Cinco filmes assistidos em novembro que merecem destaque:
terça-feira, 30 de novembro de 2021
PL►Y: Annette
segunda-feira, 29 de novembro de 2021
Pódio: Idris Elba
Bronze: o gênio complicado. |
Prata: o Nelson Mandela. |
Ouro: o comandante sanguinário. |
PL►Y: Vingança e Castigo
domingo, 28 de novembro de 2021
#FDS Made In Japan: A Partida
sábado, 27 de novembro de 2021
#FDS Made in Japan: Creepy
sexta-feira, 26 de novembro de 2021
#FDS Made in Japan: Aya e a Bruxa
Aya: aprendiz de bruxa. |
4EVER: Stephen Sondheim
Nascido em Nova York em 1930, Stephen Joshua Sondheim foi um dos mais importantes compositores e letristas de musicais nos Estados Unidos. Sondheim aprendeu a arte do teatro musical quando era apenas um adolescente com ajuda do letrista Oscar Hammerstein II (de A Noviça Rebelde)e ao longo de sua carreira se tornou o mais premiado na história do Tony Awards (seis prêmios), além de ter recebido vários Grammys, um Pulitzer e um Oscar por uma de suas composições para o filme Dicky Tracy, a antológica "Sooner or Later" que foi cantada por Madonna em uma das apresentações mais famosas do Oscar. Várias obras do compositor foram transformadas em filmes de sucesso, como West Side Story (que em breve terá uma nova versão dirigida por Steven Spielberg), Sweeney Todd e Into de Woods. Considerado uma pessoa bastante introvertida em sua vida particular, Sondheim se tornou mentor de vários jovens artistas como Jonathan Larson, como vimos no recente Tick Tick Boom. O compositor faleceu de causas naturais em sua residência aos 91 anos.
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
PL►Y: Coquetel Explosivo
terça-feira, 23 de novembro de 2021
PL►Y: 7 Prisioneiros
Na seleção do representante brasileiro para categoria de filme estrangeiro do Oscar de 2022, muita gente apostava que Sete Prisioneiros seria o escolhido, a seu favor tinha uma distribuidora do porte da Netflix e o sucesso de crítica ao abordar uma história tão incômoda quanto atual. Se o posto de indicado para a academia ficou com Deserto Particular de Ary Muritiba (que estreia neste fim de semana em circuito nacional em tempos ainda pandêmicos), Sete Prisioneiros de Alexandre Moratto se destaca entre os filmes mais assistidos da Netflix desde que foi lançado no dia cinco de novembro. Em comum, Muritiba e Moratto possuem o mérito de serem dois realizadores jovens e aclamados por suas obras anteriores. Moratto, por exemplo, viu Sócrates (2018), seu longa de estreia, ganhar prêmios e fama mundial - o que lhe rendeu três indicações no prestigiado Film Independent Awards nos Estados Unidos (concorrendo na categoria John Cassavetes Awards, Ator com Christian Malheiros e ganhou o prêmio de Diretor Revelação). Por conta disso, seu novo filme era mais do que aguardado e Moratto não decepciona. Sete Prisioneiros conta a história de quatro rapazes de origem humilde que saem do interior de São Paulo para a cidade grande sob a promessa de ganharem muito dinheiro e ajudarem suas famílias a superarem a pobreza. Assim, Rodiney (Josias Duarte), Mateus (Christian Malheiros), Bianchi (Clayton Mariano) e o tímido Ezequiel (Vitor Julian) vão parar na grande metrópole para trabalhar num ferro velho administrado por Luca (Rodrigo Santoro). Se o dormitório em que se alojam já parece um mal sinal, as coisas só pioram quando ao longo dos dias são privados de tomar banho, de se comunicarem com os familiares e se tornam proibidos de voltarem para seus lares por conta da dívida contraída com Luca (que a cada dia torna-se maior). Os rapazes de percebem presos a um trabalho escravo e uma rede de corrupção que torna a saída daquele lugar cada vez mais difícil. Sofrendo em uma relação repleta de violências (físicas e psicológicas), Mateus tenta se aproximar de Luca e ganhar a confiança dele em troca de um acordo pela liberdade de todos e a partir daqui é melhor não comentar muito o que acontece. O texto de Moratto e Thayná Mantesso capricha nas relações banhadas em uma realidade social desigual, em que os personagens marcados pela pobreza são seduzidos pela promessa de um futuro melhor e caem numa verdadeira armadilha - mas esta é apenas uma, já que aos poucos Mateus também começa a pensar diferente sobre toda aquela situação e vivencia um dilema moral que torna o filme ainda mais interessante. Com narrativa crua e pesada, o filme funciona como um pesadelo urbano em pleno Brasil do século XXI. Christian Malheiros já provou ser um ótimo ator e aqui está excelente nas ambiguidades de seu personagem, chegando a ofuscar até o celebrado Rodrigo Santoro que está convincente, embora um tanto caricato. O mais interessante contudo é a forma como o filme apresenta aquela situação toda em uma grande cidade, cercada de prédios e pessoas que não enxergam o que acontece aos rapazes. Os quatro que chegam ao ferro velho é apenas um pedaço de uma realidade cruel sobre tráfico humano nas grandes cidades neste filme que assusta e, por isso mesmo, deve ter perdido o posto de representante nacional numa possível indicação ao Oscar.
Sete Prisioneiros (Brasil/2021) de Alexandre Moratto com Christian Malheiros, Rodrigo Santoro, Josias Duarte, Vitor Julian, Clayton Mariano, Cecília Homem de Mello e André Abujamra. ☻☻☻☻
segunda-feira, 22 de novembro de 2021
PL►Y: Piedade
O cinema grego pode ser considerado um dos mais interessantes do cinema atual, mas também carrega consigo a pecha de um dos mais estranhos do mundo. O motivo disso é a chamada "nova onda" construída por cineastas do país, basta ver como Yorgos Lanthimos estava prestes a se tornar mundialmente conhecido com a indicação ao Oscar por Dente Canino (2009), ou os prêmios que Miss Violência (2013) recebeu ainda que causasse protestos pela frieza com que contava uma rotina de abusos e até a poesia encontrada no recente Fruto da Memória (2020) que merecia uma vaguinha no Oscar de filme estrangeiro deste ano. É daquela terra de deuses e filósofos que também veio Piedade, outro longa com críticas sociais partindo de uma premissa que beira o absurdo e, talvez por isso mesmo, se torna tão contundente. O filme conta a história de um advogado (Giannis Drakopoulos) que vê a esposa (Evis Saoulidou) em coma já a algum tempo. Sua rotina de trabalhar, cuidar do filho e do cachorro começa geralmente com um choro pela manhã. Nesta rotina, o protagonista repete várias vezes a triste situação que se abateu sobre a família, recebendo mensagens de incentivo de quem cruza seu caminho, olhares de solidariedade e até bolos matinais de uma vizinha compadecida. No entanto, toda esta tristeza constrói um verdadeiro vício no personagem, que passa a utiliza-la como algo constituinte de sua própria identidade (tanto que ele proíbe ao filho tocar músicas alegres ao piano, afinal, vai que os vizinhos acham que eles podem estar felizes). Esta exacerbação da lógica do "coitadinho" recebe contornos ainda mais irônicos depois que sua esposa começa a se recuperar e o que era para trazer alegria, coloca sua rotina em risco, logo ele percebe que toda aquela tristeza precisa ser mantida para que ele continue recebendo o apoio a que se acostumou nos últimos tempos. Deste ponto em diante, o protagonista passa a construir suas próprias tragédias para que a piedade permaneça em seu universo, ainda que para isso ele siga um caminho cada vez mais doentio e que resvala num desfecho chocante que destoa do que vimos ao longo do filme. Misto de drama, comédia e suspense, o filme é pontuado por frases bem marcadas sobre a interpretação que este personagem possui sobre a piedade e leva a marca das interpretações minimalista lavadas de emoção (marca característica do cinema grego recente), que permite as situações falarem por si, curiosamente flertando com a tragédia e a comédia mais obscura. Enquanto a plateia rir nervosa, o cinema grego funciona que é uma beleza!
Piedade (Oiktos / Grécia - 2018) de Babis Makridis com Giannis Drakopoulos,, Makis Papadimitriou, Tzortzina Hryskioti, Evdoxia Androulidaki, Costas Xikominos e Costas Kotoulas. ☻☻☻☻
PL►Y: Tick, Tick... Boom
O ator, compositor, produtor, dramaturgo, cantor e letrista Lin-Manuel Miranda olhou para o seu currículo e considerou que estava na hora de acrescentar mais uma experiência artística em sua carreira. Com Tick Tick...Boom ele estreia como cineasta e, como não poderia deixar de ser, o filme é um musical. Considerado um dos maiores talentos do cenário teatral dos Estados Unidos na atualidade, câmeras. A produção conta a história de Jonathan Larson, criador do premiado musical Rent, mas que teve uma morte precoce antes que seu maior sucesso chegasse aos palcos. Vítima de um aneurisma aos 35 anos, ele passou os últimos anos de sua vida procurando espaço e reconhecimento na Broadway. O filme carrega o título da obra anterior de Larson, Tick Tick... Boom que carregava traços autobiográficos e começou a chamar atenção para o talento do rapaz. Baseado nesta obra, entrevistas com familiares e amigos de Jonathan, o roteiro de Steven Levenson e a direção de Miranda optam por um recorte bastante conciso de um período específico da vida do protagonista, apresentando um senso de urgência (que pode parecer até premonitório) para que o trabalho de Larson fosse reconhecido - o próprio título pode fazer uma alusão a isso em sua contagem regressiva. Vivido por Andrew Garfield com bastante energia, conhecemos a rotina de Larson que trabalhava como garçom no bairro SoHo em Nova York, mas assim como sua namorada (Alexandra Shipp) e amigos (destaque para Michael vivido por Robin de Jesus), buscava um lugar ao sol no mundo do entretenimento. Apresentado como alguém que construía músicas e melodias com bastante facilidade. O filme consegue demonstrar com bastante eficiência como nem sempre talento é algo suficiente para ter os holofotes voltados para si. Além de todo o trabalhoso processo criativo, todo o caminho até que um projeto chegue aos palcos é mostrado com um detalhamento raro, algo que só poderia ser apresentado desta forma por pessoas que já o vivenciaram com propriedade. Além disso, o filme também destaca os conflitos de Larson com o mundo dos anos 1990, onde os musicais ainda passariam por uma modernização e o combate à propagação da AIDS ainda era um desafio para a sociedade. A narrativa é construída com cenas de palco, momentos da vida de Larson e números musicais inseridos de forma bastante orgânica. Em termos de fluência, Tick Tick... Boom é o melhor filme do gênero lançado em muito tempo. Conta pontos para isso a desenvoltura do elenco e o esmero de toda a produção em homenagear o legado do rapaz. Quem não curte musicais achará tudo meio exagerado, mas ainda assim ficará instigado em conhecer mais sobre o protagonista. Lançado pela Netflix de olho nas premiações de fim de ano, Andrew Garfield torna-se um grande destaque na produção e pode aparecer na temporada de ouro no páreo de melhor ator. Lin-Manuel Miranda estreia no cinema em grande estilo.
Tick, tick... Boom (EUA-2021) de Lin-Manuel Miranda com Andrew Garfield, Alexandra Shipp, Robin de Jesus, Vanessa Hudgens, Joshua Henry, Ben Ross e Bradley Whitford. ☻☻☻☻
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
PL►Y: Identidade
Ruth e Thessa: amigas de infância. |
A Netflix tomou gosto por entrar na corrida das premiações e isso mais do que a estabelece como uma produtora de prestígio mas também como uma distribuidora cobiçada dentro da indústria. Devido a visibilidade que proporciona à filmes que dificilmente teriam apelo ao grande público pelo número reduzido de salas em que seriam exibidas, muitos diretores e produtoras percebem a plataforma de streaming como um aliada na visibilidade de suas produções. São estes motivos que fizeram Passing ser comprado pela Netflix após sua aclamação no Festival de Sundance de 2021. Ambientado nos anos 1920 (quase cem anos atrás), o filme conta a história do reencontro de duas amigas de infância a partir do olhar de Irene (Tessa Thompson), uma afro-americana que em um dos seus passeios pelo lado branco da cidade se depara com Claire (Ruth Negga). Se no início Irene não a reconhece, após um verdadeiro espanto, ela se dá conta de que aquele pessoa que não via a tanto tempo se reinventou para que pudesse deixar de enfrentar os preconceitos sofridos pelo seu tom de pele. Claire ostenta uma pele diferente, assim como seu cabelo, seu jeito de falar, o jeito como se veste e se move na verdadeira construção de um disfarce - o que a faz transitar por espaços que geralmente não seriam permitidos a um afro-descendente na Terra do Tio Sam em tempos muito anteriores da luta pelos direitos civis. Tanta desenvoltura lhe permitiu o casamento com um banqueiro racista (Alexander Skarsgaard) que não faz a mínima ideia das origens de sua esposa. O reencontro entre Irene e Claire é apenas o ponto de partida para uma série de reflexões que este Identidade é capaz de gerar, especialmente por associar a construção subjetiva daquelas duas mulheres em meio à uma realidade segregadora, além disso, o roteiro insere outros elementos nas entrelinhas daquela relação. Existe uma tensão entre as duas que está além do julgamento do que fizeram de suas vidas - e esta tensão transborda para quem gravita em torno de ambas, seja o esposo de Irene, Brian (André Holland) e a empregada (Ashley Ware Jenkins), por exemplo - inserindo novas camadas a uma história que é aparentemente simples. A narrativa lenta e contemplativa ajuda ainda mais ao espectador construir esta narrativa enquadrada em formato 4:3 e com uma estética muito próxima de produções clássicas daquela década - um elemento complicado que a diretora estreante Rebecca Hall optou por utilizar (assim como a fotografia em preto e branco envelhecida) e que pode por vezes soar afetado, mas funciona. Rebecca defendeu seu interesse pela adaptação do livro de Nella Larsen por se interessar por histórias de "passing" por seu avô ter um história semelhante à de Claire, mas podemos perceber o nascimento uma cineasta de olhar bastante sensível para o drama daquelas mulheres. Tessa Thompson está bem diferente em cena e consegue transparecer a rigidez de sua personagem sem dificuldades, mas é Ruth Negga que rouba a cena com seus olhos brilhantes em favor da ambiguidade necessária de quem finge ser quem não é (algo que pode lhe custar muito caro). Ruth está cotada para o Oscar de coadjuvante deste ano (ela já foi indicada anteriormente por Loving/2016) e indicada na categoria no Gotham Awards2021, que indicou o longa ainda nas categorias de diretora estreante, melhor produção, roteiro e melhor atriz (Tessa).
Identidade (Passing / EUA - 2021) de Rebecca Hall com Tessa Thompson, Ruth Negga, André Holland, Alexander Skarsgaard, Bill Camp, Ashley Ware Jenkins e Antoinette Crowe-Legacy. ☻☻☻☻
terça-feira, 16 de novembro de 2021
PL►Y: Cachorros não Usam Calças
PL►Y: Alerta Vermelho
segunda-feira, 8 de novembro de 2021
PL►Y: Verdade e Justiça
PL►Y: Exército de Ladrões - Invasão da Europa
domingo, 7 de novembro de 2021
Na Tela: Eternos
10+ Apostas para o Oscar 2022 (Parte 1)
Sim meus caros leitores, o Oscar2022 já gera especulações com a chegada dos lançamentos mais aguardados no final do ano. Com os cinemas voltando à normalidade aos poucos na Terra do Tio Sam (prova disso são as bilheterias de filmes como Duna), os filmes que pretendem fazer bonito na temporada de ouro já começaram as suas campanhas por lá. Esta lista é dedicada a dez filmes que devem cravar indicações nas principais categorias e está organizada por ordem alfabética (no fim do mês prometo postar outra lista com mais dez produções que almejam uma vaga entre os favoritos do careca dourado). Que comecem as apostas: