Apaixonado (1998). Já prestigiado no teatro, na TV e no cinema, suas indicações ao Oscar vieram na década seguinte, concorrendo a melhor ator pelo pai em luto por Entre Quatro Paredes (2000) e o advogado transtornado de Michael Clayton (2007). Seu último trabalho foi na minissérie Ou Tudo ou Nada de Novo (2023) em que revisita o futuro dos personagens do filme após duas décadas que está disponível no Star+. O ator faleceu em companhia da família de um mal súbito em sua residência. 

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

10+ FILMES FAV✪RITOS DE 2023

 Como aperitivo dos melhores do ano aqui no blog, segue minha listagem com os meus dez filmes favoritos do ano cinéfilo que se despede. Lembrando que considerei apenas produções que entraram em cartaz por aqui em 2023 e todas estão em ordem alfabética: 










PL►Y: Doente de Mim Mesma

 
Kristine: autodestruição por atenção. 

Assim que conhecemos Signe (Kristine Kujath Thorp) e Thomas (Eirik Sæther) percebemos que há alguma coisa estranha naquele relacionamento. Isso se intensifica nos primeiros minutos de Doente de Mim Mesma e piora gradativamente até que explode em um dos roteiros mais absurdos dos últimos tempos. Signe e Thomas estão presos em um relacionamento tóxico marcado pela competição. Ela trabalho como barista enquanto ele começa a chamar atenção da mídia por seu trabalho como “artista”. A rotina entre os dois poderia seguir eternamente sem que percebessem a complexidade em que estão metidos, não fosse um dia em que Signe ajuda uma mulher que foi atacada por um cachorro e que busca auxílio no lugar em que ela trabalha. A atenção que Signe recebe naquele dia irá mudar sua vida para sempre. No início ela parece um tanto traumatizada com a situação, repete incansavelmente que sua ajuda foi fundamental para que a mulher sobrevivesse, mas dias depois está provocando um cachorro na rua para que ela seja a vítima da situação. Outro dia, em um jantar, alega que possui alergia a nozes para depois simular uma crise alérgica. No entanto, a atenção recebida dura pouco tempo e Signe precisa de mais, muito mais... com  a ajuda da Deep Web ela irá desenvolver um problema de pele que lhe renderá atenção do namorado, dos amigos, da mídia e até uma promissora carreira. Enquanto se desenvolve, o filme recorre ao tom de farsa, para depois enveredar por uma comédia obscura, até se tornar um verdadeiro body horror. Este é o primeiro longa-metragem de Kristoffer Borgli, que possui longa experiência em curtas e aqui prova uma capacidade impressionante de provocar a plateia sem perder o tom sulfúrico até seu desfecho. Não satisfeito com a trajetória de Signe (defendida com o vigor anestésico necessário por Kristine Kujath Thorp em performance totalmente diferente da vista em Ninjababy/2021 que também está em cartaz na MUBI), o diretor e roteirista ainda decora o filme com digressões baseadas nas fantasias de sua protagonista, que dão amostras dos rumos que a trama poderia tomar em algum multiverso perdido. A cadência das situações é apresentada sem pressa em uma montagem milimetricamente calculada que deixa o espectador até perdido diante dos rumos de sua personagem. Em determinados momentos não sabemos mais o que é efeito real de sua intoxicação e o que é feito para chamar atenção, até que a própria personagem percebe ter chegado ao seu limite físico e psicológico. Doente de Mim Mesma lembra um pouco o grego Piedade (2018) em seu ponto de partida (e percebi até uma alusão a ele quando comentam um crime que quase ofusca a repercussão em torno de Signe), mas a trajetória da personagem é desenvolvida de forma ainda mais radical como uma crônica mordaz sobre o vitimismo e culto à imagem (ainda que de forma invertida). O resultado é tão inquietante que até uma sugerida redenção soa postiça. 

Doente de Mim Mesma (Syk Pike / Noruega, Suécia, Dinamarca, França - 2022) de Kristoffer Brogli com Kristine Kujath Thorp, Eirik Sæther, Fanny Vaager, Ingrid Vollan, Henrik Mestad, Frida Natland e Anders Danielsen Lie. ☻☻☻☻

PL►Y: Maestro

 
Carey e Bradley: boas atuações em biopic fria. 

Até o momento Bradley Cooper já contabiliza nove indicações ao Oscar. Foram cinco como ator, três como produtor e uma pelo roteiro da última versão de Nasce uma Estrela (2018). Foi com este filme que o ator estreou na direção, mas apesar de todo sucesso, a produção acabou de fora do Oscar de melhor direção. Ao assistir Maestro, em cartaz na Netflix desde o dia 07 de dezembro, a impressão que fica é que ele quer muito ser lembrado pelos seus pares cineastas entre os indicados de 23 de janeiro. O problema é que Maestro está longe de ter a energia e frescor de seu longa de estreia, afinal, embora seja mais elaborado em seus planos e transições, Maestro é um filme tão técnico quanto frio, deixando a estranha sensação que a elaborada embalagem está lá para disfarçar um roteiro sofrível. A ideia de levar para as telas uma biopic do maestro Leonard Bernstein ao lado de sua esposa é mais do que promissora, mas o tratamento que é dado à história de ambos é um tanto desanimador. A impressão que tive é que o roteiro não faz a mínima ideia do que fazer, portanto preferem seguir uma espécie de guia esquemático do melodrama hollywoodiano: os dois se conhecem, se apaixonam, entram em crise, separam, reatam, uma doença terrível acontece, sofrimento, um sobrevive. Fim. No meio disso tudo, temos a questão da bissexualidade de Bernstein que em alguns momentos se torna ponto de pauta para ser esquecido logo depois numa abordagem superficial dos dilemas do casal. É verdade de Bradley realiza um trabalho digno de nota na pele do maestro, exalando seu temperamento elétrico de forma que as polêmicas próteses utilizadas por ele não fazem muita diferença no resultado final. No entanto, é Carey Mulligan que rouba a cena com a discrição de Felitia Montealegre, uma atriz da Broadway que conhece Bernstein e se torna sua esposa, mãe de três filhos e companheira até o fim da vida. Aqui não há escândalo algum sobre a sexualidade do protagonista, já que desde o início ela sabe de seus gostos variados e parece não se importar, até que um ciúme começa a aflorar disfarçado de preocupação com a carreira do esposo. O roteiro patina em gelo fino nessa abordagem do relacionamento dos dois e não consegue oferecer suporte para uma narrativa desprovida de ritmo e repleta de artificialismos. No entanto, a produção colhe elogios em quem percebeu nele qualidades de um clássico do cinema, motivo pelo qual se tornou a grande aposta da Netflix nas premiações de fim de ano, no entanto falta-lhe aquela fagulha que acende o interesse pelo que se vê na tela. Ao que parece, Bradley Cooper estava tão obcecado por reconhecimento que fez um amontoado de cenas que não querem dizer muita coisa além de analogias manjadas que exigem da plateia mais boa vontade do que ela pode estar disposta a ter diante de um pastel de vento.

Maestro (EUA-2023) de Bradley Cooper com Bradley Cooper, Carey Mulligan, Matt Bomer, Sarah Silverman, Michael Urie, Vincenzo Amato e Maya Hawke. ☻☻

domingo, 24 de dezembro de 2023

FAV✪RITOS DA TV EM 2023

Este ano assisti poucas séries, na verdade comecei a ver muitas e as deixei pelo meio do caminho. Não sei se era por impaciência ou por estar um pouco cansado de alguns formatos. No entanto, percebi um salto qualitativo considerável em produções nacionais, de forma que duas aparecem como destaques aqui entre os  favoritos. A seguir os meus mais queridos do ano em escala televisiva:

 MINISSÉRIE D ANO►

ATR COADJUVANTE►

ATRIZ CADJUVANTE►

 MELHOR ATR►


MELHR ATRIZ►

SÉRIE D ANO►
 

10+ Filmes procurados no Blog2023

Em 2023 resolvi inaugurar uma nova lista, a de postagens mais lidas por aqui. Resolvi fazer esse levantamento por curiosidade e acho que oferece uma ideia interessante sobre o público cinéfilo durante o ano. Aparecem três filmes que ganharam algum Oscar em 2023, um que foi apenas indicado, três filmes de terror que podem ser considerados cults, dois filmes fora de Hollywood e um hit de 2023 cotado para o Oscar  do ano que vem. O mais legal é ver que em segundo lugar ficou um filme (segunda parte de uma trilogia) que, pessoalmente, nunca ouvi as pessoas comentarem muito, mas que prova o quanto o streaming permitiu acesso do público a filmes diferentes que raramente teríamos acesso sem a internet. Alguns deles devem aparecer em meus melhores do ano, mas é assunto para outra lista... a seguir os dez filmes mais procurados no blog durante o ano:

#10 "Entre Mulheres" de Sarah Polley 

#09 "Noites Brutais" de Zach Cregger   

# 08 "A Baleia" de Darren Aronofsky

# 07 "Pearl" de Ti West

#06 "Aftersun" de Charlotte Wells

#05 "Tár" de Todd Field

#04 "O Menu" de Mark Mylod

03 "Um Herói" de Asghar Farhadi


#02 "Paradise: Fé" de Ulrich Seidl


#01 "Oppenheimer" de Christopher Nolan

PL►Y: Saltburn

Elordi e Keoghan: o talentoso Ripley do século XXI.

Oliver Quick (Barry Keoghan) é um estudante bolsista da renomada universidade de Oxford. Diante de tantos alunos com berço de ouro, ele logo tem suas origens humildes reconhecidas, já que suas roupas e sapatos baratos são reconhecidos a todo instante. No meio de tantos alunos esnobes, ele conhece Felix (Jacob Elordi), um rapaz de origem aristocrática do qual  Oliver se aproxima cada vez mais, ao ponto de ser convidado ao final do semestre para passar uma temporada em Saltburn, uma mansão da família. Oliver então conhece a família do amigo, o pai Sir James Catton (Richard E. Grant) com seu jeito de que nunca precisou se preocupar com nada importante, a mãe Elspeth Catton (Rosamund Pike) que era modelo e conhecia os astros do britpop dos anos 1990 antes de se casar e ter filhos, além da irmã Venetia (Alison Oliver)  que sofre de inseguranças e distúrbios alimentares. A família é rodeada de luxo e conforto, mas é apresentada com uma superficialidade que não consegue se dissipar nem quando fingem se importar com seus convidados que são tragados para dentro desse universo, entre eles o insuportável Farleigh (Archie Madekwe), a perdida Pamela (Carey Mulligan num papel pequeno e marcante) e o próprio Oliver. A diferença é que Oliver sabe exatamente qual é o seu papel nesse circo e, por isso mesmo, sabe como construir narrativas em torno de si para criar brechas e ter o que realmente quer. De início, pensamos que o que ele quer é o próprio Oliver, mas conforme a trama avança, percebemos que ele quer muito mais.  Lançado no Festival de Veneza o novo filme de Emerald Fennell dividiu opiniões, muitos apontaram suas semelhanças com O Talentoso Ripley (1999), sobretudo sobre a forma como sobrepõe o peso dos estigmas da pobreza e da homossexualidade sobre seu protagonista, além de sua conversão ao crime, mas Saltburn é mais do que isso. Fennell já demonstrou que enxerga fora da caixinha em seu filme de estreia, Bela Vingança (2020), que a colocou no seleto clube de cineastas mulheres indicadas ao Oscar de Direção e lhe rendeu o Oscar de Roteiro Original. Aqui ela não faz diferente e solta ainda mais as rédeas na construção de um personagem controverso ao se cegar por seus objetivos. Oliver é um personagem interessante, mas na interpretação de Barry Keoghan se torna fascinante. Em seus primeiros filmes, o jovem ator irlandês já demonstrava ser um talento, mas a cada filme ele se torna melhor. Basta ver a forma como ele personifica as mudanças de seu personagem, convence como o menino tímido e excluído, para depois se converter numa espécie de predador calculista que percebe os limites como  algo a ser superado e nunca algo digno de retroceder. Certa vez li em uma entrevista que sua maior inspiração na construção de personagens ocorre ao observar o comportamento dos bichos, para compor Oliver ele deve ter se inspirado em um animal selvagem. As conotações sexuais que o roteiro lhe oferece são devoradas numa ousadia atrás da outra que, se não fosse a direção de de Fennell e o trabalho do ator poderia cair claramente no ridículo. É verdade que após a primeira hora o filme dá uma desequilibrada em sua atmosfera meticulosa e sofre um pouco para conseguir voltar aos trilhos, mas Fennel compõe o filme com tantos detalhes que fica difícil não curtir. Cenas como a festa cheia de Henrys, o olho do porco no espeto (sendo girado por um homem com máscara de porco), a música dos Pet Shop Boys escolhida no karaokê e as toneladas de fetiches apresentados, o tema da festa... garantem ao filme um alicerce que o mantém de pé até o final (que comprova que Barry Keoghan é um dos atores mais desinibidos em atividade). Parece que só tem Barry no filme, mas os demais membros do  elenco também estão ótimos em cena, sobretudo Rosamund Pike como a matriarca que você nunca sabe exatamente o que se passa na cabeça dela (se é que existe algo lá dentro). Saltburn termina com sabor de delírio, um delírio safado e sem escrúpulos.

Saltburn (EUA - Reino Unido / 2023) de Emerald Fennell com Barry Keoghan, Jacob Elordi, Rosamund Pike, Richard E. Grant, Archie Madekwe, Alison Oliver, Ewan Mitchell e Carey Mulligan. ☻☻☻☻

PL►Y: Clube da Luta Para Meninas

O Clube: pancadas e suco de abacaxi.
 
A diretora Andy Seligman e a atriz Rachel Sennott estabeleceram uma parceria que foi crucial para que Shiva Baby se destacasse perante os lançamentos de 2020. A narrativa direta e repleta de humor cortante  concentrada em um funeral, caiu como uma luva para os tempos angustiantes da pandemia. Sennott ganhou tanto reconhecimento que engatou um projeto atrás do outro desde então e, não poderia ficar de fora do novo projeto de Seligman, principalmente porque as duas assinam o roteiro de Bottoms, ou como preferiram chamar por aqui: Clube de Luta Para Meninas, que está no Prime Video. Não fosse o nome das duas no alto dos créditos, provavelmente eu passaria longe do filme que é vendido como um comediota adolescente. Na verdade, a base da ideia pode até ser essa, mas o filme consegue ser um pouco mais pela ousadia que avançar um bocado sobre o que seria o politicamente correto e consegue se equilibrar no fio da navalha do que pode ser aceitável. PJ (Sennott) e Josie (Ayo Edebiri) são duas amigas que estão no último ano do colegial, as duas se classificam como "lésbicas sem talento" e não chamam muita atenção naquele ambiente escolar, especialmente das duas líderes de torcida pelas quais são apaixonadas. Isabel (Havana Rose Liu) é namorada da pessoa que está no mais alto patamar da hierarquia estudantil, o capitão do time de futebol (americano, registre-se), o paspalho Jeff (Nicholas Galitzine), enquanto Brittany (Kaia Gerber, a filha de Cindy Crawford) se comporta como uma semideusa entre as demais estudantes. Depois de um incidente tratado com todo o exagero que a adolescência permite, PJ e Josie resolvem se aproveitar da má fama gerada pela situação e fundar um grupo para aulas de defesa pessoal com a ajuda de um professor (Marshawn Lynch), que não faz a mínima ideia do que está acontecendo. Com a ideia disfarçada de empoderamento feminino, as duas querem mesmo é ficar mais próximas de suas crushes e a julgar pelos primeiros encontros do grupo, o resultado será... catastrófico. Clube da Luta Para Meninas deve ter as lutas mais sujas que apareceram recentemente diante de uma câmera. São desajeitadas, sem jeito, uma trapalhada... mas ganha um tempero de guerra do sexos e uma cena de batalha caprichada no final. O texto de Sennott e Seligman não se aprofunda muito em algumas questões, mas dão alfinetadas necessárias em muitas situações sexistas que acontecem por aí, o que deixa o filme com tom de sátira que é feita para dar risada. É esse tom de deboche que me fez relevar que boa parte do elenco já não convence mais como estudantes de uma high school (Rachel está com 26, Havana tem 26, Ayo com 28 e Nicholas tem 29), ou seja, tá valendo.

Clube da Luta para Meninas (Bottoms / EUA -2023) de Andy Seligman com Rachel Sennott, Ayo Adebiri, Nicholas Galitzine, Ruby Cruz, Havana Rose Liu, Ruby Cruz, Kaia Gerber e Miles Fowler. ☻☻

domingo, 17 de dezembro de 2023

PL►Y: Good Boy

Frank e Christian: o melhor amigo do homem...

Sigrid (Katrine Lovise Øpstad Fredriksen, miga... vamos facilitar a vida dos fãs, encurta esse nome) conhece Christian (Gard Løkke) no Tinder e os dois marcam de se encontrar. Apesar do rapaz se mostrar reservado e um tanto tímido, a conversa flui bem e ela vai para a casa dele. Na verdade uma mansão, na qual ele vive sozinho, ou melhor, com seu cão, Frank. Até aí nada demais, até que Sigrid descobre que o cachorro do moço é na verdade um homem (no caso, o ator Nicolai Narvesen Lied) vestido como o bicho e se comportando como tal (andando de quatro, latindo e comendo ração). A garota percebe que existe algo de muito estranho ali e repensa se deve novamente se encontrar com o pretendente. O que acabei de escrever não é um SPOILER, já que isso é exatamente o que é mostrado no trailer do filme norueguês Good Boy, que está em cartaz no Looke. O espectador também descobre que o pet inusitado do protagonista é bastante incomum logo na primeira cena, um aspecto que demonstra que o diretor e roteirista Viljar Bøe tem outras cartas na manga para manter o interesse do espectador na trama. Trata-se de um filme que consegue segurar o espectador pelo estranhamento que oferece, já que insere a situação como se fosse uma trama absurdista, beirando o horror, para depois sugerir em um tom que beira o cômico, já que em determinado momento Sigrid chega a ser rotulada como preconceituosa por rejeitar uma pessoa milionária apenas porque ela possui um amigo que gosta de se comportar feito cachorro. Quando chega aquele convite para passar um final de semana somente com Cristian e Frank, você imagina que a coisa vai complicar, só que acontece de outro jeito. Bøe faz um filme enxuto. Não enrola, afinal, ele sabe que esticar demais aquela situação pode fazer o espectador abandonar tudo no meio do caminho, mas a forma seca como o diretor narra a construção estranha de seu personagem principal consegue manter o filme de pé quando ele exagera na bizarrice - até chegar ao final que deixa o espectador com uma grande interrogação na cabeça (construindo diversas teorias na cabeça). Esse é o segundo filme de Viljar Bøe, sua estreia foi com Til Friendly (2020) um suspense sobre um rapaz que descobre que um de seus amigos irá matá-lo, mas que não teve a devida repercussão por ser lançado durante a pandemia. Confesso que fiquei curioso de conhecer o trabalho do moço e acho que é um nome que ouviremos falar mais vezes devido a audácia com que constrói seu filme. Neste aqui, senti a crueldade de Michael Haneke temperada com o humor de Yorgos Lanthimos, mas com toques de horror, algo que os dois diretores ainda não experimentaram em suas carreiras. Não é um filme perfeito, mas funciona pelo estranhamento ímpar que oferece. 

Good Boy (Noruega/2022) de Viljar Bøe com Gard Løkke, Katrine Lovise Øpstad Fredriksen, Nicolai Narvesen Lied, Amalie Willoch Njaastade e Viljar Bøe. ☻☻☻☻

§8^) Fac Simile: Adrien Brody

Adrien Nicholas Brody

O ator é filho de um professor de história e uma fotógrafa e jornalista de origem judaica. Lendo assim, parece ainda mais óbvia sua escalação para viver personagem principal de O Pianista (2002). Longa metragem que o fez entrar para a história do cinema como o mais jovem ator a ganhar o Oscar de melhor ator. Na época, Adrien tinha 29 anos. Vinte anos depois, o ator permanece seguindo sua carreira naturalmente, com filme indies, trabalhos para TV e está muito bem com isso ao encontrar nosso repórter imaginário para essa entrevista que nunca aconteceu.

§8^) Como é completar 50 anos e ainda ser lembrado como o mais jovem a ganhar o Oscar de melhor ator?

Adrien Uau! Falando assim fica muito estranho... faz vinte anos que aquela noite aconteceu e até agora ninguém conseguiu me tirar esse título, acho que ainda é algo excelente de se lembrar! Embora envelhecer seja algo bem esquisito...

§8^) Você disse recentemente que envelhecer dá muito trabalho. É algo desafiador para você?

Adrien Muito. Acho que para todo mundo, mas quando você é sempre lembrado por sua aparência é algo pior. Vamos lembrar daquela noite que ganhei o Oscar. Teve muita gente falando que Hollywood não saberia o que fazer com um rapaz como eu. Algumas pessoas falavam mais do meu nariz do que qualquer outra coisa ao meu respeito. Eu atuava fazia tempo e de repente um bando de gente falava sobre meu trabalho e outras sobre minha aparência. Quando o tempo passa a aparência muda e as pessoas começam a ser mais rígidas com você. Eu tenho mais rugas, não tenho mais o mesmo físico de antes... alguns tipos de papéis não chegam mais até mim. Enfim. Exige todo um período de adaptação que não é fácil.

§8^) A minha irmã sempre disse que seu nariz é um verdadeiro atentado ao pudor...

Adrien Meu Deus [risos] ela disse realmente isso? Você pode escrever coisas assim na sua entrevista? [risos] Agradeça à ela o comentário, digamos, carinhoso [risos]. 

§8^) As pessoas já comentaram algo assim antes para você?

Adrien [risos] Não com essas palavras... mas sei que é algo que mexe com a fantasia das pessoas. Esse tipo de coisas de tamanho dos dedos, do pé, do nariz... é tudo uma bobagem, mas como diria uma amiga psicóloga, a vida real é tão sem graça que as pessoas precisam da fantasia para deixar tudo mais interessante. Acho que isso soou estranho...

§8^) Então quer dizer que...

Adrien Não [risos] espera [risos] eu não disse nada, eu só fiz um comentário... digamos que eu não decepcionaria sua irmã... talvez eu não fosse tudo o que ela espera mas, ela ficaria... contente... eu não acredito que disse isso [risos].

 §8^) Você já chegou a medir?

Adrien Claro... não... o quê?

 §8^) O nariz.

Adrien Ah, não... o nariz não... ai... podemos parar por aqui, por favor...

PL►Y: Asteroid City

Scarlett e Jason: flerte na cidade perdida no meio do deserto. 

Sou fã do Wes Anderson faz tempo e entendo completamente sua irritação quando as pessoas criam paródias com Inteligência Artificial clonando seu estilo, afinal, parece ser algo algo somente imagético. Muito do estilo do diretor está nas atuações contidas, nas piadas cheias de ironias cortantes e aquele jeito de lidar com personagens e cenários como se estivesse brincando com bonequinhos (algo que fica mais explícito quando faz sua animações em stop-motion como Fantástico Sr. Raposo (2009) e Ilha de Cachorros (2018) e trata os bonecos como se fossem pessoas de carne e osso). Mesmo quando erra a mão, o cinema de Wes é interessante.  O problema é que desde o seu filme anterior, Crônica Francesa (2009), o diretor acha que só contar suas histórias com o visual deslumbrante é pouco, ele acha necessário dar uma incrementada no roteiro, colocar diferentes "camadas" e com isso, tornar a narrativa mais rica. O problema é que ao invés da riqueza, a coisa está ficando confusa. No filme anterior, as histórias tomavam contornos de crônicas de uma revista, agora, a trama é contada como se fosse uma peça de teatro sendo executada ao mesmo tempo em que assistimos ao filme. Na tela, a ideia não funciona muito bem já que quebra o ritmo do filme toda hora  para uma digressão que não o torna mais engraçado, dramático ou interessante. É como se você estivesse vendo um filme e toda hora é interrompido por um pedaço de making of que você não quer ver. Quando Asteroid City se concentra na cidadezinha famosa pela queda de um meteorito e que assumiu uma verve científica nos anos 1950 como estilo de vida, o filme é bem agradável de assistir. Lá acontece uma feira de ciência com crianças de diversos lugares do país que apresentam seus inventos em busca de reconhecimento e talvez algum investimento. É por conta disso que vão para lá um homem que acaba de ficar viúvo (Jason Schwartzman) com seu filho nerd (Jake Ryan) e suas três filhas adoráveis 9e hilariantes), uma atriz (Scarlett Johansson) que está mergulhando na personagem de seu novo filme, o militar (Jeffrey Wright) que apresenta o evento, o vovô zeloso (Tom Hanks), tem Hope Davis e Liev Scchreiber como os pais de um geniozinho criador raios laser, uma cientista (Tilda Swinton), um cowboy cantor de música country (Rupert Friend), uma professora dedicada (Maya Hawke) e tem espaço até para o brasileiro Seu Jorge numa pontinha. Wes juntou boa parte da sua patota favorita de atores no que poderia ser um filme despretensioso e divertido - especialmente quando todos precisam encontrar formas de passar o tempo diante da visita de uma quarentena imposta após a visita de um alienígena (Jeff Goldblum?) . Obviamente que com tantos personagens nem todos recebem o desenvolvimento pleno que merecem, mas se Wes se concentrasse mais na cidadezinha esquecendo todos os penduricalhos que coloca ao redor dela, a coisa poderia render muito mais. Afinal, o que me interessa saber que Edward Norton é o autor da peça que inspirou o filme, que Adrien Brody é o diretor da peça e que Willem Dafoe aparece do nada para fazer esquisitices. Essa parte dos bastidores é totalmente dispensável para o andamento do filme e deixa o filme chato toda hora que invade a paleta de cores pastéis desbotada da cidadezinha. Será que Wes quer dizer que a vida no mundo de fantasias é mais interessante e colorido, enquanto os bastidores é cinzento e chato como qualquer trabalho? Se essa era a ideia ele foi bem sucedido, embora a tese não seja novidade alguma. Seja como for, alguns cortes deixariam Asteroid City tinindo entre os melhores filmes do ano. 

Asteroid City (EUA-2023) de Wes Anderson com Jason Schwartzman, Scarlett Johanssson, Jake Ryan, Hope Davis, Tilda Swinton, Bryan Cranston, Edward Norton, Maya Hawke, Rupert Friend, Steve Carrell, Tom Hanks, Adrien Brody, Margot Robbie, Jeff Goldblum e Matt Dillon.

PL►Y: O Mundo Atrás de Nós

 
Ali, Myha, Roberts e Hawke: apocalipse tecnológico.
 

Acho que neste final de ano nenhum filme ganhou mais espaço nas conversas do que que O Mundo Atrás de Nós, que está no topo da Netflix nas últimas semanas. A empresa estava tão confiante sobre o filme, que lhe garantiu espaço no final de ano quando os críticos e votantes das premiações estão com os radares atentos para suas indicações de melhores de ano. Obviamente que o elenco ilustre (Julia Roberts ao lado de seu cunhado Kevin Bacon, Ethan Hawke e o duplamente oscarizado Mahershala Ali) chama atenção e os cinéfilos mais antenados também ficaram atentos reconhecem a assinatura ilustre do diretor Sam Esmail, o nome por trás da cultuada série Mr. Robot (2015) e da elogiada Homecoming (2018), que estabeleceu sua proximidade com a influente Pretty Woman. Tão logo os primeiros comentários começaram a sair, percebi que o filme estava longe de ser uma unanimidade. Muita gente reclamando que perdeu duas horas da vida vendo o filme e outros foram bastante elogiosos com as analogias alegóricas que o filme oferece sobre o mundo atual. Se você me perguntar qual tipo de espectador está certo em sua percepção do filme... a coisa complica. Ver um filme não significa ter uma opinião certa ou errada sobre ele, afinal, isso é bastante subjetivo e envolve tantos fatores que nem cabe descrever por aqui, afinal, cada um teria a sua opinião respaldada em seu gosto pessoal e experiências do mesmo jeito. No entanto, me atrevo a dizer que os dois estão bastante corretos. O filme de fato possui uma analogia interessante sobre uma espécie de fim de mundo que é percebido quando a tecnologia começa a deixar a nos servir. Os satélites pararam de funcionar. A TV não diz nada do que precisam saber, os carros elétricos ficaram desgovernados, a internet bugou e ninguém sabe direito o que está acontecendo, ou, quem descobre alguma pista fica com ainda mais dúvidas sobre o que está  havendo. Sam Esmail é craque ao inserir o espectador neste mundo de incertezas e paranoias (essa é uma marca dos eu estilo), para isso, capricha nos ângulos inusitados de sua narrativa, nos movimentos incomuns de câmera, mas deixa o roteiro com o freio de mão puxado, ao ponto ao final termos a ideia de que vimos não um filme, mas um longo episódio piloto de uma minissérie. Em sua adaptação do aclamado livro de Rumaan Alam, que em aborda nossa dependência crescente da tecnologia e o nosso distanciamento das demais pessoas. Esses dois pontos estão bastante presentes no filme, sendo bastante ressaltado na garota que quer apenas ver o último episódio de sua série favorita e na total inabilidade de Amanda (Julia Roberts) em lidar com a visita do proprietário (Mahershala Ali) da casa que alugou para passar uns dias de descanso. Isso tensiona os dias das duas famílias que precisam conviver enquanto petroleiros se chocam praias, aviões parecem pilotados por kamikazes, barulhos afetam nosso sistema imunológico e cervos aparecem para dizer que o mundo não é só dos humanos. Todos os elementos para fazer um filme interessante estão na receita, mas na metade o filme se revela emperrado e no final, mostra-se largado no meio do caminho com aquela cena final irônica. Eu, que já me escaldei com aquela segunda temporada desgovernada de Mr. Robot e com o final decepcionante da primeira temporada de Homecoming, já fui com o pé atrás. Esmail é talentoso, mas aqui ficou parecendo um primo do M. Night Shyamalan, que para não ficar idêntico, resolveu não fazer um final "surpresa" e preferiu deixar sem final mesmo. E não me venha com aquele papo de que eu "quero tudo explicadinho", afinal, não há muito o que explicar aqui (hackearam tudo meu povo, já era... sobreviva!) mas que houvesse uma história a contar. Aqui não há. Apenas uma colagem de ideias aguardando a continuidade em novos episódios que nunca existirão. É Sam Esmail agregado ao de um elenco eficiente para pregar uma peça no espectador, o resto, é você que escolhe agregar ao filme ou não.

O Mundo  Depois de Nós (Leave The World Behind/ EUA - 2023) de Sam Esmail com Julia Roberts, Mahershala Ali, Ethan Hawke, Myha'la, Kevin Bacon, Farra Mackenzie e Charlie Evans. ☻☻

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

INDICADOS AO GLOBO DE OURO 2024

Margot e Ryan: campeões de indicações.

 Hoje foram divulgadas as indicações ao Globo de Ouro, o prêmio da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood que passa por uma reformulação nos últimos anos. Com a entrada de mais votantes de outras partes do mundo, o resultado foi que os indicados encontraram um equilíbrio que há muito não se via no prêmio. Além disso, instauraram duas novidades: "Melhor Blockbuster" e seis indicados em cada categoria. O posto de filme mais indicado do ano foi para Barbie, que recebeu nove indicações (três somente na categoria de melhor canção, o limite permitido no Oscar - será que emplaca as três perante a Academia?). A seguir todos os indicados ao prêmio que acontecerá dia 07 de janeiro novamente televisionado, desta vez disponível pela Paramount+ no Brasil. 

Melhor Filme — Drama
    “Oppenheimer”
    “Assassinos da lua das flores”
    “Maestro”
    “Vidas passadas”
    “Zona de interesse”
    “Anatomia de uma queda”

Melhor Filme — Comédia ou Musical
    “Barbie”
    “Pobres criaturas”
    “American Fiction”
    “Os rejeitados”
    “Segredos de um escândalo”
    “Air"

Melhor Direção
    Bradley Cooper, “Maestro”
    Greta Gerwig, “Barbie”
    Yorgos Lanthimos, “Poor Things”
    Christopher Nolan, “Oppenheimer”
    Martin Scorsese, “Assassinos da lua das flores”
    Celine Song, “Vidas passadas”

Melhor Roteiro - Filme
"Pobres Criaturas"
"Vidas Passadas"
"Anatomia de uma Queda"

Melhor Ator — Drama
    Bradley Cooper, “Maestro”
    Leonardo DiCaprio, “Assassinos da lua das flores”
    Colman Domingo, “Rustin”
    Barry Keoghan, “Saltburn”
    Cillian Murphy, “Oppenheimer”
    Andrew Scott, “All of Us Strangers”

Melhor Atriz — Drama
    Lily Gladstone, “Assassinos da lua das flores”
    Carey Mulligan, “Maestro”
    Sandra Hüller, “Anatomia de uma queda”
    Annette Bening, “Nyad”
    Greta Lee, “Vidas passadas”
    Cailee Spaeny, “Priscilla”

Melhor Atriz — Comédia ou Musical
    Fantasia Barrino, “A cor púrpura”
    Jennifer Lawrence, “Que Horas eu Te Pego?”
    Natalie Portman, “Segredos de um escândalo”
    Alma Pöysti, “Folhas de outono”
    Margot Robbie, “Barbie”
    Emma Stone, “Pobres criaturas”

Melhor Ator — Comédia ou Musical
    Nicolas Cage, “Dream Scenario”
    Timothée Chalamet, “Wonka”
    Matt Damon, “Air”
    Paul Giamatti, “Os rejeitados”
    Joaquin Phoenix, “Beau tem medo”
    Jeffrey Wright, “American Fiction”

Melhor Ator Coadjuvante
    Willem Dafoe — “Pobres criaturas”
    Robert DeNiro — “Assassinos da lua das flores”
    Robert Downey Jr. — “Oppenheimer”
    Ryan Gosling — “Barbie”
    Charles Melton — “Segredos de um escândalo”
    Mark Ruffalo — “Pobres criaturas”

Melhor Atriz Coadjuvante
    Emily Blunt, “Oppenheimer”
    Danielle Brooks, “A cor púrpura”
    Jodie Foster, “Nyad”
    Julianne Moore, “Segredos de um escândalo”
    Rosamund Pike, “Saltburn”
    Da’Vine Joy Randolph, “Os rejeitados”

Melhor Trilha Sonora
  “Pobres criaturas”
    “Oppenheimer”
    “The Boy and the Heron”
    “Zona de interesse”
    “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”
    “Assassinos da lua das flores”

Melhor Canção Original

    “Addicted to Romance” (She Came to Me)
    “Dance the Night” (Barbie)
    “I'm Just Ken” (Barbie)

    “Peaches” (Super Mario Bros. — O filme)
    “Road to Freedom” (Rustin)
    “What Was I Made For?” (Barbie)

Melhor Filme em Língua Estrangeira
    “Anatomia de uma queda”
    “Folhas de outono”
    “Io Capitano”
    “Vidas passadas”
    “A sociedade da neve”
    “Zona de interesse”

    Melhor Filme de Animação
    “The Boy and the Heron”
    “Elementos”
    “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”
    "Super Mario Bros. — O filme”
    “Suzume”
    “Wish: O poder dos desejos”

     Blockbuster do Ano
    “Barbie”
    “Guardiões da Galáxia Vol. 3”
    “John Wick4: Baba Yaga”
    “Missão: Impossível – Acerto de contas parte 1”
    “Oppenheimer”
    “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”
    “Super Mario Bros. — O filme”
    “Taylor Swift: The Eras Tour”

Melhor série de TV – Drama
    “1923”
    “The Crown”
    “The Diplomat”
    “The Last of Us”
    “The Morning Show”
    “Succession”

Melhor Série de TV – Comédia
    “The Bear”
    “Ted Lasso”
    “Abbott Elementary”
    “Jury Duty”
    “Only Murders in the Building”
    “Barry”

Melhor Ator – Série de Drama
    Brian Cox, “Succession”
    Kieran Culkin, “Succession”
    Gary Oldman “Slow Horses”
    Pedro Pascal, “The Last of Us”
    Jeremy Strong, “Succession”
    Dominic West “The Crown”

Melhor Minissérie, Antologia ou Filme para TV
    “Beef”
    “Lessons in Chemistry”
    “Daisy Jones & the Six”
    “All the Light We Cannot See”
    “Fellow Travelers”
    “Fargo”

Melhor Atriz – Série de Drama
    Helen Mirren, “1932”
    Bella Ramsay, “The Last of Us”
    Keri Russell, “The Diplomat”
    Sarah Snook, “Succession”
    Imelda Staunton, “The Crown”
    Emma Stone, “The Curse”

Melhor Atriz Série de Comédia ou musical
    Ayo Edebiri, “The Bear”
    Natasha Lyonne, “Poker Face”
    Quinta Brunson, “Abbott Elementary”
    Rachel Brosnahan, “The Marvelous Mrs. Maisel”
    Selena Gomez, “Only Murders in the Building”
    Elle Fanning, “The Great”

Melhor Ator – Série de Comédia ou Musical
    Bill Hader, “Barry”
    Steve Martin, “Only Murders in the Building”
    Jason Segel, “Shrinking”
    Martin Short, “Only Murders in the Building”
    Jason Sudeikis, “Ted Lasso”
    Jeremy Allen White, “The Bear”

Melhor Ator Coadjuvante — TV
    Billy Crudup — “The Morning Show”
    Matthew Macfadyen — “Succession”
    James Marsden — “Jury Duty”
    Ebon Moss-Bachrach — “The Bear”
    Alan Ruck — “Succession”
    Alexander Skarsgård — “Succession”

Melhor Atriz Coadjuvante — TV
    Elizabeth Debicki, “The Crown”
    Abby Elliott, “The Bear”
    Christina Ricci, “Yellowjackets”
    J. Smith-Cameron, “Succession”
    Meryl Streep, “Only Murders in the Building”

Melhor Ator Coadjuvante — TV
    Riley Keough — “Daisy Jones & the Six”
    Brie Larson — “Lessons in Chemistry”
    Elizabeth Olsen — “Love and Death”
    Juno Temple — “Fargo”
    Rachel Weisz — “Dead Ringers”
    Ali Wong — “Beef”

Melhor Performance de Comédia Stand-Up
    “Ricky Gervais: Armageddon”
    “Trevor Noah: Where Was I”
    “Chris Rock: Selective Outrage”
    “Amy Schumer: Emergency Contact”
    “Sarah Silverman: Someone You Love”
   “Wanda Sykes: I'm an Entertainer”